O Desenvolvimento Desigual e Capitalismo Burocrático
Por: Tahtiane • 5/6/2018 • Resenha • 1.067 Palavras (5 Páginas) • 313 Visualizações
RESENHA: Desenvolvimento Desigual e Capitalismo Burocrático, Júlio S.Moreira
O autor nos demonstra a forma de desenvolvimento desigual do capitalismo através das análises de Lenin e Galeano, que o capitalismo depende de uma desigualação, principalmente impondo esta característica às suas colônias, como Galeano deixa explícito no trecho “a força do conjunto do sistema imperialista descansa na necessária desigualdade das partes que o formam, e esta desigualdade assume magnitudes cada vez mais dramáticas”.
Esta desigualação é fruto da centralização do capital e concentração por um lado, fragmenta-se diretamente em outro, por tanto, o capitalismo mantém relações de produção pré-capitalistas em suas periferias. Ao analisarmos o espaço como categoria, em diferentes escalas, diferentes regiões, países e continentes serão desiguais, ao serem comparadas.
O espaço tem grande importância para o capital, como deixa explícito o autor neste trecho: “Na produção, o elemento espaço aparece na instalação da fábrica; no local de obtenção da matéria-prima; no transporte; no local de moradia dos trabalhadores, entre outros fatores do processo. A própria troca de mercadorias em diferentes lugares pressupõe o espaço”. Por tanto, há uma grande necessidade para que este seja cada vez mais integrado, por isso a acumulação busca sobre tudo em acabar com os obstáculos no espaço, buscando sempre reduzir o tempo em busca de uma maximização do lucro.
Toda a diversidade de atividades produtivas cria um número crescente de ramificações, tanto na indústria como na produção agrícola e isso produz a divisão social do trabalho. Ao trazer para questão geográfica no plano territorial, temos a divisão internacional do trabalho, que se manifesta na agricultura especializada em cada país capitalista, isso ocasiona em diferentes regiões especializadas em produtos agrícolas e regimes agrários próprios, formando assim a base para o comércio internacional. Então o desenvolvimento econômico desigual, desenvolve de maneira desigual o espaço
“O desenvolvimento desigual se baseia nas contradições da lei geral da acumulação capitalista, especialmente a diferenciação entre mais-valia absoluta e mais-valia relativa, e entre capital constante e capital variável”
A lei geral de acumulação capitalista é uma contradição que se baseia no enriquecimento do capitalista e no empobrecimento do trabalhador, em um determinado momento a expansão do sistema fica limitada e para que dê sua continuidade precisa revolucionar a si mesmo, tal processo é finito e limitado.
“O capital se reproduz pelo reinvestimento do lucro no processo produtivo, para que aumente a técnica e o volume da produção, favorecendo as empresas na competição do mercado. O reinvestimento significa um aumento da composição orgânica do capital, ou seja, aumento proporcional do capital constante (meios de produção) em relação ao capital variável (força de trabalho). “
Com a força de trabalho sendo a única mercadoria possível de gerar mais lucro, o capitalista então precisa fazer o trabalhador produzir mais para ele, fazendo assim aumentar a mais-valia (“a diferença entre o valor apropriado ao final do processo e o valor da força de trabalho”).
Tal força de trabalho é limitada, o trabalhador possui limites em sua jornada de trabalho e por sua vez limites naturais do corpo. A solução que o capitalista encontra é a mais-valia relativa, que é o aumento da técnica na produção, de qualquer forma isso aumenta a exploração do trabalhador, pois aumenta o trabalho excedente que este terá na mesma jornada de trabalho.
A mais-valia relativa representa a perda de capital do trabalhador, por tanto, este trabalhador não consegue consumir e retroalimentar o sistema capitalista, causando uma crise de superprodução ou superacumulação. Esta estagnação leva o capital a caminhar pelo espaço e buscar as condições favoráveis para remediar as suas contradições.
Essa movimentação segundo Smith, se caracteriza por um “vai e vém” do capital, que caminha pelas áreas de maior desenvolvimento e menor desenvolvimento. Buscando sempre um aumento da taxa do lucro, que decresce e que novamente chega a sua estagnação, produzindo um desenvolvimento desigual constante.
Em escala global, o movimento de vaivém é substituído por um movimento de via única
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