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O leitor no ato de estudar a palavra escrita - Parafraseado

Por:   •  15/4/2019  •  Trabalho acadêmico  •  905 Palavras (4 Páginas)  •  432 Visualizações

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Universidade Federal do Piauí – Departamento de Filosofia

Docente: Maria das Graças Moita Raposo Pereira

Discente: João Víctor Assunção Santos

Março de 2019

O leitor no ato de estudar a palavra escrita

Costumamos ter uma postura “passiva” no ato de ler decorrente dos nossos hábitos inflexíveis e da nossa cultura imposta no âmbito escolar. Essa postura nos aspira a reter o conteúdo do texto e parar nossa atividade por ali. Assim, o fim do texto se torna o fim da leitura.

Contudo, o texto apenas é uma ferramenta intermediaria, meditando o leitor e o mundo, elucidando a realidade ao leitor. Um texto que não ajuda a entender melhor a realidade, então não faz seu papel.

Se o ato de ler não for um processo de entendimento do mundo, a leitura será somente uma forma mecânica ou semimecânica de identificar símbolos, sem que haja coerência com a compreensão da realidade.

Iniciamos por um debate no ato de estudar e suas características críticas, e depois nos atermos ao leitor e sua postura no processo de ler: leitor objeto, enquanto for subalterno ao texto; leitor sujeito: quando for capaz de ir além da mensagem proposta pelo texto.

  1. A duplicidade no ato de estudar

Estudar é o processo que cada ser humano enfrenta a realidade para entende-la e elucida-la, ou seja, pela descrição de seus aspectos essenciais, ora pela descoberta de sua origem e evolução.

Este enfrentamento com a realidade pode ser pelo contato direto do sujeito cognoscente com o objeto a ser conhecido, tendo ou não pré-noção do mesmo. Para o sujeito, nessa situação, o mundo é carente de um sentido, de uma significação, de uma interpretação. Vamos exemplificar o ato de estudar um riacho. Digamos que alguém deseja atravessar um riacho sobre qual não possui nenhuma noção prévia. Não conhece nada: correnteza da água, profundidade do rio, resistência do solo do leito, etc. Afrente tal fato, é fácil compreender que o indivíduo não irá atravessar de imediato. Ele, gradualmente, observará a dinâmica das variáveis e seguida, lentamente, atravessará com mais segurança. Neste processo gradual de observar a dinâmica das variáveis, o indivíduo estará compreendendo e elucidando a realidade. Contudo o enfretamento da realidade pode ser feito de outra maneira, de forma indireta. Isto é quando compreendemos a realidade a partir de outra pessoa que já teve enfrentamento direto com a mesma. Neste caso, não contactamos diretamente o mundo, no entanto indiretamente, por meio da elucidação vinda de outra pessoa através das mais diversas formas de comunicação. Em ambas as situações, o ato de estudar é plenamente realizado.  

Na maneira indireta de compreender o mundo, podemos admitir o real conhecimento por considerar que o emissor da mensagem é autoridade suficiente para acreditarmos no que diz, sem questionarmos a validade objetiva da mensagem. Na vida universitária, ao ler um texto, é importante que tenhamos uma experiencia de vida que nos dê capacidade para julgarmos com mais precisão a validade objetiva da informação de um texto, por outro lado, é possível fazer um juízo preciso usufruindo apenas os argumentos apresentados pelo autor, assim como a forma de obtenção de dados.

  1. Criticidade e acriticidade no ato de estudar

Neste segundo processo de estudar, não temos as evidências que justificam a sua autenticidade, apenas a afirmação do autor. Portanto, é preciso fazer uma avaliação objetiva da mensagem.

Existem duas formas de estudar uma informação: forma crítica e acrítica. Será crítico quando houver uma elucidação compatível com a realidade, quando houver objetividade, sem subterfúgios, sem rodeios, sem obscuridade, proveniente de interesses pessoais ou experiências emocionais, ou seja, desprezando projeções psicossociológicas do sujeito. O ato de estudar acrítico é uma postura de aceitação da mensagem e sua retenção mnemônica, sem indagar pela sua objetividade. Isso significa alienar a outra pessoa a capacidade de investigar, neste caso, o autor.

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