A trajetória do ensino de história até as reformas curriculares dos anos 1990
Por: Caroline Teixeira • 21/1/2016 • Trabalho acadêmico • 1.272 Palavras (6 Páginas) • 512 Visualizações
Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP
Instituto de Ciências Humanas e Sociais- ICHS
Departamento de História- DEHIS
Disciplina: Ensino de História – 2015.1
Docente: Marcelo Santos de Abreu
Discente: Caroline Teixeira Alves do Nascimento 14.1.3999
A trajetória do ensino de história até as reformas curriculares dos anos 1990
Resumo: Este trabalho tem como recorte temporal o início da preocupação do ensino de História no Brasil até as reformas curriculares dos anos 1990, e como objetivo, buscaremos analisar as transformações ocorridas na área educacional e construção da cidadania. Neste sentido, tendo como fonte principal textos trabalhados em sala de aula e bibliografias complementares, visamos articular elementos deliberativos no encadeamento desses momentos.
Palavras-chaves: ensino; história; Brasil; PCNs
Desde a fundação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) no século XIX até os dias atuais, depreende-se uma preocupação associada ao ensino de História no Brasil. Os intelectuais que constituíam o IHGB visavam a construção de um tempo moderno através do incentivo ao ensino público, a publicação de arquivos e documentos importantes para a história do Brasil e o ensino de história; sem deixar de ter o passado como o guia para o futuro e a constituição de uma história cívica.
As discussões pertinentes a proliferação do ensino de história intensificou-se no início do século XX, no qual diversos autores de livros didáticos “ apostavam na eficácia do ensino de História na formação de um cidadão adapto à ordem social e política vigente”.[1] Ou melhor, buscava-se implantar na população um espírito patriota, com “ noções de pátria, tradição, família e nação”.[2]
Durante o regime militar essas noções patriotas exacerbaram-se mais. Não havendo grandes mudanças nas diretrizes curriculares, o ensino da história continuava cívico; ademais, os principais personagens idolatrados da história eram os do novo regime e a história se adequava de acordo com o sistema autoritário:
[pic 1]
Ao longo dos anos 1970 com a crise do regime militar e as lutas político-sociais, ocorrera a influência de diversos historiadores ingleses passando alheios pela censura, como Eric Hobsbawn. Essas influências foram de suma importância a respeito do ensino de história, pois os historiadores brasileiros iniciaram reflexões e questionamentos sobre “ novas problemáticas e temáticas de estudo, sensibilizados por questões ligadas à história social, cultural e do cotidiano, sugerindo possibilidades de rever no ensino de 1º e 2º graus o formalismo da abordagem histórica denominada de ‘tradicional’”.[3]
[pic 2]
Diversos foram os fatores para essas propostas curriculares, a realidade brasileira era outra, por exemplo, o país sobejava um período de migrações para as áreas urbanas e essas transformações salientava individuação econômica, social e cultural. Ou seja, era preciso a democratização do ensino e foi proposto “ um ensino de História voltado para a análise crítica da sociedade brasileira, reconhecendo seus conflitos e abrindo espaço para as classes menos favorecidas como sujeito da História”.[4]
A implantação dessas propostas demorara um tempo para ocorrer, por isso, muitos professores prepararam seus próprios “currículos”, posteriormente, as editoras paulistas adotaram o mesmo procedimento. Por exemplo, “ o programa curricular implantado em Minas Gerais, em 1986, foi considerado, por muitos, como uma síntese das expectativas de um ensino de História democrático e participativo, e que refletia o momento político vivido então. ”[5]
Em meados dos anos 1990, o Brasil participou da Conferência Mundial sobre Educação para todos, deste modo, o Ministério da Educação (MEC) disseminou os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) com o intuito de promover a “educação básica com base nos princípios da equidade e qualidade”.[6] Para a elaboração desses parâmetros curriculares, foram necessários diversas pesquisas e estudos, baseando-se nos estados e municípios do país, afim, de promover a diversidade e imiscuindo a cidadania:
[pic 3]
No entanto, os PCNs apresentam uma situação paradoxal em relação a sua elaboração, pois ela propõe um comprometimento com o exercício da cidadania, todavia, o envolvimento da sociedade na construção desta é negligenciado. Outro fator indisfarçável é que “ a Associação Nacional de História (ANPUH) nunca foi solicitada a participar, enquanto entidade, de qualquer elaboração das propostas”.[7]
Em referência ao ensino de História, os parâmetros curriculares defendem a ideia de despertar o saber histórico e tornar o aluno mais crítico. Para que isso seja possível, são trabalhados quatro eixos temáticos no Ensino Fundamental, divididos em: primeiro ciclo (1º e 2º séries); segundo ciclo (3º e 4º séries); terceiro ciclo (5º e 6º séries) e quarto ciclo (dividido em dois subtemas). Quanto a proposta para o Ensino Médio, “a História é apresentada como parte integrante da área: ‘Ciências Humanas e suas Tecnologias’”.[8]
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