UM EXEMPLO DE MORAL: A ESSÊNCIA DA MORAL CONFUCIANA

UM EXEMPLO DE MORAL: A ESSÊNCIA DA MORAL CONFUCIANA

Antes de apresentar a “Essência da Moral Confuciana”, cumpre fazer uma brevíssima apresentação de Confúcio.

Confúcio (em chinês, Kongzi) nasceu no ano 551 a.C., na China Clássica. Ao lado de Lao Tsé, influenciou a cultura chinesa por séculos. Seus pensamentos tratam, sobretudo, sobre o caminho do ser humano de bem, ou melhor, sobre o modo de ser que caracteriza o ser humano de bem (como percebe, sente, pensa, reflete e age um ser humano bom). Em 479 a.C. morre, deixando aos chineses e ao mundo alguns pensamentos dignos de serem relembrados.

Essência da Moral Confuciana

A partir da leitura dos Diálogos de Confúcio ou Analectos, uma das obras de Confúcio, é possível extrair as regras de conduta que, aos olhos do Mestre, são fundamentais para o bem viver em sociedade. Confúcio tinha consciência de que o ser humano “con-vive” e, ao conviver, precisa cuidar das relações que estabelece, assim como o jardineiro cuida das flores que estão sob o seu cuidado. Por conta disso, propõe um conjunto de orientações que guiam os humanos na arte de bem relacionar-se. Seguem, abaixo, as principais idéias do sábio chinês:

Como é o ser humano de bem?

É aquele que ama os outros seres humanos.

O que é amar?

É relacionar-se com os outros seres humanos de acordo com alguns preceitos, dentre os quais se destacam os seguintes:

Exigência contigo mesmo, mansuetude com os outros. (IV, 15, Analectos)

O que não quiseres que te façam, não o inflijas aos outros. (XV, 23, Analectos)

Praticar o ren (caminho do ser humano de bem ou benevolência) é começar por si mesmo: querer para os outros o que se quer para si mesmo, e desejar o bom êxito deles, tanto quanto o seu próprio. (VI, 28, Analectos)

Contudo, para seguir tais preceitos é preciso conhecer os seres humanos. Como diria Confúcio, é preciso ter sabedoria! (XII, 22, Analectos)

Mas como devo proceder se desejo conhecer os seres humanos?

De acordo com Confúcio:

“Diz o Mestre: De um homem, observa sua maneira de agir, examina-lhe as motivações, vê onde acha ele sua ventura. Não é esse o meio seguro de o conhecer?” (II, 10, Analectos)