Trabalho de Elevação ao Grau de Companheiro Maçon
Por: CompanheiroLopes • 12/6/2022 • Ensaio • 1.370 Palavras (6 Páginas) • 391 Visualizações
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A...R...L...S...
Cavaleiros de São João 115, nº 4172
GRANDE ORIENTE DO BRASIL
GRANDE ORIENTE DO BRASIL -SÃO PAULO-
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Ven... M. ..
Ir... 1º Vig
Ir... 2º Vig
Trabalho de Elevação ao Grau de C... M...
Cássio Assumpção Lopes - C... M...
CIM: 306035
Or... de São Paulo, 20 de Abril de 2022, E...V...
Somente hoje, ao me sentar para escrever este trabalho, me dei conta da jornada que percorri dentro da Maçonaria. Já se vão cinco anos de convivência com meus IIr.: em loja e fora dela, no Moto Clube Bodes do Asfalto. Nesta jornada, além de autoconhecimento, angariei amigos. E por esta razão, não poderia iniciar este trabalho sem antes agradecer ao G.A.D.U. por esta oportunidade. Obrigado!
Também me dei conta de que há muito tempo não escrevia um trabalho para apresentar aos irmãos. O último foi apresentado no final de 2018, quando me ausentei para realização de minha pós-graduação. Ressalto ainda que, como este trabalho está sendo escrito muito tempo após minha cerimônia de passagem ao grau de Companheiro, ao escrevê-lo, não me ative a descrever minhas memórias sobre o evento, mas tomei a liberdade de trazer algumas reflexões que entendo serem relevantes ao Grau de Companheiro Maçon e por consequência, a jornada que inicio efetivamente agora na Maçonaria.
Após a cerimônia de passagem, vários irmãos me comentaram que, como Companheiro, terei mais liberdade para dar meus passos em busca dos meus caminhos. Isso se evidencia na própria instrução do grau, quando em nossa marcha, damos um passo lateral para a direita para posteriormente, retornarmos ao rumo original. Isso me alegra, pois tenho como característica a necessidade de beber em várias fontes para formar minha opinião. Espero com isso que eu possa também contribuir de alguma forma para o crescimento e evolução dos irmãos.
Neste sentido, gostaria de compartilhar com os irmãos uma reflexão a respeito do significado do “Trabalho” ao longo de nossa história, pois entendo que o trabalho é a principal coluna que sustenta a Maçonaria e principalmente, norteia o Grau de Companheiro que inicio agora. Entendo que o Maçon é um trabalhador por excelência. Por isso recebemos o apelido de Obreiros e o nosso local de trabalho, Oficina. Entretanto, nem sempre o trabalho foi encarado como algo nobre pela sociedade. E realmente, por séculos, trabalhar era próprio de alguém inferior, era próprio de escravos condenados a suprir com o seu suor e esforço o alimento dos seus senhores.
Este fato se reflete em nossa própria história e foi relatado com brilhantismo pelo escritor Jorge Caldeira em seu livro “Mauá, Empresário do Império”. No livro há uma passagem que descreve o evento de inauguração da primeira ferrovia brasileira em 1854, que ligava as cidades do Rio de Janeiro e Petrópolis. Para este evento o Barão de Mauá, o empreendedor desta obra, convida toda a corte brasileira e o Imperador Dom Pedro II para a inauguração da mesma. Sem ter avisado ao Imperador, o Barão de Mauá, em um ato simbólico, utilizando uma pá confeccionada em prata de lei e um carrinho de mão em madeira nobre, convida o Imperador a lançar a pedra fundamental da obra. Por este fato, que associou o Imperador a um trabalhador braçal, o Barão de Mauá, um dos maiores empreendedores que nosso país já teve, foi perseguido pela sociedade da época até o final de sua vida. Damos graças que este conceito tenha mudado ao longo da história, embora em alguns grupos sociais eles ainda prevaleçam.
Outra maneira de entendermos o significado que damos ao trabalho está na própria etimologia da palavra. A palavra trabalho vem do latim tripalium, termo formado pela junção dos elementos tri, que significa “três”, e palum, que quer dizer “madeira”. Tripalium era o nome de um instrumento de tortura constituído de três estacas de madeira bastante afiadas e que era comum em tempos remotos na região europeia. Desse modo, originalmente, "trabalhar" significava “ser torturado”.
No sentido original, os escravos e os pobres que não podiam pagar os impostos eram os que sofriam as torturas no tripalium. Assim, quem "trabalhava", naquele tempo, eram as pessoas destituídas de posses. A ideia de trabalhar como ser torturado passou a dar entendimento não só ao fato de tortura em si, mas também, por extensão, às atividades físicas produtivas realizadas pelos trabalhadores em geral: camponeses, artesãos, agricultores, pedreiros etc.
A partir do latim, o termo passou para o francês travailler, que significa “sentir dor” ou “sofrer”. Com o passar do tempo, o sentido da palavra passou a significar “fazer uma atividade exaustiva” ou “fazer uma atividade difícil, dura”.
Só no século XIV começou a ter o sentido genérico que hoje lhe atribuímos, qual seja, o de "aplicação das forças e faculdades (talentos, habilidades) humanas para alcançar um determinado fim".
Com a especialização das atividades humanas, imposta pela evolução cultural (especialmente a Revolução Industrial) da humanidade, a palavra trabalho tem hoje uma série de diferentes significados, de tal modo que o verbete, no Dicionário do "Aurélio", lhe dedica vinte acepções básicas e diversas expressões idiomáticas.
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