Resumos de textos sobre totalitarismo
Por: Cassio Souza • 25/5/2015 • Resenha • 1.537 Palavras (7 Páginas) • 476 Visualizações
ARENDT, Hannah. Imperialismo. In: Origens do totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. p. 147/187
Hannah Arendt realiza uma análise do imperialismo, associando-o desde sua necessidade de expansão (rompimento com as fronteiras nacionais como limitador do crescimento continuo econômico por parte da classe detentora de produção, burgueses) ao seu sustentáculo sistemático: o racismo. Em três capítulos é possível identificar como primeiro estágio o desejo expansionista acompanhado da necessidade do amparo político, levando a inserção sob condição o viés econômico, moldando como principal objetivo da política externa a expansão do sistema capitalista. Todavia, quando essa expansão se da em forma de estado-nação identifica-se o paradoxo: a forma em que foi construído enquanto a expansão desejava o ilimitado, fazendo com que a expansão econômica tivesse acoplada aos meios de dominação por parte do estado, levando este a apresentação de forma violenta (exército e afins). Seguindo com a leitura, em Poder e a burguesia, Hannah Arendt aponta a exportação de capital como forma de obtenção de lucros fora do mercado doméstico, apresenta o imperialismo como processo de domínio político burguês e não como último estágio do capitalismo (como aponta Lênin), por fim o pensamento político imperialista enfatizando o progresso como recurso para acúmulo exacerbado de riqueza e poder. Em seu último item, a aliança entre a ralé e o capital, aponta-se o racismo como meio para a homogeneização do povo a base da ralé, a diferenciação dos dois termos não se aplica por distinção socioeconômica, apenas pela ralé almejar um ‘’ líder’’ enquanto o povo por um sistema.
HOBSBAWN, Eric J. A era da guerra total. In: Era dos Extremos: O breve século XX, 1914-1991. 2º Edição. São Paulo: Companhia das letras, 2002, p. 29-60.
O Capítulo a Guerra total referente ao livro Era dos Extremos do historiador Eric Hobsbawn expõe sua percepção sobre as duas maiores guerras mundiais do século XX de forma continua, ou seja, trinta e um anos de uma guerra. Nessa perspectiva o historiador levanta uma série de informações apontando os esforços das potências voltadas (economia principalmente voltada para a produção bélica como pode ser visto no item 3) para esse período. É perceptível o impacto causado pela primeira guerra mundial nas pessoas que viveram antes do acontecido em 1914, com intuito de auxiliar nessa definição, aponta a associação da palavra paz como sinônimo de ‘’ antes de 1914’’, não nos deixando cair no erro de não ter guerras antes desse período e sim pela proporção das grandes potências envolvidas, números de mortos. Em seguida, o autor traz uma série de informações sobre a segunda guerra mundial ( a exemplo: ora o Blitzkrieg ou guerra relâmpago como necessidade por parte da Alemanha pelos seus dois frontes de batalha ora pelo retorno das trincheiras em 1941/42) incluindo uma problemática em seu final, a divisão de territórios e outras imposições aos vencidos. Em um segundo momento, Hobsbawn enfatiza a segunda guerra mundial citando o fascismo como resolução da crise de 1929 para Itália e Alemanha, a ausência de intervencionismo na expansão Alemã pelo fato das potências estarem voltadas para o socialismo da URSS como principal problema. O desenvolvimento tecnológico como meio de caracterização da guerra e não apenas isso, como um dos principais elementos para o enorme quantitativo de mortos a ideologia fruto da ultradireita nacionalista.
ARENDT, Hannah. Origens do totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 390/438.
O texto de Hannah Arendt apresenta a importância da propagando como recurso indispensável para o êxito do movimento totalitário, uma vez que este não permite a difusão de uma verdade, é necessário o entendimento como ‘’a verdade’’. A propaganda nessa perspectiva deve deter a sua credibilidade ao futuro, evitando o levantamento da sua interpretação no presente, o termo utilizado pela autora é propaganda profética para designar essa característica. A Importância de ser associada com o terror se da por uma necessidade, em uma fase inicial o terror consegue impor, a propaganda faz a conversão do que foi imposto aos que vão impor, a fase dialética totalitária. Em um segundo momento, as organizações totalitárias tem como fim a ‘’criação’’ de novos grupos com o objetivo de consolidação do regime, nas suas mais variadas ramificações, a ideia de ordem ( tanto no entendimento hierárquico quanto no entendimento de ser ordenado) não permite a possibilidade de ausência da concretização.
Cinzas da Guerra. Direção: Tim Blake Nelson. Estados Unidos,2001. 108 min.
O Filme cinzas da guerra retrata uma micro história com o enredo da única revolta armada com documentação dos prisioneiros judeus que executavam tarefas que envolviam um conflito moral, levar outros judeus para a câmara de gás, recolher os corpos e levar ao crematório, esse grupo é denominado de sonderkommando, em troca recebiam algumas regalias e alguns meses de vida ( eram testemunhas vivas, possibilidade de levantamento de detalhes, a morte era uma queima de arquivo). Apesar de ainda no seu início apontar como principal personagem o médico judeu escolhido por Mengele, suas entre cenas proporcionam detalhes interessantes( a cena em que um judeu é morto por outro judeu aos socos, é seguida por outro membro do sonderkommando dando continuidade incitando o ‘’banho’’, com detalhes como : ‘’suas roupas estão em cabides numerados, gravem o número’’ arremetem a ideia da vida que segue após o banho’’) que colaboram com o entendimento aprimorado do que vem a ser o holocausto.
O Grande Ditador. Direção: Charles Chaplin. Estados Unidos,1940. 119 min.
O Filme é uma sátira interpretada por Charles Chaplin ao totalitarismo alemão, entre bigodes e gesticulações que nos arremetem diretamente ao Hitler, o filme é produzido no desenrolar da guerra, que apesar de estar em seu início já estava com a França e Inglaterra arrasadas. A trama acontece na Tomânia ( alusão a Alemanha) onde um barbeiro judeu de um gueto apresenta imensa semelhança e acabam sendo confundidos, destaca-se os símbolos e várias cenas de alusões ao Hitler. Enquanto a arma mais poderosa de Hynkel ( Ditador) era sua capacidade oratória, o barbeiro passa maior parte do filme apenas concordando e acatando conselhos, até o momento do seu discurso final, no qual simplesmente parece desabafar todos os seus anseios acumulados. Chaplin tem a incrível capacidade de conseguir arrancar sorrisos de um acontecimento no qual normalmente é a única expressão que não possuímos quando falamos sobre o período.
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