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Escravidão e seu papel na segregação e exclusão racial na sociedade brasileira

Por:   •  19/8/2018  •  Artigo  •  613 Palavras (3 Páginas)  •  245 Visualizações

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Escravidão e seu papel na segregação e exclusão racial na sociedade brasileira

O Brasil é um dos países com maior desigualdade social de todo o mundo, seja entre classes ou entre raças. Sendo essa última o foco de estudo do texto, é importante ressaltar que a principal disparidade ocorre entre os negros/pardos e brancos – não é necessário mais que 5 minutos pesquisando para descobrir que, por exemplo, três quartos da população mais pobre do país é negra ou parda, sendo que eles compõem menos de 50% da população. A diferença na renda reflete ainda a diferença na qualidade de vida e escolarização – os brancos têm, em média, 30% mais tempo de estudo que negros, além de ocuparem 40 posições acima no ranking IDH. Esses dados são resultantes de uma enorme teia de fatores, sendo o foco do artigo os fatores históricos, sendo a escravidão o principal desses.

Desde do início da ocupação europeia em nosso país a escravidão foi a principal mão de obra utilizada. Os portugueses trouxeram a prática da subjugação que se perpetuou por quase 4 séculos, sendo abolida apenas em 1888, por motivos políticos e econômicos da época. O fato de algo assim ter durado tanto tempo traz cicatrizes profundas, como a anunciada anteriormente, até os tempos atuais.

Portanto, não é difícil perceber de que esta marca repercute até hoje, a população ainda produz a sua forma de pensamento e de ação, para com essa população em minoria, de forma cruel, e é por esse motivo de que o racismo, a discriminação e a segregação racial, ainda são grandes tópicos de discussões e debates no espaço brasileiro. Não é incomum, por exemplo, se deparar com notícias de violência policial não justificada contra negros e pardos. Como estes grupos tem grande parte de sua população às margens da sociedade, eles muitas acabam por serem assumidos criminosos, sofrendo, então, nas mãos de quem os deveria proteger.

No entanto não é necessário ir tão longe para perceber o que os dados já apresentados representam. São negros e pardos que assumem funções de servidão até hoje, eles são a maioria dos empregados domésticos, lixeiros, motoristas, garçons, construtores civis... a lista é longa. A nossa economia de serviços é totalmente dependente deles.

Podemos enxergar a raiz de toda desigualdade ao analisarmos o processo histórico da escravidão. Durante os séculos em que ela ocorreu os afrodescendentes eram vistos como mercadoria e objeto para realizar as tarefas que ninguém queria – sejam domésticas ou econômicas, como a agricultura. Portanto, foi criado ao longe de séculos gerações e gerações de brancos que tinham tal visão dos negros e de negros que não tinham nenhuma escolaridade e eram criados para servir.

A lei de 1888 tornou a prática apenas ilegal, mas o Estado não deu suporte nenhum aos ex-escravos, perpetuando o ciclo descrito anteriormente, onde era impossível para eles se escolarizarem e desempenharem funções diferentes. De forma similar, a mentalidade dos brancos não mudou com apenas uma lei, eles ainda viam a necessidade de serem servidos. A união disso forma a situação que vemos atualmente.

De uma maneira geral podemos ver que a segregação, o racismo e o etnocentrismo então presentes na grande parte da população brasileira, sendo essas ações heranças do tempo colonial. Tais ações demonstram uma certa ignorância histórica, já que os negros e pardos são e foram essenciais para a construção de nosso país, além de terem tido uma entrada tão antiga em nossa histórica que praticamente toda população brasileira tem descendentes que vieram da África. É uma situação de difícil reversão, mas é necessário que o povo entenda todo processo histórico atrás de seu preconceito para que ele seja desnaturalizado e combatido.

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