CULTURA, CULTURAS: UMA PERSPECTIVA HISTORIOGRÁFICA.
Por: Bernard Veronese Copque • 11/3/2016 • Resenha • 866 Palavras (4 Páginas) • 1.691 Visualizações
CULTURA, CULTURAS: UMA PERSPECTIVA
HISTORIOGRÁFICA.
REVEL, Jacques. “Cultura, culturas: uma perspectiva historiográfica” In: Jacques
Revel. Proposições. Ensaios de história e historiografia. Rio de Janeiro: Ed. UERJ,
2009, 97137
Bernard Veronese Copque
O ensaio “Cultura, culturas: uma perspectiva historiográfica” foi escrito por Revel em
2009, e faz parte do seu livro “Proposições”. Em “Cultura, culturas” Revel aborda o ápice da
historiografia da chamada Nova História Cultural, assim como os fenômenos que, segundo ele, são
fundamentais para se compreender o processo de transição das escolas historiográficas clássicas
para uma escola de abordagem cultural.
historiadores da década de 1970/80, segundo ele, desde fins do século XVIII já se pensava a
cultura como elemento de análise da sociedade, entretanto, o que Revel pontua é que a definição
assim como o conceito de cultura sofreram transformações que mudaram a forma de se perceber os
“objetos culturais”. Nesse sentido, o que diferencia a história cultural clássica, de meados do
século XVIII e XIX, da nova história cultural, da segunda metade do século XX, é o próprio
conceito de cultura.
podem ser compreendidos como “formadores” da Nova história cultural. A primeira parte remete-
se ao boom da Nova história pontuando dois fenômenos responsáveis por essa transição: o
primeiro, a decadência de grandes modelos teóricos, principalmente explicativos e analíticos que
tinham por objetivo uma visão global do mundo sócio histórico, e durante tempos reinaram sob a
cabeça dos historiadores; o segundo fenômeno remete a noção de cultura e a reformulação do
conceito, influenciada principalmente pela antropologia. O último fenômeno, para Revel, teve
pontos tanto positivos quanto negativos, positivos quanto a multiplicação de objetos para a análise
do historiador – devido a compreensão do tudo ser social ,mas também um relativismo cético,
ocasionado também por uma turbulência epistemológica, que de positivo, segundo o autor, teve a
liberdade crítica dos autores.
A segunda parte do ensaio dedicase as primeiras análises de uma história cultural clássica
que compreendia a cultura como uma totalidade homogênea. Tal historiografia, presente em fins
do século XVIII, acabou por receber de Hegel elementos para concretizar tal pensamento de
“cultura unitária”, como é caso do pensamento exegético defendido pelo filósofo. Para Hegel a
cultura encontravase entre o material e o espiritual, entre o animal e o ideal, por isso, para
classificála Hegel buscava em formulações explicativas um princípio de classificação. Gombrich,
citado por Revel, contesta tal posição, e busca acabar com o princípio de um todo coerente regido
por um princípio exegético defendendo uma análise dos traços sinaléticos da cultura como questão
de reflexão para o historiador.
buscavam compreender as particularidades da cultura, tendo como espaço a época das massas.
Segundo o autor, termos como sociologia e mentalidade emergem nesse período tentando suprir as
novas expectativas que surgiam aos historiadores, como: explicar fenômenos coletivos da
sociedade. Citando Febrve, o autor sugere que a busca nesse momento era por compreender o que
havia de comum em um conjunto sócio histórico.
abordagem holística da cultural cultura como um todo e nos dá exemplos da influência da
antropologia na concepção do que os historiadores passaram a perceber como os fenômenos de
representação e significação dos elementos de uma cultura. Dois antropólogos são citados por
Revel como exemplo de tal influência, são eles Sahlins e Geerts. O primeiro defende uma posição
de
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