Conflitos Do Afeganistão
Artigo: Conflitos Do Afeganistão. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: math76 • 6/10/2014 • 1.899 Palavras (8 Páginas) • 346 Visualizações
Dados do Afeganistão:
Extensão territorial: 652.090 km².
Localização: Oriente Médio.
Capital: Kabul.
Idioma: Pachto e Dari.
Religião: Islamismo 98,1%, outras 1,8%.
População: 28.149.916.
Densidade demográfica: 43 hab/km².
Esperança de vida ao nascer: 43,2 anos.
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,349 (baixo).
Moeda: Afegane.
Produto Interno Bruto (PIB): 9.358 milhões de US$.
PIB per capita: 345 de US$.
Conflitos do Afeganistão
A nação afegã é formada por uma série de etnias que mantêm rivalidades entre si: 50% da população é constituída pelos patãs, 30% são tradjiques, além de outra parte em que se incluem usbeques, turcomanos e beluques. Em termos religiosos, 90% são muçulmanos sunitas e 9%, xiitas.
Por se expandir em uma área ampla dos continentes asiático e africano, o islamismo se dividiu em xiitas e sunitas. As divergências entre essas duas seitas referiam-se, basicamente, a quem deveria suceder Maomé após sua morte; contudo, o tempo foi mostrando outras diferenças entre elas: os sunitas passaram a aceitar com mais facilidades as transformações pelas quais o mundo passou e vem passando, enquanto os xiitas se mostraram avessos a elas, tornando-se defensores intransigentes dos fundamentos da fé islâmica.
A população, de maneira geral, é resistente aos invasores, sendo que guerrilhas atuam, há muito tempo no país, recebendo ajuda financeira externa. No período da Guerra Fria, os russos aspiraram dominar a região para controlar o acesso ao Golfo Pérsico. Do outro lado, os Estados Unidos buscavam controlar a expansão soviética, apoiando as ações das guerrilhas. Internamente, o país passou por várias transformações, salientando-se o golpe militar que em 1973 derrubou a monarquia no país e o de 1978 que conduziu os comunistas ao poder. Ao mesmo tempo em que se instalava o governo de esquerda, a oposição crescia, além da forte presença e atuação dos xiitas, influenciados pela Revolução Islâmica do Irã.
O governo instalado não foi capaz de conter as insurreições frequentes, ocorrendo, então, a ajuda da URSS e depois dos americanos, sob o governo do presidente Ronald Reagan. A China também enviou auxílio no sentido de reforçar os movimentos contrários à expansão do Regime soviético. A URSS despendeu grandes somas de recursos e soldados para garantir seu domínio sobre as principais cidades, mas não foi capaz de deter o movimento das guerrilhas.
Em 1988, após as transformações realizadas pelo líder soviético Mikhail Gorbatchev, os representantes da URSS, EUA, Afeganistão e Paquistão (que atuava junto aos americanos) reuniram-se em Genebra para a realização de um acordo sobre a questão afegã.
Pelo tratado firmado, o Paquistão e o Afeganistão comprometeram-se a não interferir nos assuntos internos um do outro; a URSS retiraria suas forças militares da região e os governos, americanos e soviéticos, aceitariam as cláusulas do acordo.
Apesar dos esforços, a guerra continuou entre governo e guerrilheiros. Estes, por sua vez, lutaram com obstinação superando os exércitos das potências estrangeiras. O prolongamento do conflito trouxe desgaste à população civil, vítima de violência progressiva.
INVASÕES E CONFLITOS MARCAM HISTÓRIA DO AFEGANISTÃO
A história do Afeganistão, país geopoliticamente estratégico, é marcada por invasões que remontam ao século 19, quando britânicos preocupados com o avanço do czarismo russo, em um contexto colonialista, assumiram o controle de seu território.
O país se tornou independente em 1919, depois de um terceiro conflito com a Inglaterra. O rei Zahir Shah chegou ao poder em 1933, e, depois de quatro décadas de um governo sob sua tutela, sofreu um golpe. Seu primo Mohammad Daoud tomou o poder, declarou o Afeganistão uma república e se autoproclamou presidente.
Daoud foi o responsável por introduzir o movimento islamita no poder e por tentar esvaziar o Partido Democrático Popular do Afeganistão (PDPA), de esquerda, reprimindo as atividades dos marxistas. Sua atitude provocou revoltas, que atingiram o auge quando um dos líderes comunistas foi morto em circunstâncias misteriosas. Em 1978, militares simpáticos ao PDPA capturaram e executaram Daoud e sua família.
Nur Mohammad Taraki controlou o país no primeiro governo marxista do Afeganistão, apoiado pela União Soviética (URSS, 1922-1991). No mesmo ano, insurgentes radicais islâmicos que ansiavam por reformas sociais começaram uma revolta armada nos centros rurais.
O PDPA estava dividido desde 1967 em duas vertentes rivais: a mais radical, Khalq, que tomou o marxismo de forma mais tradicional; e o Parcham, que acreditava em uma transição gradual rumo ao socialismo. Enquanto o PDPA estava unido para derrotar a monarquia e a república de Daoud, essas divergências não se destacavam, porém isso mudou com a tomada do poder.
Hafizullah Amin, o primeiro-ministro, era opositor ao então presidente. Em 1979, Taraki foi assassinado e Amin se tornou o líder do país. Ele era conhecido por suas inclinações nacionalistas e também por sua crueldade. Moscou via em Amin uma ameaça potencial por causa de seu radicalismo e por não controlar a crescente insurgência no país. Uma segunda morte - pela qual a CIA responsabilizou o KGB, serviço de inteligência russo - abalou ainda mais o gabinete afegão. Amin estava no poder havia apenas 104 dias e foi assassinado.
O Exército Vermelho soviético, então, invadiu o Afeganistão com 30 mil soldados, iniciando um conflito que, durante seus dez anos de duração, matou cerca de 1 milhão de civis afegãos e fez com que 2,8 milhões fugissem para o Paquistão e outros 1,5 milhão para o Irã.
Logo após a invação, a URSS incumbiu Babrak Karmal, que era embaixador afegão na Checoslováquia e da facção Parcham, de assumir a presidência no lugar de Amin. No âmbito da Guerra Fria (1947-1991), os mujahedin, como são chamados os combatentes islâmicos, intensificaram sua luta com um apoio amplo, mas velado, de potências ocidentais, principalmente os EUA, que visavam ao enfraquecimento soviético.
As forças mujahedin se uniram no Paquistão para
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