A Matriz africana no mundo, da coleção SANKOFA I (resumo)
Por: Mayra Alexandre • 8/3/2017 • Trabalho acadêmico • 1.689 Palavras (7 Páginas) • 1.734 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
Curso: PEDAGOGIA LICENCIATURA – CAMPUS MACEIÓ
Disciplina: SABERES E METODOLOGIAS DO ENSINO DE HISTÓRIA II
Aluna: Mayra dos Santos Alexandre
FICHAMENTO
Itens | Conteúdo |
1.Tipo de obra 1.2 Editora 1.3Título 1.4Autor 1.5Localização | A obra trata do capítulo 6 do livro: A Matriz africana no mundo, da coleção SANKOFA I: Matrizes Africanas da Cultura Brasileira. O texto foi escrito por Elisa Larkin Nascimento, publicado no ano de 2008 pela editora Selo Negro. |
2.Objetivos da Obra | Os objetivos da obra são mostrar ao leitor uma visão geral da presença africana nas partes das américas onde se falava a língua espanhola, a história das lutas africanas no Brasil, assim como o movimento do pan-africanismo, mostrar também uma visão da luta africana contra a dominação colonial em alguns países, expor algumas análises sobre o papel da cultura africana no processo de libertação e por fim percorrer partes do movimento pan-africano visando mostrar como se deu esse movimento, seus antecedentes no eixo triangular formado por África, Europa, Estados Unidos e Caribe. |
3.Ideias Centrais da Obra e discussões importantes para a formação do Professor | As ideias centrais do texto se dá em torno da compreensão aprofundada do conhecimento e a observação sobre a cultura, as lutas e a resistência das matrizes africanas. O povo da África já pendurou a vários fatos como o: trafico, o racismo, ao mercantilismo e etc. tudo com o intuito de não destruir sua identidade. Deve-se anular a visão eurocêntrica passada do africano, visão essa que nega sua relação com a cultura, a terra, a história, tudo isso restringindo sua identidade. A deformidade da história africana não deve ser uma barreira, sendo ela a grande responsável pela disseminação da imagem dos “negros” como primitivos e atrasados. Deve-se a história como de fato foi, para isso é preciso conta-la e divulga-la, só assim será provável mudar esse cenário distorcido, levando em conta que os africanos não eram míseros povos à espera dos salvadores europeus que iriam lhe encaminhar ao progresso, apesar de que os países colonizadores possivelmente presumiam que a conquista seria uma questão legitimamente europeia, precisaram notar que as resistências africanas atrapalharam suas estratégias e, ainda que fossem superiores na parte tecnologia e militar, lutaram contra africanos cada vez mais preparados, tanto pela cultura e religião tanto por líderes intelectuais que impuseram essa resistência. |
4.Conteúdos Importantes que podem ser ensinados nos anos iniciais do ensino fundamental | O estudo sobre a África deve manifestar-se de uma carência de conhece-la após a queda do império colonial e a independência da maior parte dos países africanos. O pouco que a grande parte dos brasileiros sabem sobre o continente africano vem sido omitido e/ou diminuído em comparação com os estudos sobre a Europa, Ásia e outras sociedades “importantes”. É de grande necessidade que perante a democracia em que vivemos possamos ter conhecimento intensificado de maneira verídica sobre elementos étnicos que constituem nossa sociedade, para que com isso exista uma correlação das diversidades étnicas e culturais. Por isso é de grande importância que desde o ensino fundamental possamos conhecer melhor a África para fortalecer o laço de parentesco históricos decorrente da escravidão e colonização que ligaram nosso país ao o continente africano, exclusivamente os países de colonização e línguas lusófonas. Também é de grande importância expor aos nossos alunos muitos fatos que marcaram a história da África, como por exemplo: os acontecimentos que não são registrados na maioria dos livros de História, mortes, destruição, sequestros, furtos de bens culturais e intelectuais, pois a imagem que é passada ainda hoje do continente africano é de que lá não existe civilização, negando o fato que umas das primeiras civilizações surgiram lá, tem-se negado por muito tempo que os primeiros seres humanos foram negros. Deve-se tirar essa visão eurocêntrica sobre a história da África e passar-se a visão com um outro olhar, sistematizada na própria vida africana, objetivando entender o mundo por meio de informações do próprio povo africano. Deve-se levar em conta também a presença feminina nas lutas, dando exemplos com a rainha Nzinga, Dandara de Palmares e outras rainhas e guerreiras que se não fossem pela sua força e exemplo resistência muito do que foi conseguido não teria sido alcançado. |
5.Citações Sínteses | “O fato é que os africanos escravizados lutaram contra o jugo colonial escravista desde o início de sua presença nas américas” (p.143) “Pequenas rebeliões a guerras de libertação deflagradas por populações organizadas em quilombos, marcaram a história da presença africana nas Américas e no Caribe coloniais. ” (p.143) “A religião vodu serviu aos escravos de Saint-Domingue (hoje, República do Haiti) tanto ou mais que créole – a língua negra da época colônia – para lutar contra seus exploradores. ” (p.159)
