Resumo: A Climatologia dos geógrafos uma abordagem geográfica do clima
Por: Edson Abreu • 11/12/2017 • Resenha • 972 Palavras (4 Páginas) • 827 Visualizações
RESUMO
EDSON ABREU
SANT'ANNA NETO, João Lima . História da climatologia no Brasil. Cadernos Geográficos (UFSC), Florianópolis, v. 7, p. 88-105, 2004
A CLIMATOLOGIA DOS GEÓGRAFOS: A CONSTRUÇÃO DE UMA ABORDAGEM GEOGRAFICA DO CLIMA
O trabalho de Emmanuel de Martonne “de certa forma, foi o ponto de partida para o entendimento de todo o desenvolvimento da Geografia do Clima e, a partir do qual, os desdobramentos e mudanças de paradigmas se sucederam ao longo do século XX”. No Brasil, influenciado por de Martonne, o pioneiro em estudos geográficos do clima seria Carlos Delgado de Carvalho.
Pode-se considerar “o período que se estende de 1827, quando da criação do Observatório Astronômico do Rio de Janeiro, até 1889 quando foi publicada a primeira monografia sobre o clima do Brasil” o “embrião do nascimento da Climatologia e da Meteorologia brasileira”. Onde foram realizados estudos precários feitos não por geógrafos, pois ainda não tínhamos cursos de geografia no país, mas por estudantes de medicina preocupados com as questões de salubridade e higiene pública da época.
O período que vai de 1889 até 1934 é onde estudos mais complexos que buscavam uma caracterização geral dos climas brasileiros e da compreensão dos mecanismos de circulação atmosférica começam a surgir com os trabalhos de Henrique Morize, Frederico Draenert, Afrânio Peixoto, Carlos Delgado de Carvalho, Belfort de Mattos e Joaquim Sampaio Ferraz.
Já o período seguinte que vai de 1934 até 1964 é o primeiro verdadeiramente geográfico, com o estabelecimento dos cursos de geografia nas universidades de São Paulo e do Rio de Janeiro em 1934 além da fundação de diversas entidades no mesmo ano (IBGE em 1934) ou nos anos seguintes (AGB em 1935, CNG em 1937 e a Revista Brasileira de Geografia em 1939) iniciam a implantação da geografia cientifica no Brasil.
Na década de 40 as primeiras teses de doutorado em geografia foram apresentadas e a gradualmente a temática e o estudo da climatologia foi avançando e Ary França em 1945 introduziu sua concepção de abordagem geográfica do clima e insistiu, contrariando parte da literatura nacional, na climatologia como disciplina separada da meteorologia.
Um dos que influenciou Ary França foi Max Sorre, de base lablacheana, com sua obra intitulada “Les Fondements Biologiques de la Géographie Humanine” nela ele propõe “ uma revisão conceitual que substituísse as definições de tempo e de clima a partir de parâmetros estatísticos médios” criticando o uso exagerado de valores médios e propondo que se olhe o clima por seu caráter dinâmico, definindo assim o complexo (ou meio) climático. Essa critica de Sorre permitiu uma revolução paradigmática na climatologia na década de 50 na França por Pierre Pédélaborde e no Brasil na década de 1960 por Carlos Augusto de F. Monteiro onde as noções de dinâmica, gênese e ritmo passaram a constituir os fundamentos do entendimento do fenômeno atmosférico.
O RITMO COMO FUNDAMENTO DO CLIMA: MONTEIRO E O ESTABELECIMENTO DE UM NOVO PARADIGMA
Em sua passagem pela Faculdade de Filosofia de Rio Claro Monteiro acaba “elegendo a Climatologia como o seu maior foco de interesse. Publicou então uma série de artigos em que propunha uma reflexão crítica sobre a climatologia e divulgava uma série de ensaios em busca de um novo paradigma para a análise geográfica do clima (Monteiro, 1962, 1963b e 1964)” em 1967 defende sua tese de doutorado “trabalho este inovador não somente pelas contribuições teóricas e aplicação de técnicas estatísticas e cartográficas, como também pela proposta metodológica de análise do clima na perspectiva genética, dinâmica e rítmica”.
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