A ESTRUTURA DA LÍNGUA PORTUGUESA
Por: luizhb30 • 16/8/2020 • Projeto de pesquisa • 46.217 Palavras (185 Páginas) • 305 Visualizações
ESTRUTURA DA LÍNGUA PORTUGUESA
JOAQUIM MATOS
ESTRUTURA DA LiNGUA PORTUGUESA
JOAQUIM MATTOS O CAMARÁ JR.
português - linguistica
30a Edição
EDITORA VOZES
Petrópolis
1999
© 1970, Editora Vozes Ltda.
Rua Frei Luís, 100
25689-900 Petrópolis, RJ
Internet: http://www.vozes.com.br
Brasil
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FICHA TÉCNICA DA VOZES
GERENTE EDITORIAL
Avelino Grassi
EDITOR
Lidio Peretti
Edgar Orth
GERENTE INDUSTRIAL
José Luiz Castro
EDITOR DE ARTE
Ornar Santos
EDITORAÇÃO
Supervisão gráfica: Valderes e Monique Rodrigues
ISBN 85.326.0061-1
Este livro foi composto e impresso pela Editora Vozes Ltda.
SUMÁRIO
Advertência, 7
Parte Introdutória
CONSIDERAÇõES GERAIS
I. Gramática e seu conceito, 11
II. Variabilidade e invariabilidade na língua, 17
III. A técnica da descrição lingüística, 22
Parte Primeira
A SEGUNDA ARTICULAÇÃO OU FONOLOGIA
IV. Sons vocais elementares e fonemas, 33
V. As vogais e as consoantes portuguesas, 39
VI. As estruturas da sílaba em português, 53
VII. A acentuação e o vocábulo fonológico, 62
Parte Segunda
A PRIMEIRA ARTICULAÇÃO OU MORFOLOGIA
VIII. O vocábulo formal e a análise mórfica, 69
IX. A classificação dos vocábulos formais, 77
X. O mecanismo da flexão portuguesa, 81
XI. O nome e suas reflexões, 87
XII. A significação geral das noções gramaticais do verbo, 97
XIII. A flexão verbal portuguesa - O padrão geral, 104
XIV. Os padrões especiais dos verbos em português, 111
XV. O sistema de pronomes em português, 117
ADVERTÊNCIA
Esta Estrutura da Língua Portuguesa foi feita em virtude de um convite especial e espontâneo da Editora Vozes, depois que, por convite anterior, desenvolvi na revista
do mesmo nome daq)uela Editora, em 10 artigos sucessivos, algumas considerações sc)bre problemas de Lingüística Descritiva, já agora reunidos num pequeno volume.
O assunto proposto não me tomou, porém, de surpresa, bois tem sido abordado por mim em cursos aqui e no estrangeiro, além de tratado, de 1956 a 1968, no
exercício do cargo de profe§sor titular de português na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Católica de Petrópolis.
Acresce o trabalho crítico silencioso, em mim suscitado plelas gramáticas, que têm sido publicadas nestes últimos anos ente nós na esteira da Nomenclatura
Gramatical Brasileira, e pox fIssa própria Nomenclatura.
Não digo que a minha tentativa não possa estar defeituosa e passível de muitas melhorias. Eu próprio tenho desenvolvido um trabalho constante e pertinaz
de renovação, a respeito do que venho dizendo e escrevendo na minha já longa carreira de professor. Neste sentido tenho a agradecer as críticas, que tenho recebido,
algumas de envolta com generosos elogios e incentivos para p~osseguir nos meus objetivos.
São eles, antes de tudo, associar intimamente a descrição kramatical à lingüística sincrônica, em seu sentido amplo, e cliar afinal uma descrição da língua
portuguesa, não direi científica, mas isenta de parti-gris purista e normativo, de um lado, e, de outro lado, distanciada de preconceitos nativistas ou revoluciÇnários,
que me parecem igualmente condenáveis.
Os estudantes universitários, os professores de português h os scholars em geral, a cujo serviço tenho sempre procurado me l&, dirão se este meu trabalho
valeu o esforço despendido.
Rio de Janeiro, 1969. J.M.C. 4.
7
Parte
Introdutória
Considerações
Gerais
Este livro está incompleto. Como o Autor declara na Advertência, havíamos pedido a ele uma gramática completa, de cunho estruturalista, da Língua Portuguesa.
Ficaram prontas apenas duas partes da obra. Mas, como partes, foram revisadas e dadas como definitivas pelo Autor que, aos 66 anos, foi colhido pela morte
no dia 4 de fevereiro de 1970.
Ao publicarmos estes textos, queremos prestar uma homenagem à memória do grande mestre amigo, pesquisador incansável e lúcido. Temos a certeza de colocar
nas mãos dos estudiosos excelentes subsídios para a compreensão das estruturas da Língua Portuguesa.
Os Editores
I
GRAMÁTICA E SEU CONCEITO
1, A Gramática descritiva ou sincrônica é o estudo do mecanismo pelo qual uma dada língua funciona, num dado momento (gr. syn-«reunião», chrónos «tempo»), como meio
de comunicação entre os seus falantes, e na análise da estrutura, ou configuração formal, que nesse momento a caracteriza.
Quando se emprega a expressão gramática descritiva, ou sincrônica, sem outro qualificativo a mais, se entende tal estudo e análise como referente ao momento
atual, ou presente, em que é feita a gramática.
Já tinha em princípio esse objetivo a gramática tradicional, elaborada a partir da Antigüidade Clássica para a língua grega e em seguida a latina. Em português,
desde Fernão de Oliveira e João de Barros no século XVI, vêm se multiplicando as gramáticas, pautadas pelo modelo greco-latino, intituladas quer descritivas, quer
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