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Brasil Mito fundador e sociedade autoritária

Por:   •  4/7/2018  •  Seminário  •  1.345 Palavras (6 Páginas)  •  345 Visualizações

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Ana Carolina Vidal - 1º ano - Serviço Social

Prof º Alex

"Tapa olhos gigante"

Chauí, M. Comemorar? In Chauí, M. Brasil Mito fundador e sociedade autoritária.

Nesse último capítulo do livro, Chauí nos esclarece o conceito dado como "cultura senhorial" e finalmente, nossa sociedade autoritária.

No nosso mundo que vive dentro de um sistema capitalista, vê a pobreza, a miséria, o preconceito, a desigualdade, a violência, como coisas normais, consequências necessárias para o progresso da nossa sociedade. Afinal, é necessário que se haja um pobre pra que se haja um rico, quanto mais produção de um lado, mais pobreza do outro.

"As diferenças e as simetrias são sempre transformadas em desigualdades que reforçam a relação mando-obediência. O outro jamais é reconhecido como sujeito nem como sujeito de direitos, jamais é reconhecido como subjetividade nem como alteridade." (Chaui, 2000, pág. 55)

Portanto o sentido de autoritarismo, se expressa mais em nós mesmos e nas nossas relações interpessoais á nossa volta do que com politica e economia. A concorrência e o individualismo fez da sociedade um jogo. "(...) temos o hábito de supor que o autoritarismo é um fenômeno político que, periodicamente, afeta o Estado, tendemos a não perceber que é a sociedade brasileira que é autoritária e que dela provêm as diversas manifestações do autoritarismo político." (Chaui, 2000, pág 56)

Mulheres e homens ganham salários diferentes cumprindo a mesma missão, negros e brancos também. Crianças trabalham e vivem nas ruas ao invés de estudar. A pobreza sempre foi constante e continua assolando o país todo. E nós acabamos por tratar tudo isso com naturalidade.

O autoritarismo social é levado em conta por ser tratado com normalidade todas essas mazelas sociais, e ainda sobre a alienação da sociedade em gritar de alegria e honrar o hino nacional como se esperassem de verdade pela ordem e pelo progresso dessa forma.

E não é de interesse das classes burguesas que isso mude, querem nos guiar a pensar e lutar uns contra os outros e nos esquecer dos reais inimigos. Continuam nos alienando, e nós continuamos a assistir televisão e a acreditar nos sites de noticias.

Enfim, é visto que não há o que se comemorar.

"Tanto patriotismo assim faz bem?''

Chauí, M. Do IV ao V centenáro. In Chauí, M. Brasil Mito fundador e sociedade autoritária.

A autora começa este capítulo voltando nossos olhares para o livro "Porque me ufano de meu país", de Afonso Celso, Visconde de Ouro Preto, pois segundo ela, este é uma reatualização de nosso mito fundador, ocorrida no IV centenário da descoberta do Brasil. Ela, num primeiro momento nos esclarece sobre quem foi o autor, suas referências ("Euclides da Cunha em Os Sertões. Silvio Romero, O caráter nacional e as origens do povo brasileiro, de 1881, e a História da literatura brasileira, de 1888. O naturalista alemão Von Martius, cuja monografia, Como se deve escrever a história do Brasil, publicada em 1845, definiu o modo de se fazer história no país. Francisco Adolpho de Varnhagen, com a História Geral do Brasil, publicada entre 1854 e 1857). Nos mostra que a partir desse conjunto de referências Afonso Celso escreve Porque me ufano de meu país, neste cenário e período onde foi escrito, Chauí nos clareia com uma análise crítica e muito importante do livro e ao patriotismo exagerado e alienação cultural e intelectual da realidade brasileira.

Afonso dedica seu livro aos seus filhos e aos que gostariam de ser uteis ao seu povo, país e nação.

"Quando escreve Porque me ufano de meu país, Afonso Celso tem diante de si a crise dos pilares em que se assentava a estrutura da sociedade brasileira, isto é, a grande propriedade territorial e a escravatura, tem também diante de si a crise que perpassa a chamada República Velha e que aparece sob a forma de lutas internas às camadas dominantes - monarquistas lusófilos e jacobinos lusófobos, liberais e conservadores, liberais e positivistas, civilistas e militaristas, agraristas-exportadores (que designavam a si mesmos como “as forças vivas da nação” e eram designados pelos inimigos como “classe parasita e lucrativa”) e industrialistas-especuladores (que Rui Barbosa convocava para a construção de uma democracia do trabalho industrial, laboriosa e robusta) (...) Tem ainda diante de sí as notícias das primeiras greves de colonos, na região cafeeira de São Paulo, e a agitação provocada pela campanha e pelo massacre de Canudos (1896-97). E, sobretudo, para o que aqui nos interessa, tem diante de sí o contraste entre a elaboração romântica da nacionalidade (o nativismo indianista)." (Chauí, 2000, pág. 29)

Podemos observar que o autor só tem imagens de felicidade, clima agradável e honra de seu país, como patriota nato e defensor das belezas naturais e dos mais lindos pontos do Brasil. Portanto escreve e cita no livro, 11 motivos para a superioridade do Brasil.

"Do lado da natureza, o primeiro motivo de ufanismo é a grandeza territorial, é motivo de orgulho a beleza incomparável do país, atestada por viajantes e poetas que cantam seus primores, a seguir as riquezas naturais, a variedade e amenidade do clima. Por fim, é preciso mencionar a ausência de calamidades, isto é, “privilegiado da Providência”, o Brasil não registra flagelos, catástrofes como ciclones, terremotos, vulcões, correntes traiçoeiras, furacões." (Chaui, 2000, pág 32)

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