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Ideologias e ciência social: elemento para uma análise Marxista – Michael Lowy

Por:   •  5/11/2019  •  Resenha  •  2.438 Palavras (10 Páginas)  •  292 Visualizações

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Universidade Federal do Acre

Centro de Filosofia e Ciências Humanas

Curso de Licenciatura Plena em História Matutino

Metodologia Científica Aplicada aos Estudos de História

Professor: Marcio Roberto Vieira Cavalcante

Assunto: Resenha Crítica  

Tema: Ideologias e ciência social: elemento para uma análise Marxista – Michael Lowy

Discente: Rayanderson         Lima de Oliveira

Trabalho entregue ao professor Marcio Roberto Vieira Cavalcante         como requisito para a N1.

Rio Branco-Acre

Agosto de 2014

Resenha

Autor: Michael Lowy

Obra : Ideologia e ciência social: elementos para uma análise marxista

11 ª edição, São Paulo, 2008 , Cortez Editora, 112 páginas.

Conferências Pronunciadas na Pontifícia Universidade Católica

Capitulo I - Ideologia

Esse capítulo, analisa e explica toda a historicidade por trás do termo Ideologia. Tal termo teve sua primeira utilização pelo discípulo dos enciclopedistas Destutt de Tracy, que para ele, esse termo correspondia ao resultado da interação do organismo vivo com a natureza, onde trata da questão dos sentidos, da percepção sensorial, através da qual se chegaria ás idéias.

         Lowy começa a analisar o método dialético das visões sociais de mundo, destacando Goethe como o percursor, e cita que: “a hipótese fundamental da dialética é de que não existe nada eterno, nada fixo nada absoluto. Não existem idéias nem princípios, categorias, entidades absolutas, estabelecidas de uma vez por todas. (Lowy, 2008, p14)”

        Lowy, nos atenta para o fato de que não existe uma história pura da ideologia, da filosofia, da religião, ou da ciência social, essas histórias dependem e muito da relação com a totalidade social, com o conjunto da vida politica e econômica e ainda das mudanças que se dão nesse terreno.

        Seguindo o método Marxista, Lowy nos expõe agora, o conceito de contradição, destacando que a análise dialética é sempre uma análise de contradições internas da realidade. Sobre isso ele cita que: “(...) não existe simplesmente uma ideologia dominante, existem enfrentamentos ideológicos, contradições entre ideologias, utopias ou visões sociais de mundo conflituais e contraditórias. Conflitos profundos, radicais, que são geralmente irreconciliáveis, que não se resolvem em um terreno comum, em um mínimo múltiplo comum”(Lowy,2008,p17).

        Voltando para a relação entre ideologia e prática social, o autor coloca o pensamento como uma alavanca para a transformação social, ou seja, através da mudança de consciência e mentalidade é que individuo poderá alterar a sua realidade. o Autor destaca agora, a necessidade de o sujeito transformar sua consciência e como consequência  modificar a sociedade. Trata-se de um dilema entre o materialismo vulgar e o idealismo moral.

        Lowy cita que Georg Lukács fala que: “(...) esses dois modelos de pensamentos são incapazes de produzir uma ação social real, são impotentes para transformar a sociedade. É o dilema da impotência, de um lado, o fatalismo das leis puras e, de outro o moralismo das puras intenções”(Lowy,2008,p).

        Mas a frente, o autor faz algumas perguntas , muito interessantes á respeito dos assuntos em discussão e ele mesmo respondem, explicando detalhadamente

Com isso ele volta a falar sobre o assunto inicial que é a relação ideologia-conhecimento. A partir daí ele coloca em análise três maneiras diferentes de entender a discussão proposta: o Positivismo, o Historicismo e o Marxismo, coisa que ele faz muito bem nos próximos capítulos.

Capítulo II – Positivismo

         O positivismo surgiu como ciência da sociedade no século XVIII como iluminismo. Nicolas de Condorcet foi considerado o pai do positivismo por ser o primeiro a começar a desenvolver como deveriam ser as ciências sócias. Para ele, as ciências sociais deviam ser exatas quanto a própria matemática. Lowy explica que Condorcet “Ele era contra o controle do conhecimento social pelas classes dominantes da época, isto é, pela Igreja, pelo poder feudal, pelo Estado monárquico, que se arrogavam o controle de todas as formas de conhecimento científico.” (lowy, 2008 , P.37).

Saint-Simon também considerado um dos precursores do positivismo, que foi discípulo de Condorcet contestava as ideologia de seu mestre, para Simon ciência social tem mais haver com a fisiologia. Saint tinha em sua ideologia que as classes sócias, aristocracia e eu o clero eram classes que se aproveitam de outras classes sócias para manter sua sobrevivência.

Dando sequência, Augusto Comte, discípulo de Saint-Simon, que viveu no século XIX, não concorda com as posturas utópico-críticas de seus antecessores e propõem uma nova visão do positivismo.

Para Comte o positivismo busca manter uma ordem publica através da submissão da sociedade que não pode fazer nada contra as leis. Segundo Augusto estas transformações do ponto de vista critico, negativo revolucionário para o conservadorismo e legitimação da ordem estabelecida se deu pelo fato da burguesia ter chegado ao poder.

Em seguida Durkheim conseguiu fazer uma transformação de um positivismo que era ate então de modo critico negativo e revolucionário para um modo de conservadorismo. Ele usou como fonte a economia política burguesa, e também a economia da politica clássica. Existe uma ligação grande entre o positivismo sociólogo e o da economia politica, Durkheim da ate uma citação “os economistas foram os primeiros a proclamar que as leis sócias são tão necessária quanto as leis físicas. É tão impossível a concorrência não nivelar pouco a pouco os preços quanto é impossível aos corpos não caírem em linha vertical. Se se entender esse mesmo principio a todos os fatos sociais , a sociologia estará fundada” ( Lowy, 2008, p.41).

Max Weber, mais tarde veio discordar de quase todas as ideias propostas pelo positivismo, concordando em apenas um aspecto o de que as ciências deviam ser livres de juízo de valor. Diferente do que prega o positivismo, defende a ideia de que as ciências sociais e as ciências naturais possuem métodos diferentes. Seus pensamentos foram influenciados por Rickert, que afirma que essas ciências possuem métodos distintos e que não existe ciência social sem valores prévios. Max é convergente com o pensamento de Rickert quanto à distinção de método e a consideração de que toda ciência implica relação com os valores que servem como princípios investigativos.

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