Fichamento Conflitos e Guerras
Por: Manu Martins • 25/10/2017 • Resenha • 1.482 Palavras (6 Páginas) • 409 Visualizações
Fichamento
Conflitos e Guerras (pp.83-95) 4° capítulo
HOBSBAWM, Eric J. A Era do Capital. Trad. Luciano Costa Neto. 3 ed. São Paulo – SP: Paz e Terra, 2012.
“[...] a grande expansão da década de 1850 marca a fundação de uma economia industrial global e de uma única história mundial”. (p.83).
“De fato, os problemas sociais agora pareciam mais contornáveis em virtude da grande expansão, da adoção de política e instituições adequadas ao desenvolvimento capitalista irrestrito, e da abertura de válvulas de escape – pleno emprego e imigração – suficientemente amplas para reduzir as pressões do descontentamento da massa. Mas os problemas políticos permaneceram, e pelo final da década de 1850, estava claro que não podiam ser evitados por muito mais tempo”. (p.83)
“Liberalismo e democracia radical, ou pelo menos o desejo por direitos e representação não podiam ser separados, na Alemanha ou Itália, no Império dos Habsburgos ou mesmo no Império Otomano e nas fronteiras do Império Russo, das ambições por autonomia nacional, independência ou unificação”. (pp.83-84)
“Na prática, ambas as unificações implicavam enfim em guerras”. (p.84)
“Falando em termos gerais, a partir do final da década de 1850, estes governos encontraram-se novamente diante de agitação política doméstica, provocada por uma classe média liberal e alguns democratas radicais, eventualmente mesmo por alguma força emergente do movimento operário”. (p.84)
“Entretanto, estas novas agitações não eram revolucionárias, exceto em um ou dois lugares onde puderam ser isoladas ou contidas”. (p.84)
“Mais que isso, a coisa mais significativa a respeito da década de 1860 foi que, não apenas governos mantinham quase sempre a iniciativa e quase nunca perdiam (senão momentaneamente) o controle da situação que podiam sempre manipular, mas também que podiam sempre conceder as reivindicações de suas oposições populares em todos os acontecimentos a oeste da Rússia. Esta foi uma década de reformas, liberalização política, mesmo de algumas concessões ao que era chamado ‘as forças da democracia’”. (p.85)
“A monarquia dos Habsburgos depois de 1860 simplesmente desistiu de tentar governar como se seus governados não tivessem opiniões políticas. Daí em diante, concentrou seus esforços em encontrar alguma coalizão de forças entre suas numerosas e díspares nacionalidades, uma qualquer que fosse suficientemente forte para manter o resto politicamente imóvel, apesar de todas agora receberem certas concessões educacionais e linguísticas [...]”. (p.85)
“A política dos dirigentes da década de 1860 estava portanto determinada por três considerações. Primeiro, eles se encontravam numa situação de mudança política e econômica que não podiam controlar, mas a qual precisavam se adaptar. [...]Segundo, eles precisavam determinar que concessões às novas forças poderiam ser feitas sem ameaçar o sistema social [...]. [...]em terceiro lugar, eles tinham a sorte de poder tomar ambas as decisões em circunstâncias que lhes permitiam uma considerável iniciativa, campo para manipulação e que lhes faziam capazes, em alguns casos, até de agir com virtual liberdade para controlar o curso dos acontecimentos”. (p.86)
“E os mais bem sucedidos foram aqueles que souberam virar as novas e antigas forças políticas não-oficiais para sua própria vantagem, aprovassem elas a política destes governantes ou não. Napoleão III caiu em 1870 porque não conseguiu fazê-lo. Mas dois homens provaram ser incomumente eficientes nesta difícil operação, o moderado liberal Cavour e o conservador Bismarck”. (p.86)
“Ambos eram profundamente antirevolucionários e sem nenhuma simpatia pelas forças políticas, cujos programas entretanto eles seguiram e cumpriram, exceto quanto às suas implicações democráticas e revolucionárias”. (p.86)
“As operações destes chefes de estado ainda inspiram admiração por seu brilhantismo técnico. Entretanto, o que os fazia tão surpreendentes não era apenas talento pessoal, mas a amplitude pouco usual de ação de que dispunham, graças à falta de um sério perigo revolucionário e a existência de rivalidade internacional a um nível incontrolável. As ações de movimentos não-oficiais ou populares, demasiado fracos para conseguir alguma coisa por si próprios, ou fracassaram ou tornaram-se subordinados a mudanças decididas de cima”. (p.87)
“Em nenhum momento a esquerda italiana conseguiu concretizar a república democrática italiana, que era vista como o complemento essencial à unidade”. (p.88)
“Não diminuímos os méritos dos grandes dirigentes políticos da década de 1860 ao dizer que suas respectivas tarefas foram grandemente facilitadas porque podiam introduzir mudanças constitucionais de maior magnitude sem drásticas consequências políticas [...]. Neste período, tanto a ordem doméstica quanto a internacional podiam ser consideravelmente modificadas com um risco político comparativamente pequeno”. (p.88)
“No tempo das revoluções, ou melhor, depois da derrota de Napoleão [...] os governos das grandes potências tiveram o maior cuidado em evitar conflitos de maior importância entre si, já que a experiência havia mostrado que grandes guerras e revoluções caminham juntas”. (p.88)
“A geração posterior a 1848 foi uma era de guerras e não de revoluções. Algumas delas foram de fato o produto de tensões internas, ou de fenômenos revolucionários ou quase-revolucionários”. (p.88)
“[...] as únicas questões internacionais que contavam eram as relações entre as cinco grandes potências europeias, cujos conflitos pudessem resultar em guerras de maior importância, os seja, Inglaterra, Rússia, França Áustria e Prússia [...]”. (p.89)
“Por mais de 30 anos depois da derrota de Napoleão em 1815, nenhuma das grandes potências havia usado armas entre si, limitando suas operações militares à supressão da subversão doméstica ou internacional, a vários conflitos locais, nem para se expandirem no resto atrasado do mundo”. (p.89)
“As décadas subsequentes viriam a ser bastante diferentes”. (p.89)
“Enquanto as ambições francesas estivessem situadas bem longe, não afetavam particularmente o sistema de poder europeu; mas quando elas tomavam lugar onde as potências europeias estivessem exercitando sua rivalidade, vinham trazer perturbação ao que já era um equilíbrio bastante delicado”. (p.90)
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