Síntese do artigo: um acontecimento, três jornais: processo de produção no jornalismo latino americano.
Por: WanderSanches • 30/5/2017 • Trabalho acadêmico • 1.624 Palavras (7 Páginas) • 356 Visualizações
Síntese do artigo: um acontecimento, três jornais: processo de produção no jornalismo latino americano.
O texto da autora Angela Zamin tem por objetivo central realizar uma análise da materialidade discursiva do “Angostura”, abarcando elementos que se justapõem no e a partir dele: a operação militatar, a morte de Reyes, a invasão do Equador, as relações das Farc, a crise diplomática etc. Trata-se de uma reflexão a partir do reconhecimento de que “cabe ao jornalismo à tarefa de reordenar e produzir sentidos acerca dos acontecimentos do mundo”.
O texto apresenta e explora os movimentos de três jornais latino-americano de referência, o Estado de São Paulo (Brasil), El Tiempo (Colômbia) e El Comercio (Equador), diante do acontecimento "Angostura", crise colombo-equatoriana desencadeada a partir da incursão do Exército colombiano no território equatoriano, para desmantelar o posto das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) sob a responsabilidade de Raúl Reyes.
A partir de uma análise acerca dos modos como cada jornal aciona sua rede informativa na cobertura do “Angostura”, a autora identifica movimentos no espaço e compõe mapas de fluxo da cobertura (ou de movimentos lineares) a partir deles.
Visa compreender os processos que permitiram aos jornais elaborarem o acontecido, a forma como o fizeram, atentando para o fluxo da notícia, para entender como o jornalismo apreende a realidade. E além disso, ao ir em direção aos acontecimentos no mundo, o jornalismo esclarece modos de como o espaço é organizado, os princípios do fazer que são justapostos às ordens institucional, discursiva e de produção de cada meio.
Foram identificados dois movimentos complementares, um em direção ao espaço do acontecimento vivido, outro em direção à rede informativa que permite acessar “os modos como o acontecimento ingressa em outros meios e como estes se ocupam dele e o adotam de sentido”.
A produção do jornal Estado de S. Paulo são baseadas numa rede informativa estabelecida a priori, fixada em determidados territórios. É interessante perceber os mecanismos que ligam a fronteira colombo-equatoriana a outros espaços.
Verifica-se que no El Tiempo, uma pequena rede de correspondentes foram suficientes para dar conta das ocorrências externas, uma vez que o “Angostura” fora provocado pela Colômbia, e as fontes auxiliares da narrativa do acontecimento poderiam ser facilmente acessadas pelo jornal.
A cobertura do jornal El Comercio foi marcada pelos deslocamentos do enviado especial Arturo Torres ao acompanhar a viagem do presidente Rafael Correa aos países da região. As Informações que chegam sobre a mobilização de militares equatorianos na fronteira, mostram como a dimensão assumida pelo acontecimento, passa da morte de Reyes à agressão ao território, levandoo El Comercio a um movimento interno e externo.
Foram identificados ainda os mecanismos jornalísticos da produção da notícia, tendo o evento (a morte de Raúl Reyes) como "desestabilizador" e "atípico" dentro do jornalismo. E ficou claro que o fazer jornalístico é entremeado por discursos "externos", como a utilização de "meios-fonte" e de agências para a produção das notícias.
Além de tudo, o estudo também apontou os deslocamentos utilizados para apreender e retratar o evento, como, por exemplo, a mudança da cartola do jornal Estado de São Paulo - de "América Latina" para o selo de cobertura "Tensão na Fronteira", indicando que o evento não cabe no ordenamento anteriormente estabelecido, solicitando outra abordagem para que possa ser compreendido.
Ficou bastante claro que os deslocamento da abordagem, a utilização dos meios-fontes, no caso da angostura, não são reflexo de uma mudança na especialização do fato, mas no indicativo de que o acontecimento não cabe em um “ordenamento prévio”.
A observação dos movimentos de O Estado de S. Paulo, El Tiempo e El Comercio em direção ao Angostura, permitiu visualizar em que medida o acontecimento desestabiliza a organização dos jornais, previamente definida e demarcada a partir de certas territorialidades, levando-os a percorrer outros espaços. A força do acontecimento reside no modo como o jornalismo reordena e se apropria dos discursos de outros meios para elaborar a notícia, em sua busca de ordenar e enquadrar o evento de acordo a algum esquema pré-definido.
Análise comparativa de dois jornais sobre a greve dos professores do Amapá
Os jornais não são apenas pra informar sobre os fatos importantes do cotidiano, mas sobretudo para auxiliar na construção da realidade, sendo essencial para a difussão da cultura, para o desenvolvimento da consciência crítica e com um poder de mobilização social quando aborda as reivindicações e necessidades sociais da popiulação.
Este trabalho pretende fazer uma análise comparativa do conteúdo de dois jornais, que circulam no estado do Amapá. O tema abordado foi a greve geral dos professores, iniciada no dia 01 de abril de 2016 e que foi destaque nos principais jornais impressos e televisivos da impressa local. Os dois jornais escolhidos foram Diário do Amapá e o jornal A Gazeta.
A nossa análise partiu da edição do jornal Diário do Amapá do dia 01 de abril, que noticiou a greve com o título "Professores deflagram greve por tempo indeterminado a partir de terça". Para fundamentar a afirmação do título, o Diário do Amapá destaca que decisão foi tomada em assembleia com aproximadamente 1 mil professores e com a declaração do presidente do Sindicato dos Servidores Públicos em Educação (Sinsepeap), Aroldo Rabelo que afirmou que todas as tentativas para dialogar com o governo foram em vão, não restando outra alternativa senão deflagrar a greve.
Rabelo afirma ainda que outras categorias do serviço público estadual podem aderir ao movimento já que nos últimos dias cerca de 35 categorias vêm protestando contra o que se tem chamado de “pacote de maldades” do governo.
“Todas as categorias estão sendo prejudicadas por essas medidas ilegais praticadas pelo governo, por isso a greve pode atingir, também, a rede municipal”, pontuou Aroldo Rabelo, que enumerou como principais itens da pauta de reivindicações: o fim do parcelamento de salários, desistência de execução de reformas anunciadas pelo Governo do Estado, fim do congelamento salarial de 2016, retomada da data base de reajuste salarial e da mesa de negociação.
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