Mudanças educacionais século XX e XXI
Por: Rafa1997 • 28/9/2015 • Trabalho acadêmico • 1.406 Palavras (6 Páginas) • 427 Visualizações
Escola Nova
Escola nova veio para substituir o que era considerado "tradicional". Seus defensores lutavam por diferenciar as praticas pedagógicas anteriores. A escola renovada na década de 1920 pretendia a incorporação de toda população infantil.
John Dewey, um filósofo norte americano, influenciou a elite brasileira com o movimento escola nova. Foi um movimento de renovação do ensino, desenvolveu no Brasil transformações econômicas, políticas e sociais.
Acredita-se que a educação é o exclusivo elemento para a construção de uma sociedade democrática que leva em consideração as diversidades e a individualidade do sujeito. Alguns educadores acham que a educação escolarizada deve ser aplicada somente no aluno que está integrado à democracia, tornando o cidadão atuante e democrático.
Para John Dewey a escola não pode ser uma preparação para a vida, mas deve ser a vida. Assim a escola tem como objetivo de fazer uma reconstrução de aprendizagem dentro de sua vida, pois a educação é como uma direção da vida e aprendizagem, ou seja, a educação teria uma função democratizadora.
Estudo para democracia
No século XX o mundo passou por grandes mudanças em muitos aspectos, os principais deles foram na mentalidade e no comportamento. Essas mudanças afetaram também a educação, que foi em busca de novos valores. Com a expansão da industria e do comercio, a exigência por profissionais capacitados aumentou, assim reforçando a necessidade de estudo. As propostas do século, reafirmavam as do século passado, de que era necessário uma escola gratuita e obrigatória.
Depois da segunda guerra a universidade da Europa teve problemas com o crescimento enorme da população estudantil, mas depois de algum tempo notaram que a educação apenas não garantia sucesso social e que estudar na universidade não traria a tão esperada democratização. Em 1968 houve um movimento inspirado em filósofos que faziam critica a sociedade burguesa, com o surgimento de criticas ao modelo de educação conservadora, começaram a surgir novas técnicas. As inovações tinham como intenção acabar com a tradição da escola, que ainda possuía o sistema onde os alunos assistiam de forma passiva as aulas, sendo o professor o centro da educação. Eles tinham a intenção de modernizar a pobreza que havia nos manuais escolares, inovar as regras e trazer recursos tecnológicos. Mas grande parte das escolas não se regularizaram a essas mudanças por diversos motivos, como o despreparo dos professores e até resistência as novas ideias, horários escolares, custos financeiros, entre outros.
Nesta fase as ciências humanas avançaram e se destacaram a psicologia e a sociologia. A psicologia tem papel fundamental para auxiliar nos processos de aprendizado das crianças, e na busca por uma didática adequada. A sociologia ajuda na compreensão da educação ligada ao desenvolvimento da sociedade, a educação pode auxiliar na formação dos cidadãos e os prepara para participarem de atividades sociais.
Dois destaques desse período da educação foi a sociologia de Durkheim e a psicologia behaviorista. Antes disso a educação era intelectualista e individualista, Durkheim enfatizou a origem social da educação, para ele a educação era uma ação que os mais velhos preparavam os mais jovens para a vida social.
Construtivismo
Construtivismo é a ideia de que nada está pronto ou acabado, especificamente o conhecimento, que em nenhum momento diz que tem fim. O construtivismo não é um método ou uma técnica, ele é uma postura de obtenção de conhecimento.
O construtivismo fundamenta-se através do iluminismo que diz que o homem é um ser dotado de razão, ou seja, o construtivismo acredita que o pensamento humano é infinito, e construímos ao longo do tempo através da razão, com a intenção de chegar ao máximo do pensamento lógico e argumentativo.
Principais Representantes
Jean Piaget (considerado o precursor, ao mesmo tempo que sua obra extensa continua baseando as pesquisas mais atuais sobre aquisição do conhecimento), Henri Wallon, Lev Vigotsky, Alexei Leontiev , Alexander Romanovich Luria e EmÌlia Ferreiro.
Alexander Romanovich Luria e EmÌlia Ferreiro se aprofundaram na escrita da criança, e Piaget, o principal representante tem seus livros lidos por muitos estudantes nos dias de hoje, entre eles estão : Interacionismo e o Construtivismo Sequencial.
Teorias construtivistas
O interacionismo piagetiano pretende superar as concepções inatistas e comportamentalistas sobre como o homem adquire conhecimentos e condutas.
