Primeira República Brasileira
Por: jupereiras • 20/6/2018 • Seminário • 1.137 Palavras (5 Páginas) • 140 Visualizações
Neste texto → interpretação da experiência política da Primeira República brasileira. A
imprevisibilidade do processo. Principalmente, pretendeu-se chamar atenção para a
especificidade da constituição de uma noção republicana de cidadania em uma sociedade
que acabava de abolir a escravidão.
Uma república proclamada → 3 de dezembro de 1870, no Rio (sede da Monarquia) foi
publicado no jornal A República o texto considerado manifesto fundador do movimento
republicano no Brasil. Trazia destaque ideias de democracia e federalismo, citava soberania
do povo, liberdade individual e voto do povo. Eram contra o poder do imperador nos
resultados eleitorais. O manifesto ignorava o tema da escravidão, apesar de ter sido
publicado menos de um ano da abolição, pois os republicanos não chegaram a um
consenso sobre a questão. A partir da década de 1870, surgia no Rio uma nascente opinião
pública baseada no crescimento dos setores médios urbanos, em uma imprensa crítica e
em uma cultura política que passava a valorizar a ocupação dos espaços públicos.De
acordo com a historiadora Maria Tereza Chaves de Mellonova opinião pública da capital
irmanava-se no apreço à modernidade e ao progresso, noções que muitas vezes se
confundiam com a ideia republicana.
José do Patrocínio, filho de uma liberta africana com um padre católico e chefe político do
interior do Estado do Rio era uma figura conhecida. Em torno do seu jornal Gazeta da Tarde
reuniam-se artistas e etc que agitavam as ruas do Rio na última decada do império. Outros
propagandistas republicanos como Lopes Trovão e Silva Jardim eram oradores com
performance política ligada à praça pública, o que os aproximava de operários e
trabalhadores urbanos.
A abolição da escravidão foi conquistada num movimento de desobediência cívil e gerou a
expectativa de reformas, mesmo não sabendo como seriam feitas. Federalismo, abolição do
Conselho de Estado e do Senado vitalício, separação da Igreja e do Estado, criação do
registro civil (instituido pela Monarquia ainda em 1888), maior participação política eleitoral,
meritocracia e fim dos privilégios n
gabinete monárquico. Só ficou claro para todos que era muito mais que isso quando na
câmara de vereadores do rio, uma representação liderada por José do Patrocínio declarou,
em nome do povo, a queda da Monarquia e proclamada a República como nova forma de
governo do Brasil. Apenas à noite instalou-se um governo provisório. O imperador foi
intimado a deixar o país em 24 horas. A partida da família imperial foi realizada de
madrugada e sigilosamente.
De acordo com a historiadora Maria Tereza Chaves de Mello, uma monarquia já sem
sustentação política e a expectativa reformista da opinião pública carioca deram ao evento
um ar de mudança inevitável.
Consumado o golpe de Estado, instalou-se um governo provisório. Liderado por deodoro,
na qual militares de carreira, militares de formação científica, republicanos históricos e
intelectuais reformistas, muitos deles positivistas, além de membros do Partido Republicano
Paulista estiveram representados. O primeiro decreto do governo declarou a república
federativa. E já no seu preâmbulo mudava o nome do país para Estados Unidos do Brasil e
transformava em estados as antigas províncias. A tensão inicial entre a tentação de uma
ditadura militar positivista e uma república constitucional foi vencida pelos
constitucionalistas. Em 19 de novembro de 1889, o decreto deu título de eleitor a “todos os
cidadãos brasileiros no gozo de seus direitos civis e políticos, que souberem ler e escrever”
Marcaram-se as eleições para o dia 15 de setembro de 1890. O Ministério do Interior
rapidamente nomeou uma comissão para redigir o anteprojeto da Constituição. Campos
Sales implementou a separação da Igreja e do Estado antes mesmo da constituinte, com
base em projeto liberal Rui Barbosa e do positivista Demétrio Ribeiro, aprovando o
casamento civil obrigatório e a regularização do registo cívil. Novo hino nacional e “ordem e
progresso” na bandeira.
A Constituição sancionada em 1891 consagrava o presidencialismo,com mandato de 4
anos, e o federalismo, com grande autonomia para os estados, que teriam constituição
própria, forças públicas armadas.
A transformação tinha sido rápida e profunda. Em menos de dois anos, uma monarquia
tinha se transformado em uma república cujo poder se assentava,a princípio, no sufrágio
popular. Nas cidades e no Rio, em especial, surgira uma cultura política na qual as
manifestações em praça pública, formado pelas classes médias e trabalhadoras urbanas.
Com plenos direitos civis, mas sem direitos políticos, além das mulheres, milhões de
camponeses
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