OS CONCEITOS INTRODUTÓRIOS PARA ESTUDANTES DA ÁREA DA SAÚDE
Por: Guadalupe Pari • 9/6/2021 • Resenha • 12.052 Palavras (49 Páginas) • 418 Visualizações
Universidade Ibirapuera – Psicologia 9˚ Semestre
GUADALUPE CAROLINA PARI CARRENO – 52275660
FICHAMENTOS – TEORIA E TÉCNICA PSICOTERÁPICA
TEXTO 1: PSICOTERAPIAS: CONCEITOS INTRODUTÓRIOS PARA ESTUDANTES DA ÁREA DA SAÚDE
Flávia de Lima Osório
Ana Irene Fonseca Mendes
Caroline da Cruz Pavan-Cândido
Uanda Cristina Almeida Silva4
Aspectos históricos e conceituais
O termo psicoterapia tem como origem grega a definição de curar a mente o qual desde o final do século XIX foi utilizado como forma de tratamento. Seus primórdios foram construídos através do hipnotismo, em particular por Josef Breuer que fez uso da psicoterapia para tratar de pacientes histéricas. Freud também aderiu a aplicação da psicoterapia porém com foco nos efeitos imediatos que ocorriam na mesma e na importância da relação paciente-psicoterapeuta.
De aí em diante, abandonou-se o uso da metodologia hipnose-catártica, e passou a se abordar os acontecimentos relatados do consciente do indivíduo durante a hipnose por meio da associação livre, uso do divã e a interpretação dos sonhos. Através dessas novas técnicas, Freud estudou e trabalhou a resistência que existia na psique humana ao tentar impedir o acesso ao seu inconsciente, assim como a transferência que era gerada através da relação clinica. Dessa maneira surgiu a psicanálise, a primeira psicoterapia reconhecida.
Na atualidade podemos explicar a psicoterapia como um mecanismo de tratamento, baseado em conceitos teóricos e técnicos, o qual através de noções da psicologia como a comunicação e a relação terapêutica se almeja dar um suporte ao paciente e guiá-lo no entendimento e compreensão dos seus problemas de ordem emocional, cognitivo ou comportamental, para que o mesmo consiga lidar com eles.
Hoje em dia, além da psicanálise, existem diversas escolas teóricas e técnicas que surgiram com mais abordagens psicoterápicas as quais comprovaram sua efetividade através de uma variedade de estudos clínicos. Vale ressaltar que isso implica não somente o acesso ao tratamento de transtornos mentais ou problemas de saúde, mas também ajuda no autoconhecimento e no aumento de qualidade de vida do individuo.
De acordo com Schnyder, a psicoterapia é um dos tratamentos mais eficazes no ramo da Medicina, tanto é que foi realizada a inclusão como beneficio aos usuários de plano de saúde.
Psicoterapias: semelhanças e diferenças
Mesmo com toda a variedade de teorias na psicologia, podemos encontrar algumas semelhanças entre elas como: a necessidade de se manter um bom vínculo terapêutico, a ideia do paciente de que o psicoterapeuta irá auxiliá-lo com a resolução dos seus problemas, a suposição de um modelo teórico que pressupõe uma justificativa plausível para os sintomas e problemas, e como alcançar um sistema para apoiar o paciente com a solução dos mesmos.
Por sua vez, quando falamos sobre as particularidades da técnica, podemos observar algumas diferenças entre as abordagens, as mais relevantes referem-se ao objetivo e instrumentos empregados no processo psicoterapêutico, periodicidade das sessões, tempo de continuidade do tratamento, setting utilizado na prática, entre outros.
Conceitos teóricos básicos em psicodinâmica
A teoria psicanalítica tem como referência o trabalho de Freud, A interpretação dos sonhos, no qual ele fundamenta que é através do sonho que conseguimos acessar o inconsciente da psique humana, sendo que estes podem ser considerados uma manifestação dos desejos mais intrínsecos e dos mecanismos de defesa que atuam como forma de encobrir esses desejos, também chamado de repressão.
A pesar da conceituação que se tem na atualidade sobre a teoria da psicanálise e a sua evolução, Freud já assumia o inconsciente como um espaço que influencia o homem e no qual é determinado a compreensão que se tem por tudo o existente, tanto no subjetivo como no palpável.
De inicio, acreditava-se na divisão da psique humana entre o consciente, pré-consciente e inconsciente como o primeiro arquétipo da mente humana para a psicanálise, também denominada como primeira tópica.
Por sua vez, quando nos referimos ao processo da transferência, uma das ferramentas primordiais da teoria psicanalítica fundamentada por Freud, instituída através de que mesmo que algumas questões retraídas não conseguissem ser recordadas através da memoria poderiam ser alcançadas pelo comportamento repetitivo, os quais podem ser sintomas ou necessidades, com o fim de elaborar as mesmas.
Após alguns anos com essa perspectiva, Freud especulou uma nova divisão, a segunda tópica, a qual organizou em três instâncias de maneira que se tivesse uma compreensão mais assertiva sobre o funcionamento psíquico. Elas são o Id, Ego e Super Ego.
Essa instâncias são compreendidas da seguinte maneira, o Id é formado pelos impulsos, instintos e desejos primitivos, por outro lado existe o Ego que é mais racional e atua como um mediador e busca facilitar a interação do Id com o Super Ego, o qual é responsável pelo normativa da vida psíquica, defendendo os valores e moral da vida externa, barrando assim os impulsos latentes. Do ponto de vista da psicanálise é a interlocução dessas instancias que estabelece como a psique humana se comporta.
Conceitos técnicos básicos em psicodinâmica
A técnica da psicanálise originou-se com o objetivo de alcançar o inconsciente do indivíduo, uma ferramenta utilizada para isso foi o emprego da associação livre, o qual é considerado como a ação do paciente relatar tudo o que vem a mente durante o atendimento. Deve-se prestar atenção não somente ao que é relatado mas a forma como é relatado, as expressões do paciente, as quais permitem a aproximação do terapeuta com as questões reprimidas do inconsciente do sujeito.
A transferência é um elemento referencial da psicanálise, uma vez que são trazidas de volta os tipos de relação primária do sujeito, na relação psicoterapêutica. Forma-se então um estado no qual é possível a aparição de fantasias, desejos e impulsos que estavam inconscientes e que precisam ser abrangidos pois eles representam o sistema mental do paciente e o manejo das relações interpessoais que ele tem.
Também há a contratransferência, a qual se acredita ser relevante da mesma forma, já que este aspecto intermedia a comunicação exercida entre a psique do terapeuta e do paciente e pode ser um dispositivo favorável a empatia. Ambas as concepções são conhecidas e exercidas até a atualidade e apesar das diferenças que podem ser encontradas por causa das diversas teorias psicanalíticas, sempre são percebidas nas relações de cuidado.
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