A Cleópatra VII: Rainha dos Reis

CLEÓPATRA VII- “rainha dos reis”^[1]

Cleópatra foi a última rainha do Egito antes da conquista e anexação do território egípcio por Roma. Sua história começa em aproximadamente 332 a.C quando o conquistador Alexandre Magno (356- 323 a.C) chega ao Egito e dá início ao período Helenístico na terra dos faraós. Ele também fundou a cidade de Alexandria e a transformou na nova capital do Egito. Foi nessa cidade que Cleópatra nasceu e viveu boa parte de sua vida.                                                                 Alexandre morreu em 323 a.C, e não proclamou herdeiros, foi então que ocorreu a divisão de seu reino. Um de seus generais, Ptolomeu, se torna o governante do território egípcio. Ptolomeu I Soter (305- 282 a.C) dá início a dinastia dos Ptolomaicos, ou Lágidas, como ficaram conhecidos. Tal dinastia, foi marcada por intensas disputas políticas. Contudo, além de suas tragédias, a dinastia Lágida também ficou conhecida por seu glamour e amor às artes e a filosofia. Cleópatra VII pertencia a dinastia Ptolomaica, ela nasceu em Alexandria em 69 a.C, seus pais eram Ptolomeu XII Aulete (80- 51 a.C), sua mãe não se sabe ao certo. Era a segunda filha de cinco irmãos. Com a morte de seu pai em 51 a.C, Cleópatra então com dezoito anos, casou-se e subiu ao trono como rainha regente com seu irmão Ptolomeu XIII (51- 47 a.C) que então tinha apenas dez anos de idade.

A partir desse momento, a rainha passou a usar as eclipeses Cleópatra VII théa philopator, que em grego significa “deusa que ama seu pai”. Os governantes Lágidas eram divinizados, descendentes de Alexandre o Grande (356- 323 a.C) deveriam ser cultuados assim como tal. Contudo, apesar da riqueza do Egito e da suntuosidade dos Ptolomaicos, o Egito sofria constante ameaça de domínio por parte do Império Romano, que estava em expansão sobre diversos territórios e que mantinha o próprio Egito sob sua tutela. Ptolomeu XII (80- 51 a.C), pai de Cleópatra, realizou em seu governo diversos acordos com os romanos a fim de manter um reino autônomo. E foi nesse contexto de acordos políticos para manter um Egito independente, que nasceu, cresceu e viveu a rainha Cleópatra.

Apesar de um desafeto longínquo entre alexandrinos e romanos, foi a dois deles que pertenceu o coração de Cleópatra. Julio César (100- 44 a.C) conheceu a jovem quando ela foi exilada de Alexandria acusada pelo séquito de seu irmão de conspirar para governar sozinha. O romano chegou à cidade alexandrina em 47 a.C e foi surpreendido com a ousadia da jovem, quando ela pediu a seu servo fiel, Apolodoro, entregar um saco de estopa em mãos ao general como um presente, e dentro dele, Cleópatra se encontrava escondida. Este fato ficou tão famoso e repercutiu ao longo do tempo, que mais tarde foi dito que a rainha se enrolará em um tapete, para assim, dar uma pitada de glamour a história. Cleópatra se tornou aliada política de Julio César, e mais do que isso, os dois se tornaram amantes. O fruto desta relação se chamaria Cesário, ou pequeno César, como os egípcios carinhosamente chamavam o filho de Cleópatra e Júlio César.

 Depois do assassinato de Júlio César em 44 a.C pelos conspiradores do Senado romano, Cleópatra se viu sozinha. Foi então que houve a aproximação entre ela e Marco Antônio, cônsul romano que lutou ao lado de Julio César na guerra civil romana e um dos homens de inteira confiança de César. Assim como ele, Antônio rendeu-se aos encantos da rainha egípcia. Os dois se tornariam amantes e teriam três filhos. Foi junto a Marco Antônio que Cleópatra empreendeu uma guerra contra Otávio, sobrinho de Julio César e rival do casal. Derrotados, ambos se suicidaram. O suicídio da rainha se tornaria lenda, segundo a hipótese mais aceita, ela teria se suicidado pela picada de uma serpente, assim, foi vítima de uma morte rápida e digna, pois não sofreria a humilhação de ser prisioneira de seu inimigo Otávio.