Para Piaget essa interação se dá por dois processos simultâneos: a organização interna e a adaptação ao meio. A adaptação ao meio é definida por Piaget como a própria função do desenvolvimento da inteligência. Ocorre por meio de dois processos complementares - assimilação e acomodação:
...a adaptação intelectual, como qualquer outra, é um estabelecimento de equilíbrio progressivo entre um mecanismo assimilador e uma acomodação complementar... em todos os casos, sem exceção, a adaptação só se considera realizada quando atinge um sistema estável, isto È, quando existe
equilíbrio entre a acomodação e a assimilação. (Piaget, 1975. p.18)
Os dois termos utilizados por Piaget não referem-se ao senso comum. Assimilar refere-se a aprender, fixar ideias; Acomodar refere-se adequar-se a uma situação.
Em sua obra “ Nascimento Da Inteligência Na Criança”, Jean Piaget esclarece o significado dos dois termos.
Com efeito, a inteligência é assimilação na medida em que incorpora nos seus quadros todo e qualquer dado da experiência. Quer se trate do pensamento que, graças ao juízo faz ingressar o novo no conhecido e reduz assim o universo às suas noções próprias, quer se trate da inteligência sensório-motora que estrutura igualmente as coisas percebidas, integrando-as nos seus esquemas, a adaptação intelectual comporta, em qualquer dos casos, um elemento de assimilação, isto é, de estruturação por incorporação da realidade exterior a formas devidas à atividade do sujeito. (Piaget, 1975. p.17)
A vida mental também é acomodação ao meio ambiente. A assimilação nunca pode ser pura, visto que, ao incorporar novos elementos nos esquemas anteriores, a inteligência modifica incessantemente os últimos para ajusta-los aos novos dados. Mas, inversamente, as coisas nunca são conhecidas em si mesmas, porquanto esse trabalho de acomodação só é possível em função do processo inverso de assimilação. (Piaget, 1975. p.18)
A assimilação vai se modificando conforme o estágio de desenvolvimento, e os estágios evoluem.
O desenvolvimento mental da criança surge, em síntese, como sucesso de três grandes construções, cada uma das quais prolonga a anterior, reconstruindo-a primeiro num plano novo para ultrapassa-la em seguida, cada vez mais amplamente. Isto já é verdade em relação à primeira, pois a construção dos esquemas sensório-motores prolonga e ultrapassa a das estruturas orgânicas ao longo do curso da embriogenia. Depois a construção das relações semióticas, do pensamento e das conexões interindividuais interioriza os esquemas de ação, reconstruindo-os no novo plano da representação e ultrapassa-os, até constituir o conjunto das operações concretas e das estruturas de cooperação. Enfim, desde o nível de 11-12 anos, o pensamento formal nascente reestrutura as operações concretas, subordinando-as a estruturas novas, cujo desdobramento se prolongar·, desde a adolescência e toda vida ulterior (com muitas outras transformações ainda). (Piaget, 1975. p.131)
Piaget mencionam quatro fatores gerais estabelecidos para a evolução mental:
1) O crescimento orgânico e, especialmente, a maturação do complexo formado pelos sistema nervoso e pelos sistemas endócrinos. Não há dúvida, com efeito, de que certo número de condutas depende, mais ou menos diretamente, dos 200 Cadernos de Pesquisa, nº 107, julho/1999 primórdios do funcionamento de alguns aparelhos ou circuitos...; a maturação desempenha um papel durante todo o crescimento mental;
2) Um segundo fator fundamental é o papel do exercício e da experiência adquirida na ação efetuada sobre os objetos (por oposição à experiência social). Esse fator é também essencial e necessário, até na formação das estruturas lógico-matemáticas;
3) O terceiro fator fundamental, mas também insuficiente por si só, é o das interações e transmissões sociais. De um lado, a socialização È uma estruturação, para a qual o indivíduo contribui tanto quanto dela recebe: donde a solidariedade e o isomorfismo entre as operações e a cooperação (numa ou duas palavras). Por outro lado, mesmo no caso das transmissões, nas quais o sujeito parece mais receptivo, como a transmissão escolar, a ação social é ineficaz sem uma assimilação ativa da criança, o que supõe instrumentos operatórios adequados;
4) processo de equilibração, não no sentido de simples equilíbrio de forças, como em mecânica, ou de aumento de entropia como em termodinâmica, mas no sentido, hoje preciso graças à cibernética, de auto-regulação, isto é, de sequência de compensações ativas do sujeito em resposta às perturbações exteriores e de regulagem ao mesmo tempo retroativa e antecipadora, que constitui um sistema permanente de tais compensações. (p.131-2)
O construtivismo não é uma metodologia ou uma teoria que deve colocar em prática, são concepções acerca de como o homem chega ao conhecimento podendo avançar em vários estágios.
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