A Conquista dos Direitos Políticos das Mulheres no Brasil e o Retrocesso que Ocorre nos Dias Atuais Exemplificando: Bela Recatada e do Lar.
Por: Ana Beatriz Gonçalves Vieira • 29/8/2016 • Dissertação • 617 Palavras (3 Páginas) • 518 Visualizações
03/05/2016
Instituto Federal Catarinense – Campus Araquari
Disciplina: Língua Portuguesa
Professora: Márcia
Tema: A conquista dos direitos políticos das mulheres no Brasil e o retrocesso que ocorre nos dias atuais exemplificando: Bela Recatada e do Lar.
Gênero textual: Dissertação
Título: “Rainha do lar” ou cidadã? Eis a questão!
Autoras: Aline, Amabile, Ana Beatriz e Beatriz M.
Em 1891 foi elaborada a primeira Constituição do Brasil, 41 anos antes da conquista do sufrágio feminino, na época o tema (voto feminino) chegou a ser discutido, porém no texto final a condição da mulher perante o direito do voto não ficou explícita.
A interpretação ambígua que esse trecho possibilitava gerou tumulto entre os grupos que defendiam o sufrágio e os que eram contrários, sendo que no geral os opositores alegavam que a superioridade moral da mulher tornava inconcebível a participação dessa na política, já, que seu papel natural era ser a “rainha do lar”.
Num contexto geral, a justificativa dos antifeministas era baseada na ideia de que primordialmente as mulheres possuíam dons naturais diferentes dos homens, e por isso, quando colocadas em contato com responsabilidades que eram “naturalmente” dos homens na sociedade (como por exemplo a política) acabariam corrompendo-se (deixariam de ser puras) ou se desequilibrariam muito fácil com a pressão a que seriam submetidas.
Ao analisarmos essa argumentação, entre outras citações da oposição fica explícito a corrente misógina e machista perpetuada por esse grupo. A questão, entretanto, é: tal expressão de opinião seria absolutamente condenável na sociedade moderna brasileira?
Recentemente uma matéria divulgada pela revista Veja intitulada “Bela, recatada e do lar” ganhou destaque nos meios de comunicação, principalmente na internet, gerando opiniões divergentes devido a forma como o conteúdo apresentou a esposa do vice presidente Michel temer definindo um perfil de “mulher e seu comportamento ideal”.
Num comparativo esta “reportagem”, que, exalta a personalidade de Marcela Temer e o trecho retirado do artigo “As mulheres e os direitos políticos no Brasil” que fala sobre a opinião dos positivistas sobre o sufrágio feminino: (...) A mulher deveria ser protegida pela sociedade deste mal. Deus e/ou a natureza haviam reservado a ela outro papel, mais nobre, o de “rainha do lar”. (...) possuem argumentação semelhantes.
Essa argumentação no caso seria a ideia de que desempenhar papéis domésticos, ser “do lar” é o “habitat” natural da mulher dom divino e tanto a reportagem da revista quanto o trecho citam a nobreza desse ato, de exercer esse “ofício” e mais especificamente, segundo, a matéria desempenhar essas tarefas ressalta a feminilidade e classe da mulher.
Retornando ao quarto parágrafo é possível responder o questionamento feito ao final desse negativamente, já que, uma matéria (por mais que tenha diversas objeções) que define um modelo de mulher e coloca esse num “lugar natural” (casa), exalta padrões de beleza “Loiríssima e de olhos azuis” e ainda deixa sugestivo que o relacionamento é um jogo de interesses “43 anos mais jovem que o marido”, “O vice-presidente, de 75 anos, levou Marcela, de 32” repercute e conquista defensores não pode caracterizar nossa sociedade como “moderna”.
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