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Personalidade Africana

Por:   •  8/12/2015  •  Resenha  •  1.365 Palavras (6 Páginas)  •  6.119 Visualizações

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Introdução

O presente trabalho discute a questão da Personalidade Africana e a Negritude na perspectiva do Filósofo Ngoenha, na sua Obra Filosofia Africana: Das Independencias às Liberdades, (1993). Ao longo de trabalho procura-se perceber a separação conceptual das duas ideologias, analisando os pontos de convergência e divergência.

Negritude é vista por Senghor como um movimento de protesto contra a submissão do negro e que engloba todos os movimentos culturais por uma personalidade negra ou por um grupo de negros. (Ngoenha, 1993. p.66). De salientar que este conceito era visto pelos críticos de forma diasporática uma vez que não importava a proveniência dos movimentos. Para Kwame Nkruma, Personalidade Negra é uma identidade geo-política com preocupações tanto culturais quanto políticas “conciencismo” que tinha finalidades de promover um desenvolvimento harmonioso da sociedade africana. (Idem, p.70).

Desenvolvimento do debate

Segundo Ngoenha o conceito de Personalidade Africana está ligado a Kwame Nkrumah tomado a Blyden. Este, considerado Pai do pensamento político africano pretendia demonstrar que a raça negra tem uma história e uma cultura das quais podias orgulhar-se. Ele negava a inferioridade racial do negro e argumentava que o negro tinha desenpenhado um papel importante na edificação da civilização egipcia.

Blyden era contrário aos que procuravam entender o papel da raça negra na história da civilização unicamente do passado e sustentava que a grande parte da grandeza da Europa e da América derivava da exploração da raça negra. Através dessa afirmação e influenciado pelas teorias de Gobineau, reconhecia a diferença entres as raças, mas refutava a hierarquização das mesmas, ou seja, para Blyden não havia raça superior que a outra.

Para S. Williams e K. Nkrumah, a personalidade africana era destinada a exprimir-se através de cumprimento de uma missão especial.

Na sua obra “Race and Study” “para cada um de vós”, escrevia Blyden “para cada um de nós” existe um dever especial a cumprir, um trabalho terrivelmente necessário e importante, um trabalho para a raça a qual pertencemos. Portanto esse termo Personalidasde Africana esta associada a uma responsabilidade, que é de lutar pela própria individualidade para manté-la e desenvolvé-la.

Apelava Blyden para não abdicar da personalidade sob o risco de não deixar na história algo que atraia ou fascine os homens porque terá perdido carácter distintivo do Negro.

Blyden fazia comparação a pior dos suiscidio abdicar da personalidade afirmando que significaria ter abdicado da missão e pela gloria particular a qual somos chamados e que seria de facto renunciar a nossa divina individualidade.

Ngoenha afirma que Blyden via a personalidade africana segundo os criadores da Negritude como antítese da civilização europeia, mas um dos aspectos característico de Blyden é ver África como entidade autónoma, e como referência imediata ao negro diferentemente dos que precederam que tomavam Eurapa como referência para explicar África.

Ele via na civilização africana viva e animada por valores morais e espirituais elevados e que esta África devia contribuir para a civilização mundial visto que era “depositária espiritual do mundo” e que deveria ser partilhado pea raça Hebraica porque essas duas raças teriam desenvolvido os valores através da dor, o lado espiritual da própria natureza.

Blyden defendia a unidade politica para se alcançar as independencias e o via imperialismo europeu como algo que duraria pouco e cedia às independências africanas. Para Josef Casley Hayford concordava com Blyden na regeneração da humanidade espiritual graças à África, mas não defendia apenas as especificidades dos negros e as suas instituições e ele olhava para o africanismo dos intelectuais anglófonos, sobretudo daqueles que evoluiram no gana entre as duas guerras, que era caracterizado por certo empirísmo do tipo inglês que os levava a fugir de generalizações, e a estudar as singulares instituições africanas, a tradição oral e o passado histórico dos próprioos povos ou tribo. Afirma Ngoenha, que é nesta direcção que se orientam grandes escritores e “leaders”. (p.67-68).

Por sua vez, Kwame Nkrumah, tinha a sua acção política fundamentada em nacionalismo cultural tanto quanto os fundadores da negritude. Mas após a independencia do seu País, Nkrumah defendeu a conciencialização dos africanos asua dignidade, integridade e o seu valor, inspirando “O vulto tradicional da África”, portanto o passado africano e não a presença muçulmana e eurocristã, ou seja, a presença estrangeira.

Aqui é perseptível a divergência desses dois conceitos ou ideiologias, por um lado a negritude que defendia referências á raça branca ou estrangeira para o serem e por outro, Personalidade africana que se opõe, afirmando que já o são pelas tradições africanas que os caracterizam. Portanto a personalidade não pode ser visto com referência estrangeira porque já tem essa autenticidade. (p.70-71).

No mesmo pensamento que Nkrumah, Nyerere concordava que o socialismo africano resultava da integração de valores deste humanismo na vida moderna.

Nkrumah, na sua obra “a África deve unir-se” defende a unificação política e criação de um governo central e sub direcção deste, os estados manteriam iguais em direitos e conservariam a sua soberania deixando os sectores chaves como Defesa, Negócios Estrangeiros e Economia, argumentando que os Estados africanos individualmente são fracos perante as grandes potências da Europa e América, portanto, a solução reside na política planificada de toda África.

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