O Brasil e o Mito da Miscigenação Harmônica Entre o Negro, o Branco e o Índio
Por: Juliana Cordeiro • 1/11/2018 • Trabalho acadêmico • 503 Palavras (3 Páginas) • 512 Visualizações
O Brasil e o mito da miscigenação harmônica entre o negro, o branco e o índio.
Von Martius chega ao Brasil em 1817, e percorre várias partes do país colhendo material da flora para pesquisa. Neste estudo reuniu e descreveu várias espécies da flora brasileira e como resultado escreveu alguns livros, Em 1838 pelo Instituto Geográfico, ele descreve toda sua experiência durante sua permanência no Brasil e se destaca pela perspectiva relatada sendo assim considerado como o naturalista que mais se aprofundou na botânica Brasileira contribuindo grandemente com as pesquisas sobre a área.
Quando surge a proposta do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) de realizar um concurso de monografias, de Como se deve escrever a história do Brasil, Von Martius volta ao Brasil para participar deste concurso. O contexto histórico do país naquele momento, que havia abandonado o período colonial, entrando para o período imperial sendo assim governado por regentes e em 1840 foi decretada de maneira antecipada e rápida a maioridade de D. Pedro II que passava a governar o país, neste momento se fazia necessária uma história que orgulhasse seu povo, pois era necessário romper os laços com Portugal e mostrar que esta nova nação que surgia teria um futuro promissor, nesta nova história que seria reescrita o Brasil tinha um passado heroico, e a perspectivas de um futuro brilhante e promissor.
Von Martius então propõe que essa nova historia reescrita deva ser pautada na união de um país que até então estava fragmentado em províncias e que deveria ser escrita a partir de sua relação com Portugal e outros países, e que essa história deveria abordar a contribuição étnica, dos indígenas dos negros e dos brancos necessárias para a formação da identidade nacional, já que do seu ponto de vista a junção destas três raças formaram a identidade brasileira.
E quando ele sugere que o índio, o negro e o branco contribuíram para a formação da identidade brasileira inicia-se o processo de construção do mito da miscigenação harmônica, mas o discurso dele é contraditório, pois ele descreve de formas diferenciadas cada uma destas três raças e nesta distinção o homem branco é descrito como superior. Para Martius os indígenas eram uma raça que necessitava ser estudada e também que poderiam ser originários de antigas civilizações, citando as condições dos indígenas quando o português chegou ao Brasil; sobre os negros ele faz menções a sua origem, aos seus conhecimentos sobre a natureza, sobre as superstições ao fato de serem escravos e sobre os portugueses ter conhecimentos sobre a politica, economia e religião, colocando neste sentido o português como o responsável por trazer a civilização a uma terra selvagem.
Porém Martius não condena nenhuma raça, mas quando se refere a elas e suas características as nomeiam como raças inferiores, raças superiores, classe baixa, classe superior e sangue português, findando por reproduzir as mesmas ideiam já disseminadas na época. Assim ele constrói o mito da miscigenação harmônica quando põe índio e o negro em posição inferior ao português colonizador, como sendo uma raça superior.
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