A APOLOGIA DA HISTORIA

No capítulo III, A Crítica, Marc Bloch procura chamar a atenção do estudioso na sua abordagem com a fonte histórica, para isso defende o método crítico do historiador com sua fonte. Para Bloc as palavras, os testemunhos históricos nem sempre dizem a verdade, muitos podem ser falsificados, relatos podem não ser verdadeiros. Portanto, “a crítica do testemunho que trabalha sobre realidades psíquicas, permanecerá sempre uma arte de sensibilidade. Não existe, para ela, nenhum livro de receitas, (p, 109). A dúvida está em quem vai estudar o passado, pois ele já ocorreu e não no passado. O historiador deverá descobrir a “verdade” da melhor forma possível. “Os textos ou os documentos arqueológicos, mesmo os aparentes mais claros e mais complacentes, não falam senão quando sabemos interrogá-lo” (p, 79).

No capítulo IV, A Análise histórica, Bloc cita os termos “juiz” e “historiador”. Para ele, diferentemente do juiz, o historiador deve compreender e não julgar, não condenar bandidos ou coroar heróis, isso tornaria tal explicação insignificante. O historiador deve compreender suas fontes em seu tempo, apela para compreensão dos fatos que levaram de antemão as ações desses seres, pois a análise das ações humanas nos leva a um ser especial que é o homes que age e interage como autor e receptor de um espaço. O autor afirma também que apesar de defender a imparcialidade na análise das fontes pelo historiador, este mesmo não está livre das paixões, “não digamos que o historiador é alheio às paixões, ao menos, ele tem esta. Palavra, não dissimulemos, carregada de dificuldades, mas também de esperança. Palavra, sobre tudo, carregada de benevolência. (...) Até na ação julgamos um pouco demais”, (128). A história, com a condição de ela própria renunciar os seus falsos ares de arcanjo, deve nos ajudar a curar esse defeito. “A partir do momento em que o julgamento tende para um lado, não se pode evitar de contornar e distorcer a narração nesse viés, (126).

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