Áreas de Fixação Humana: Áreas Rurais e Áreas Urbanas
Por: Quéque Pereira • 26/2/2019 • Trabalho acadêmico • 1.949 Palavras (8 Páginas) • 379 Visualizações
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Áreas de Fixação Humana: áreas rurais e áreas urbanas
As formas como o Homem tem povoado e habitado a superfície da Terra são muito variadas. Povoamento é a forma de ocupação de um território pelo Homem.
O espaço do território ocupado pelo Homem subdivide-se em duas grandes áreas: a área rural e a área urbana.
Os aglomerados populacionais podem apresentar-se de três formas (mais visíveis nas áreas rurais):
- Povoamento concentrado: quando as habitações se distribuem em zonas específicas, formando núcleos habitacionais onde as casas se encontram muito concentradas, rodeados por grandes áreas agrícolas (fig. 1).
- Povoamento disperso: as habitações encontram-se espalhadas (dispersas) na paisagem, rodeadas por campos agrícolas, normalmente distantes entre elas (fig. 2).
- Povoamento linear: as habitações localizam-se ao longo de vias de comunicação, ou de rios, dispostas paralelamente a essas vias (fig. 3).
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Fig. 1 Fig. 2 Fig. 3
As áreas rurais são locais onde não se registam elevadas densidades populacionais e onde a paisagem e a atividade agrícola predominam. São disso exemplo muitas aldeias do interior do país.
As áreas urbanas são locais com elevada concentração populacional e grande número de elementos humanos na paisagem. São disso exemplo as cidades.
Características do espaço urbano:
- Edifícios de muitos andares (construção em altura) e ruas que se cruzam em várias direções.
- Concentração de Monumentos Históricos.
- Quantitativo elevado de População (elevada densidade populacional).
- Grande densidade de infraestruturas, de vias de comunicação e de transportes.
- Poucos espaços verdes e de lazer.
- Forte concentração de atividades ligadas ao comércio e aos serviços (setor terciário).
Características do espaço rural:
- Construções mais ou menos dispersas de um ou dois pisos.
- Existência de muitos espaços livres.
- Quantitativo reduzido de População (baixa densidade populacional).
- Predomínio de atividades ligadas essencialmente à natureza, por exemplo agricultura (setor primário).
Nota: a densidade populacional é a medida que expressa a relação entre a população e a área do território que se está a considerar. É muitas vezes expressa em habitantes por quilómetro quadrado. Calcula-se dividindo o número de habitantes (população bruta) pela área a considerar (em quilómetros).
O espaço rural e o espaço urbano não são independentes um do outro. Existem relações de complementaridade entre ambos, isto é, o espaço rural complementa o espaço urbano e vice-versa, uma vez que fornecem/recebem bens e serviços um do outro e estão dependentes um do outro. Como exemplos de bens que as áreas rurais fornecem temos os produtos hortícolas, fruta, carne, leite, madeira, minerais, etc., e de serviços temos as atividades de lazer, contacto com a natureza, etc. Já as áreas urbanas fornecem bens como materiais/equipamentos produzidos nas indústrias (como calçado, vestuário, eletrodomésticos, máquinas agrícolas, automóveis, pesticidas, etc.) e serviços como os seguros, bancos, hospitais, ensino superior, tribunais, etc.
As cidades
Fatores de localização das cidades: a localização de uma cidade é determinada por fatores físicos e humanos: relevo, litoralização, proximidade de fontes de extração mineira, proximidade de outras cidades, decisão política.
- Relevo: assumiu especial importância na localização de muitas cidades medievais, que se instalaram no cimo das colinas para uma defesa facilitada ou então, nos vales dos rios onde existiam áreas aplanadas, solos férteis e abundância de água para abastecimento das populações. Como exemplo temos as cidades de Leiria e Lisboa em colinas, Londres e Roma em vales perto de rios.
- Litoral: a proximidade do mar além de permitir uma melhor defesa, favorecia as trocas comerciais e as comunicações. Ex. Porto, Sidney.
- Proximidade de minas de carvão e ferro: como no caso da cidade de Manchester (Inglaterra), este fator foi de crucial importância para o desenvolvimento de várias cidades, sobretudo inglesas, local onde se deu a Revolução Industrial.
- Proximidade de outras cidades: este fator foi importante sobretudo no decorrer do século XX. Estas cidades suburbanas designam-se também por cidades-satélite ou cidades-dormitório. Nestas cidades surgem da necessidade de áreas residenciais para as pessoas que trabalham nas grandes cidades. Como exemplo temos a cidade da Amadora, Almada e Vila Nova de Gaia.
- Decisão política: tem em vista o desenvolvimento e a fixação de população em certas regiões menos povoadas, como por exemplo Brasília e Camberra.
A distinção entre espaço urbano e espaço rural nem sempre é fácil, uma vez que as cidades têm crescido muito e têm alcançado os limites das áreas rurais.
A definição de cidade varia de país para país. Cada país adota os critérios de definição de cidade que mais lhe convêm. Existem vários critérios, sendo os mais utilizados os critérios demográfico e funcional.
- Critério demográfico: tem em consideração a população absoluta da cidade (densidade populacional).
- Critério funcional: tem em consideração as funções ou atividades desempenhadas na cidade (residencial, comércio, serviços, etc.)
A Lei n.º 11/82, de 2 de junho, no seu artigo 13.º, define as condições necessárias para que uma vila possa ser elevada à categoria de cidade (segundo critérios demográficos e funcionais). Assim, é necessário que essa vila tenha no seu aglomerado populacional mais de 8000 eleitores e possua, pelo menos, metade de uma lista de equipamentos coletivos. No entanto, a lei prevê que, por razões históricas, culturais ou arquitetónicas haja vilas que possam ser elevadas a cidade, apesar de não cumprirem os critérios definidos.
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