Analise do Livro Didático
Por: karinemms • 29/4/2016 • Trabalho acadêmico • 1.541 Palavras (7 Páginas) • 365 Visualizações
O ensino da Língua Portuguesa tem passado por inúmeras mudanças nas ultimas décadas, entre elas está a reinvenção da concepção de ensino da gramática, hoje o ensino da língua foge das antigas concepções “decorebas” e repetitivas e busca sobretudo a formação crítica do leitor, do seu falar e da produção, adaptando-se aos usos e as situações derivadas do contexto de cada meio.
A reinvenção dessa prática tem sido fonte para inúmeras discussões entre especialistas da área, neste texto buscamos apenas descrever um livro didático atual e que segue essas novas indicações, a qual chamamos de análise linguística ou análise da língua, percebendo que por se tratar de análise, não a encontramos como um manual prescritivo, pronto, acabado e com normas a serem seguidas, trata-se de um novo modelo, um ensino da língua adequado às novas tendências de mundo e linguísticas, temos então uma nova maneira de ver a língua, não mais como um fim em si, mas como um meio, que inclui a gramática prescritiva em um ensino contextualizado e reflexivo.
Este trabalho é o resultado da análise do Livro Didático de Língua Portuguesa do 7º Ano do Ensino Fundamental, que tem como título: Português Linguagens, do autor William Roberto Cereja, da Editora Saraiva no ano de 2012 e tem como objetivos analisar e descrever como é trabalhada a Semântica neste Livro Didático, bem como, fazer uma reflexão sobre gramática, que mesmo fazendo uso de alguns conceitos de gramática normativa, essenciais ao exercício de um mínimo de metalinguagem com: o substantivo, verbo, pronome, complementos, adjuntos, alarga o horizonte dos estudos da linguagem, apoiando-se nos recentes avanços da lingüística e da análise do discurso, baseada em uma proposta de produção textual apoiada na teoria dos gêneros textuais ou discursivos e na linguística textual e o interesse em exemplos (seja na condição de receptor, seja na de produtor) outras linguagens, além da verbal, como a pintura, a fotografia, o cinema, o cartum e o anúncio publicitário.
O ensino de Língua Portuguesa, hoje passa por um processo de reformulação e alargamento do horizonte das atividades que envolvam leitura, produção de textos e reflexão sobre linguagem, adoção de medidas básicas como as enunciadas anteriormente, como a revisão dos objetivos do Curso de Língua Portuguesa, a inclusão de novos conteúdos , a reavaliação do peso de conteúdos tradicionalmente supervalorizados, a mudança de postura em relação à língua (eliminando, por exemplo, a noção de erro e inserindo a noção de adequação, ou abrindo espaço para as variedades linguísticas, a introdução de situações concretas de interação discursiva e o desenvolvimento de projetos como forma de garantir a participação efetiva do aluno-sujeito no processo de construção do conhecimento, onde a abordagem da linguagem tem como horizonte a perspectiva do texto e do discurso.
Esta obra parte do principio de que o caminho para a renovação do ensino de língua, e principalmente de gramática, não implica uma ruptura com conteúdos histórica e culturalmente adquiridos, nem se trata tão pouco de omitir nomenclatura ou de substituí-la por outra, desta ou daquela teoria linguística. O esforço desta obra consiste em dar um novo tratamento a esses conteúdos, que passam agora a serem vistos também pala perspectiva da Semântica, da estilística, da linguística e da análise do discurso.
Neste livro as aberturas das unidades contém normalmente uma imagem artística (fotografia, pintura, quadrinho, ilustração, painel de imagem) e um pequeno texto, que inclui perguntas ou referências breves relacionadas à imagem de abertura e ao tema da unidade. Esse texto serve ao mesmo tempo de aquecimento para o tema da unidade e como elemento organizador dos capítulos subsequentes. Ainda nas páginas de abertura, há uma seção intitulada Fique ligado! Pesquise!, onde são sugeridas atividades, dentro ou fora da classe, que consistem em pesquisar, ler, assistir a filmes, ouvir certas músicas, navegar pala internet, etc.
O capítulo Intervalo, que fecha as unidades, retoma e aprofunda sob diferentes enfoques e linguagens o tema trabalhado na unidade e é organizado de maneira a “quebrar” a estrutura do próprio livro e do andamento das aulas. Com essa quebra pretende-se propiciar momentos de vivência lúdica dos conteúdos, desenvolver outras formas de expressão do aluno e ampliar, de modo sistematizado e gradual, suas habilidades de leitura.
Esse capítulo contém um Projeto e propõe a realização de um conjunto de atividades que diversificam as formas de abordagem do tema da unidade e, ao mesmo tempo, oferecem aos alunos oportunidade de operar os conteúdos de forma mais efetiva e criativa. São apresentadas, por exemplo, propostas para novas produções de texto, e para a realização de uma amostra ou de confecção de um livro, de um jornal ou de uma revista, para a criação de um varal de poesia, para representação teatral de textos criados pelos alunos, para a realização de jogral, exposições, seminários e debates públicos, para a apresentação de filmes, shows musicais, etc.
Pelas atividades diversificadas que propõe, esse capítulo tem um triplo papel: por um lado, serve como “descanso” das atividades regulares do curso, uma vez que abre espaço para a criatividade e para novas estratégias e interações. Por outro, promove uma síntese dos conteúdos desenvolvidos na unidade. E por último, dá sentido à produção textual realizada durante a unidade, ao criar situações concretas de recepção para os textos produzidos e ampliar a diversificar o público leitor. Deste modo o aluno cria poemas para publicá-los em um livro, produz textos teatrais para apresentar, aprende a produzir notícias, reportagem e entrevista para confeccionar um jornal, desenvolve argumentação oral para participar de um debate público e expõe oralmente a partir de um seminário. Além disso, os projetos não deixam de ser também um bom instrumento de avaliação, já que permitem verificar até que ponto os conteúdos desenvolvidos no bimestre se transformaram em aprendizagem efetiva.
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