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Resenha crítica - Por uma geografia nova. Santos, Milton

Por:   •  24/10/2018  •  Resenha  •  908 Palavras (4 Páginas)  •  1.310 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ[pic 1]

CENTRO DE CIÊNCIAS - CC

CURSO DE GEOGRAFIA – LICENCIATURA

DISCIPLINA: GEOGRAFIA URBANA E DOS SERVIÇOS

PROFESSOR: CLAÚDIO ANTÔNIO VIEIRA DA SILVA

GRADUANDO: ANTÔNIO LUAN CÂNDIDO COSTA

Resenha Crítica

SANTOS, Milton. Por uma Geografia Nova: da crítica a Geografia a uma Geografia crítica. 6º Ed, São Paulo. Editora da universidade de São Paulo, 2004.

O livro Por uma Geografia Nova: da crítica a Geografia a uma Geografia crítica é uma das obras mais conhecidas do autor Milton Santos, pois é fundamental para os estudos de geografia crítica no mundo devido sua complexidade e magnitude, sendo um marco na Geografia até os dias atuais. Milton Santos busca explorar as dificuldades que impossibilitam a elaboração de uma geografia com uma visão social mais construtivista e mais ampla.

O autor traz uma reflexão detalhada e crítica da Geografia e embaça novos métodos de se pensar a Geografia nos tempos atuais, para isso ele fragmenta seu trabalho em algumas analises especificas dentro da geografia que considera fundamentais para o entendimento aprofundado do espaço social. Cito aqui algumas categorias geográficas exploradas como a estrutura, processo, função, teoria, pratica, método e técnica.

Em um primeiro momento o autor trabalha com a ideia de a Geografia ainda ser reflexo de sua criação, como a conexão do colonialismo e a expansão geográfica no início do século XX que justificaram as conquistas por territórios dos países imperialistas dominantes da época. Essa análise de uma geografia colonial expõe uma crítica do autor sobre como a Geografia Humana trabalha com analogias de fenômenos históricos que não possuem um padrão de repetição, logo as rações, os grupos sociais e as relações variam de acordo com o tempo, deixando claro que é um erro aplicar uma lógica usando a história em acontecimentos do mundo recente.

Dando continuidade o autor explora os escritores clássicos e suas visões cientificas, até chegar no que ele considera a crise da geografia. Fazendo uma reflexão e expondo sua visão sobre a revolução quantitativa resultantes dos pós 2º guerra mundial, na qual tivemos grandes transformações na ciência, com o surgimento de novos paradigmas e desafios, um novo jeito de se pensar a pesquisa, com novas metas e necessidades.

Porém, Milton Santos critica os meios de construção que essa contribuição quantitativa trouxe, por não ter sido sistematizada, não tento uma preocupação com a melhoria da teoria, não levando assim a um progresso cientifico. O autor ainda alerta sobre a exclusão dos movimentos sociais no processo cientifico que a “Nova Geografia” desconsidera, deixando de lado os espaços de movimentos permanentes nas sociedades. Ou seja, ignorando a dinâmica do espaço, que é sim afetado pelos processos humanos e de produção ao longo do tempo.

A obra também destaca as inúmeras tentativas da ciência geográfica em atingir a interdisciplinaridade, pois o senso comum considera dever do geógrafo trabalhar de formar interdisciplinar, mesmo que saibamos que isso não é possível. Muito pelo contrário, percebemos que as disciplinas que buscam se aproximar desse conceito, acabam criando seus próprios métodos e se isolando de fato de uma integração social de disciplinas.  Isso é reflexo do equívoco cometido entre o que é interdisciplinaridade e multidisciplinaridade, onde a primeira é uma contribuição de diversas disciplinas para estudo de um fenômeno, e a segunda é uma integração dessas disciplinas para a compreensão do mesmo objeto de estudo.

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