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RELAÇÃO DA ESCOLA FRANCESA DE GEOGRAFIA COM O ENSINO DA DISCIPLINA NO BRASIL

Por:   •  7/6/2021  •  Resenha  •  1.443 Palavras (6 Páginas)  •  231 Visualizações

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS

RELAÇÃO DA ESCOLA FRANCESA DE GEOGRAFIA COM O ENSINO DA DISCIPLINA NO BRASIL

NOMES: ADRIANO ROBERTO TOMAZ

     LEONARDO DO NASCIMENTO CORREA

CAMPINAS, 2016

RESUMO

O ensino da Geografia no Brasil, está concretamente unido com a escola Francesa de Geografia, tendo como o autor principal Paul Vidal de la Blache, e a fortificação do curso fundado na USP, que no começo era integrado no curso de História, as ideias e os percussores da educação geográfica no Brasil possuem forte influência da escola francesa, como métodos, conceitos afetas até hoje na educação, em meios de livros acadêmicos e formação de grandes geógrafos alinhados com a escola lablachiana.

Palavra-chave: Geografia, Paul Vidal, Francesa, Brasil

Introdução

A escola francesa de geografia foi fundada por Paul Vidal de la Blache, que tem como da base o Possibilismo[1] na Geografia, a visão francesa entende que homem como um ser ativo, o qual ganha a influência do meio, mas que também atua sobre ele, transformando o mesmo. Vidal entende que as necessidades humanas são condicionadas pela natureza e que o homem, procura as soluções para satisfazê-las a partir das condições oferecidos pelo meio que está inserido. Nessa influência mútua entre homem -meio, a natureza passou a ser entendida como possibilidades para a realização da ação humana. Ela é vista como uma fornecedora de possibilidades, para a transformação humana, não determinando a evolução da sociedade, esse pensamento por si só já traz o homem como o principal agente geográfico, evidenciando assim a ideia de Possibilismo. Com isso a influência do pensamento francês, no ensino Brasileiro de Geografia, desde na universidade até livros didáticos, é evidente, com criação do curso de geografia, que ainda era na USP, junto com o curso de História, a participação do pensamento lablachiano.

Objetivo

O objetivo do projeto é tentar esclarecer as ideias e os conceitos da geografia francesa, com tudo evidenciar a importância desdês conceitos na relação do ensino de geografia, no Brasil. Também podemos citar o protagonismo em relação de artigos acadêmicos ainda no começo da criação do curso, e também a formação de professores com clara abrangência na doutrina da escola francesa.

Justificativa

A disciplina Geografia, no pais foi inicialmente confiada a Pierre Deffontaines, geógrafo francês que teve uma grande influência no ensino desta disciplina no Brasil e que ficaria apenas um ano na Universidade, transferindo-se em seguida para o Rio de Janeiro. Deffontaines, não só exerceu influência sobre seus alunos como também, juntou-se com intelectuais paulistas como Rubens Borba de Morais, Caio Prado Júnior e, constituiu a Associação dos Geógrafos Brasileiros, primeiramente paulista, por atuar somente naquele estado. Através, de pesquisas e de viagens de conferências Deffontaines despertou o interesse pela geografia e preparou o terreno para o trabalho que seria realizado, a partir de 1935, por seu companheiro e sucessor, o também francês, Pierre Monbeig. Este, com a experiência apenas do ensino secundário, encontrou-se com a responsabilidade de substituir um professor bem mais experiente e eficaz. Não desistiu e prosseguiu o trabalho do seu precursor, tendo a chance de contribuir para a sistematização e solidificação da geografia brasileira, por um extenso tempo de 11 anos, já que a Segunda Guerra, arrebentando a Europa, forçou-o a ficar no Brasil, podendo concretizar o curso de Geografia da USP e desenvolver em extensões nacionais a Associação dos Geógrafos Brasileiros. A formação do curso no Brasil é fato evidente que a disseminação das ideias, da escola francesa, ganhasse força no País.

Nos anos de 1920 e 30, a Geografia é feita de maneira multidirecional: formas de utilização do solo, habitat rural, gêneros de vida, sistemas de cultura etc. Após, sob a influência de historiadores como Marc Bloch, a análise da formação das paisagens agrárias vai constituir abordagem central da Geografia rural e abrir a via de uma outra especialidade: a Geografia histórica. Os geógrafos franceses têm o sentimento de que dispõem de dois instrumentos com os quais seriam capazes de tratar de todos os problemas que se pode encontrar: a análise regional, para tomar contato com as realidades em nível mais local e mais modesto; e a análise de situação, que permite assinalar as relações existentes entre um ponto ou uma região e os espaços que a cercam, evidenciando assim a metodologia apresentada na geografia brasileira, pelo menos no início da vida acadêmica dessa ciência.
            Umas das principais heranças de Deffontaines está exatamente nesta circulação nos espaços onde era produzido o saber geográfico no Brasil. Ele contribuiu decididamente para o auxílio entre a dita “ala acadêmica” da disciplina institucionalizada e a administrativa geográfica (representada pelo IBGE), com isso também podemos notar a importante da formação francesa também na formação do Instituto Brasileiro Geografia e Estatísticas.

.       Os professores franceses foram convidados para implementar a Geografia no Brasil, estes davam maior ênfase à Geografia Humana e Regional; ao analisar as regiões, levavam em consideração os aspectos físicos, mas sobrepunham a estes os demográficos e os econômicos, tais aspectos mostram bem a aplicação da doutrina lablachiana. Podemos notar que:

Optou-se aqui por enfatizar os aspectos da Geografia Francesa, uma vez que está se faz presente em nosso país a partir do início do século XX, com a vinda de diversos pesquisadores franceses, que além de realizar diversos trabalhos, como o primeiro levantamento geomorfológico brasileiro realizado por Emmanuel de Martnonne, também foram responsáveis pela institucionalização da geografia brasileira na Universidade de São Paulo (MOREIRA, 2008).

Geografia Francesa nos livros didáticos

Na década de 30, nascem coletâneas de livros didáticos publicados por Delgado de Carvalho[2] e Aroldo de Azevedo[3], que são fiéis aos princípios do Possibilismo Geográfico, adaptando-os ao ensino da Geografia no Brasil. Assim, são esses livros didáticos que guiam a produção do saber geográfico, por exemplo Carvalho, participou dos debates em volta da concretização do conhecimento geográfico no Brasil, além disso forneceu elementos para alterar a prática do ensino da matéria de Geografia em grau secundário. Em seus livros e artigos, batalhou contra o ensino da Geografia genuinamente descritiva ou de mera nomenclatura de detalhes físicos e de topônimos, baseada na mais pura memorização, explorando nova uma empreitada metodológica em serviço da Geografia científica, para muitos autores, Delgado de Carvalho, terá grande influência, não somente de um historicismo, intercedido por uma visão positivista, como também de um historicismo que procurava o entendimento da realidade social a desde uma assimilação da individualidade das áreas, o que implicava uma visão histórica interativa dos vários elementos físicos e humanos presentes em uma  parte da superfície terrestre – estas interpretações podem ser facilmente encontrados na obra “Le Brésil Méridional”, seu principal trabalho.

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