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Capítulo França - Linhagens de um Estado Absolutista

Por:   •  20/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  574 Palavras (3 Páginas)  •  382 Visualizações

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Relatório de Leitura

O texto a ser Analisado é o capítulo “França” do livro “Linhagens de um Estado Absolutista”, do historiador Perry Anderson, que busca neste capítulo apresentar como o absolutismo foi se consolidando na França, nos mostrando um processo extremamente extenso entre a transição da política feudal para o absolutismo, que chegou ao seu ápice com Luís XIV, até sua queda durante a revolução francesa. Segundo o autor, houve várias rupturas da ordem política, mas as mais importantes foram: Guerra dos Cem Anos - século XV, Guerras Religiosas - século XVI e a Fronda - século XVII, sendo crises internas e externas, que a princípio atrapalharam o estado, mas em longo prazo, passa a ser um dos principais pontos para o desenvolvimento do poder absoluto.

Segundo Anderson, para resolver o problema das crises, se fez necessário a contratação de um exército mais reforçado (convém lembrar que esses exércitos não eram nacionais e sim de mercenários que recebiam para proteger o estado). Dessa forma, por meio de leis fiscais e recolhimento de impostos de burgueses e camponeses, e isentando o nobre dos impostos, criou-se uma desigualdade enorme entre nobres e camponeses (os burgueses conseguiam comprar títulos de nobreza para obterem alguns direitos políticos), com isso, se fez também necessária a unificação do território francês. Portanto, vemos o quão feudal ainda era o sistema e como o absolutismo se derivou a partir dele. Assim, dessa forma, o estado passa a controlar a população e centralizar o poder cada vez mais nas mãos do rei.

As crises pelas quais o processo de construção do absolutismo passou foram de extrema importância para que o absolutismo se consolidasse, pois por meio das guerras o estado passa a cobrar imposto dos cidadãos para que pudessem investir cada vez mais no exército. Dessa forma, podemos perceber o quão necessário foram muitos reis passarem por grandes crises e tomadas de decisões para a criação de leis, criação de impostos, fortalecimento do exército, durante todos esses anos para que Luís XIV pudesse usufruir o poder e ser praticamente o Estado, sendo até cultuado e chamado de Rei Sol, chegando ao ápice do absolutismo.

O declínio do estado absolutista se deu por um conjunto de ações, mas principalmente pelo grande financiamento de guerras, de uma forma em que o estado se endividava e gerava crises internas (pobreza, fome, desemprego, a falta de comida), “a derradeira crise fiscal do absolutismo francês no plano interno” (ANDERSON, 1985, p. 110). Como plano de fundo de tudo isso, se tinha um governo que dava regalias para os nobres enquanto a população morria de fome. Até que dentro da classe burguesa e dos camponeses, que desde o feudalismo vinham sendo explorados, cria-se um sentimento de revolta, até estourar a revolução de 1789 na França.

Perry Anderson nos explica neste capítulo um período de quatro séculos, no qual o absolutismo se desenvolve de maneira gradativa e demorada. Foi durante esse período de transição entre o feudalismo e os primórdios do capitalismo que surgiram idéias liberais de autores como Adam Smith, que condenava as formas do poder absolutista da época. O conceito de liberalismo, enquanto teoria política e econômica, surge a partir do século XVII, e sua aplicação à prática política culmina com as revoluções burguesas.

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