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6. Resumo geral da Obra | No início do século XX a população africana era bem maior que a europeia, existiam muito mais negros do que brancos, principalmente na Colômbia, onde essa população era de 80%, a população brasileira durante 4/5 da sua história era também em sua maioria formada por africanos e seus descendentes. O negro não se adaptou bem a escravidão como nos é passado eles lutaram muito contra a escravidão colonial desde o início de sua presença nas Américas. Houveram rebeliões desencadeadas por populações que eram organizadas em quilombos. No século XVI vários africanos foram enviados a alguns países para trabalharem nas minas de ouro, isso levou em 1548 a diversas revoltas de escravos, o resultado foi a busca espanhola por reforços em outras colônias para reprimir os levantes. No período de 1519 a 1650 o México recebeu a maior parte dos africanos importados as terras espanholas, com isso em 1570 a população africana no país chegou a 20.569 onde 2000 moravam nos cimarrones (comunidades livres) que contavam com estruturas sociais, militares, políticas e agrarias. Esses movimentos não ocorreram só no México, mas também em outros países e isso começou a preocupar as autoridades coloniais. Contudo, em 1522 já havia ocorrido a primeira insurreição escrava na atual republica dominicana, “a insurreição iniciou o que seria uma longa tradição de resistência negra na ilha de Santo Domingo” (p.145). Na cuba existia uma organização social africana denominada os palenques que era parecida com a os cimarrones. Alguns deles ficaram fortes e bem estabelecidos, isso resultou na constituição de importantes centros urbanos que existem ainda hoje. Na Venezuela essas organizações eram chamadas de cumbes, onde o mais importante foi o do Rei Miguel, o africano. A força desse rei ficou tão poderosa que fez com que os espanhóis assinassem um tratado de paz em vez de mergulhar em uma guerra. Essa era uma ação comum nas américas, onde os europeus assinavam tratados que depois violavam. Em países como Chile, México, Argentina, Paraguai e Uruguai as populações predominantemente negra diminuía em razão da política de branqueamento. No Uruguai do século XIX uma imprensa negra declamava uma organização política ativa com vários jornais que se prosseguiu até o século XX. Surgiram organizações culturais afro-uruguaias que findou o surgimento do Partido Autóctone Negro. A capital da Argentina possuía em sua população mais de um terço de negros, onde também surgiram jornais negros e a propagação de cultura e religião afrodescendentes. No Paraguai os soldados africanos ajudaram muito na independência do país, como também é o caso do Brasil. Os cimarrones, palenques e cumbes abriram as portas de uma luta anticolonial e antiescravatura que transpassou o continente africano durante o período de penetrabilidade europeia e cujo o símbolo foi a rainha Nzinga, grande guerreira das primeiras resistências do povo mbundo onde figurou como a mais importante figura da Angola, ao mesmo tempo em que ela executava a sua guerra libertadora, no Brasil a República de Palmares resistia aos saqueadores holandeses e portugueses. Palmares tinha muito em comum com as comunidades de resistências mencionadas, pois tinham a mesma organização social, política e econômica e que também obrigou os europeus a assinarem um tratado de em que não cumpriram. Nos séculos subsequentes as resistências continuaram, após a morte da guerreira Nzinga as mulheres prosseguiam no papel de liderança, essa presença feminina tem semelhança com as lutas quilombolas nas Américas que contou com mulheres como Dandara em Palmares e Nanny a guerreira da Jamaica. No século XIX da África ocidental, houve a guerra dos Asante no decurso desse conflito ocorreram mais onze guerras e os asantes só não ganharam a última. No estado de Alagoas os quilombos lançaram a guerra dos Cabanos que resistiu de 1932 até 1850, o estado de Sergipe também teve suas forças de resistência negra com guerrilhas e quilombos. Ainda no século XIX três importantes figuras se destacaram no Brasil: Faustino Nascimento, Luísa Mahin e seu filho Luís Gama, no mesmo século os Estados Unidos presenciou o movimento da ferrovia clandestina que levou vários escravos a liberdade, que também foi o período das rebeliões negras, onde duas mulheres negras ex-ecravas foram de grande destaque: Soujourner Truth e Harriet Tubman. Sobre o papel da cultura, a religião vodu contribui muito aos escravos para lutar contra seus exploradores, houveram perseguições aos escravos, não por causa da religião em sim, mas pela ligação com as atividades dos cimarrones. Todavia, o fenômeno mais importante e elevado foi a integração da unidade de várias culturas africanas. Sobre o pan-africanismo ele tem o significado de a luta pela libertação dos povos africanos em todos os lugares em que os mesmos se encontrem. Ele tem uma extensa história, como por exemplo as lutas de resistência africana. Os protagonistas desses movimentos eram em grande parte jornalistas, escritores e oradores que expressavam suas ideologias nas línguas dominantes no mundo europeu. Alguns aspectos do movimento pan-africanista foram: o emigracionismo afro-norte-americano, o papel do Haiti e o paralelo sul-americano, os movimentos anticolonialistas na África, o movimento popular de Marcus Garvey e o movimento dos congressos pan-africanos. |
7.Comentários Gerais | O texto foi altamente reflexivo e de uma necessidade urgente pois nos posiciona em um lugar nesse mundo exatamente onde deveríamos estar. Com a leitura somos levados à verdadeiros pensamentos e meditações que nos convidam à uma atitude-ação muito importante: resgatar a nossa importância étnica e o nosso papel primordial como agentes inovadores do nosso meio e do mundo em que vivemos. Ao ler o texto fiquei com a alma revigorada e, ao mesmo tempo, repensando o meu papel em relação a sociedade que vivo e resisto. |
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