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PRÉ - VESTIBULARES POPULARES: PROJETOS PARA EMANCIPAÇÃO DAS CLASSES SUBALTERNIZADAS

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Por:   •  24/1/2015  •  Projeto de pesquisa  •  2.982 Palavras (12 Páginas)  •  350 Visualizações

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PRÉ - VESTIBULARES POPULARES: PROJETOS PARA EMANCIPAÇÃO DAS CLASSES SUBALTERNIZADAS

André Tinoco de Vasconcelos

(UERJ/FFP)

andretinocouerj@gmail.com

INTRODUÇÃO

O movimento dos Cursos Pré- Vestibulares populares (PVPs) cresceu

muito nos anos 90, tendo contribuído bastante para isso o Núcleo

Pré-Vestibulares para Negros e Carentes (PVNC) originado na Baixada

Fluminense, no Estado do Rio de Janeiro que discute as questões do racismo,

da pobreza e do acesso à educação. Em uma época que surgem vários

movimentos pela democratização das universidades brasileiras, os PVPs são

instrumentos para o enfrentamento das resistências contra essas tentativas de

democratização, questionando as desigualdades na sociedade brasileira e

dando grande importância para a crítica e a luta pela transformação do sistema educacional brasileiro.

A importância dessa pesquisa se deve ao fato de que os PVPs se

tornaram nos anos noventa, um dos principais tipos de movimentos sociais no

Brasil, uma das principais formas de tentativa de transformar a realidade de

sujeitos desfavorecidos. Transformação que objetiva capacitar essas pessoas

para a disputa por uma vaga no ensino superior de forma menos desigual e

indo, além disso, trabalhando também com a conscientização crítica objetivando

a conquista de autonomia, assim atingido a inclusão que antes para a maioria

estava distante.

No decorrer da década os PVPs se tornaram bastante diversificados.

Grande número de cursos populares e comunitários surgiram no país ao longo

da década de noventa, cada curso apresenta diferenças em suas ações, na

formação e prática dos seus militantes, nas questões sociais que ele quer

transformar. Alguns cursos surgiram dentro das universidades como o estudo de caso da nossa pesquisa.

Para falar de como cheguei a essa temática de pesquisa, cabe uma

passagem em primeira pessoa. Minha aproximação com o tema começou

quando fui aluno de um curso popular, o Oficina do Saber, da Universidade

Federal Fluminense (UFF), em Niterói, no qual após a aprovação para o Curso

de Geografia permaneci e comecei a ganhar experiência em sala de aula.

Todavia, ainda não entendia a questão da militância em um movimento social,

que é fazer parte de um pré popular. O início da tentativa de compreensão veio

com o acesso a leituras sobre o tema.

Com certeza, como aluno tinha uma visão do curso e dos professores;

hoje, como professor há outra visão das lutas para o curso funcionar, das

disputas que fazem parte do curso e da pluralidade de idéias e pensamentos do quadro de funcionários bolsistas e voluntários. Junto dessas percepções, veio o inicio da reflexão sobre os cursos populares e a própria educação brasileira, que cresceram enquanto seguia em frente no curso de Geografia e com o trabalho no pré- vestibular, resultando nessa pesquisa. Com essa passagem em primeira pessoa, deixo claro minha intenção de construir uma teoria a partir da práxis.

OBJETIVOS

O objetivo central da pesquisa é compreender como os Pré- vestibulares

populares se põem como princípio básico a transformação de sujeitos que tem

como origem os grupos subalternos. Analisando as práticas dentro de um curso

Pré-Vestibular popular, dando atenção às diferentes concepções que os

participantes do curso têm do próprio curso, enquanto um movimento social,

discutindo através do uso de conceitos e categorias geográficas como eles se

enquadram como movimento social, como surgiram como forma de resistência

levando em conta o contexto da década de 1990 época de crise dos

movimentos sociais, focando nossa análise no Oficina do Saber (estudo de

caso).

METODOLOGIAS

O percurso que seguimos em nossa pesquisa consiste, inicialmente, fazer

uma discussão teórica com base em vários autores que escreveram sobre

movimentos sociais, tendo como base a Teoria Marxista sobre classes sociais,

dentro e fora da Geografia, para em seguida discutirmos conceitos e idéias que

auxiliaram em nossa análise como “espaços de movimentos”, autonomia,

identidade e práxis, o objetivo é produzir uma análise a partir do espaço, ou seja através de um raciocínio geográfico. Logo depois abordamos a inserção dos pré–vestibulares nesse contexto, ao longo dos anos noventa do século XX e

apresentamos o curso em que a análise foi centrada, o Oficina do Saber.

Por ultimo, através de entrevistas com integrantes do corpo docente, da

coordenação e colaboradores do curso conheceremos as diferentes visões que

eles possuem da prática dentro do pré–vestibular popular que poderão ser

entendidas como reflexo da atual situação dos movimentos sociais em geral, no Brasil e, especialmente, no estado do Rio de Janeiro.

Foi

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