Resumo do Texto: O Teatro das Oligarquias Uma Revisão da “Política do café com leite” Cláudia ViscardiTexto: O Teatro das Oligarquias Uma Revisão da “Política do café com leite” -Cláudia Viscardi
Por: Danyele Nayara • 25/11/2015 • Trabalho acadêmico • 919 Palavras (4 Páginas) • 2.275 Visualizações
Resumo do Texto: O Teatro das Oligarquias
Uma Revisão da “Política do café com leite”- Cláudia Viscardi
Tradicionalmente quando estudamos a primeira república privilegiamos a união entre Minas e São Paulo - na qual costumou-se chamar de ‘’política do café com leite’’- em função da aliança entre esses dois estados. São Paulo, maior produtor de café, e Minas Gerais com maior destaque para a agropecuária. Desta maneira, este período que vai da república dos militares até a Revolução de 1930 ficou consagrado pela historiografia como uma política de oligarquias, na qual prevaleceu esta aliança do café com leite.
O que se estabelecia nesta aliança que a historiografia sempre nos trouxe como um jogo de alternância, uma balança harmônica? Minas e São Paulo na condição de maiores estados onde em São Paulo economicamente mais forte e com um desenvolvimento muito maior em relação aos outros estados por causa da atividade cafeeira, e Minas não somente pela posição econômica que ela ocupa, mas principalmente pela quantidade de votos que disponibiliza. Em função disso SP estabelece essa união com MG e o estado do RS, o terceiro estado mais forte economicamente, que daria suporte a esta aliança.
Diadaticamente nos é colocado que em nível federal nós temos esta aliança e em nível estadual, temos a política dos governadores. Alguns autores que compartilham desta pespectiva historiográfica são aqui confrontadas pela Claudia Viscardi. Sua tese produzida em 1999, vem contextar a política do café com leite que prevalece na historiografia.
De acordo com a revisão que a autora faz, percebe-se que a maioria dos autores em suas perspectivas que defendem esta aliança trazem uma discordância no que diz respeito a questões como: como ela começou? o que levou o seu fim? etc. Entretanto é consenso entre eles que esta aliança de fato existiu. Nestas condições, o jogo político funcionava como uma grande orquestra que se consolidava de maneira muito harmônica. Para eles a aliança do café com leite possúia uma grande estabilidade, e é justamente esta estabilidade que vai fazer com que os estados envolvidos se revesassem por tanto tempo.
Viscardi vai discordar desta perspectiva e elenca que o que ocorre é justamente o contrário. Ou seja, a constante instabilidade deste acordo é que fez com que Minas e São Paulo permaneçam por tanto tempo no poder. A cada composição faziam rearranjos que possibilitavam a permanência no poder. Desta maneira, o principal argumento da Viscardi é de que a ailança do café com leite tal qual foi construída e mostrada pela historiografia, não existiu. Não obstante, isto não significa que Minas e São Paulo não tenham revezado o poder, e que não existiu de fato uma aliança entre os dois. Viscardi não nega esses fatores. Entretanto, ela defende que o que não existiu foi esta estabilidade, esta harmonia, e que, principalmente, MG SP não tinham os mesmos interesses, e suas divergências eram muito maiores que as convergências.
A autora vai mostrando ao longo do texto detalhadamente em cada discussão e em cada governo, onde estes estados se aproximavam e onde se distanciavam. Mas quase sempre esses dois estados se competem e a forma deles competirem- um não vencendo os outro- foi que fez esta aliança permancer por tanto tempo. Minas tinha seus interesses hegemônicos e São Paulo mais ainda.
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