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COMPETÊNCIAS DA ESCRITA

Por:   •  16/11/2015  •  Dissertação  •  1.369 Palavras (6 Páginas)  •  236 Visualizações

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Vanessa Aparecida R Anastacio

Letras - Português

Dissertação Apresentada ao Curso de Formação de Professores do Estado de São Paulo.

Outubro/2012.

COMPETÊNCIAS DA ESCRITA

Quais características os alunos precisam conhecer e dominar para desenvolver a competência escritora?

Inicialmente, é necessário salientar que o processo da escrita está inteiramente atrelado à leitura, dessa forma, não podemos pensar em desenvolver a competência escritora sem antes desenvolver as habilidades de leitura. Pesquisas relacionadas à Educação em nosso país apontam que grandes partes dos alunos não são capazes de compreender textos longos, de identificar e recuperar informações literais, de criar formular e reformular hipóteses interpretativas, sintetizar, argumentar e avaliar criticamente o que lêem. Não cabe aqui, nesse momento, questionarmos os motivos, mas, reflitamos sobre algumas questões:

- os desenvolvimentos das competências linguísticas (tanto a leitura, quanto a escrita) estão diretamente ligados às práticas do cotidiano, no seu mais amplo sentido, isto é, não somente no período em que o aluno se encontra no ambiente escolar; esses alunos leem?! Quais são as leituras disponibilizadas em sala de aula? Trabalham com a leitura dos textos contextualizados, sabem identificar as tipologias, os gêneros textuais ao entrarem em contato com os textos?

Antes de escrever, o aluno precisa estruturar o seu conhecimento, organizar suas idéias, de maneira a qual, possa transmiti-las com coerência e clareza, ou seja, a competência escritora, exige um crescente controle produtivo sobre as operações linguísticas de acesso, seleção lexical e sobre a organização sintática do enunciado guiado pelas intenções comunicativas. Vale salientar ainda que, de nada adianta se ter conhecimento em relação às regras que dirigem a organização formal da linguagem se não soubermos controlar a sua aplicação no desenvolvimento do texto.

Não basta apenas ter conhecimento generalizado e disciplinar a respeito dos gêneros e tipologias textuais, é preciso que o aluno saiba identificá-las dentro de um contexto, até porque esses gêneros caracterizam-se muito mais por suas funções nos aspectos comunicativos (ex: cartas pessoais ou comerciais, diários, agendas, e-mail, facebook, lista de compras, cardápios, etc.), cognitivos e institucionais, do que por suas peculariedades linguísticas e estruturais.

Vejamos, por exemplo:

Um aluno pode saber perfeitamente apontar quais são as características de um texto argumentativo e, em contrapartida pode não saber identificar essas características quando em contato com um texto. Como já fora dito, conhecer um gênero de texto é conhecer também suas condições de uso, sua pertinência, sua adequação em relação às especificidades do contexto social. Por exemplo, o termo “Era uma vez”, é sem dúvida a forma mais tradicional e comumente usada para dar início a um conto, no entanto, não seria perfeitamente adequada para a composição de uma carta informativa ou instrucional.

Entendamos competência como o estoque de “conhecimentos, subsídios, habilidades, capacidades” que detém o indivíduo e, que assim justificam o seu alto desempenho em determinada tarefa e/ou assunto, isto é, competência envolve contextualização, manobra e adequação, mobilização de conhecimentos. Dessa forma, em relação aos gêneros, pensemos; “Quais habilidades o aluno precisa deter para que possa ser competente a escrever determinado tipo de texto intencional, ou proposto, sem que confunda-o estrutural, ou linguisticamente:

Primeiramente, é preciso que ele conheça as peculariedades de cada tipologia textual, o que faz com que meu discurso seja descritivo? Quais as características evidenciam que estou narrando? Que frases e/ou palavras apontam que estou argumentando, defendendo um ponto de vista, uma ideia?!

Na tipologia descritiva, conhecer características que lhe são peculiares como o uso frequente de adjetivos inferidos a algo ou alguém, inferir detalhes, uso frequente de verbos de ligação, metáforas e/ou figuras de linguagens, resultando a 'visão, a imagem' física e/ou psicológica de algo e/ou alguém;

Na narrativa, observar o texto, há enredo?! Conflito, cenário, tempo, espaço, alguém fala?! Há discurso, 1ª ou 3ª pessoa, verbos de ação …

Na argumentativa, observar se há objetividade, defesa de um ponto de vista, uma ideia, a linguagem é denotativa ...

É importante que o aluno compreenda, que os inúmeros gêneros textuais, verbais ou não verbais, visuais, sonoros, imagéticos, ou ainda o agrupamento de todos, são incontáveis e, não são elementos fechados que acolhem apenas um único sentido. Se por um lado o aluno (leitor) não está livre para atribuir qualquer sentido ao que lê, por outro lado, quando as marcas textuais são observadas, identificadas e, por conseguinte, as relações com outros textos são estabelecidas esse aluno/leitor acaba descobrindo inúmeras possibilidades de leitura e reconhecimento de suas respectivas peculariedades, assim, o acesso a diferentes gêneros textuais é de suma importância para que os alunos criem uma “bagagem” textual e, com isso, saibam escolher cada um deles em dado contexto. Essa bagagem é que os propicia a escolha adequada de uma produção textual em dada situação comunicativa, isto é, a partir desse estoque, dessa bagagem que o aluno será capaz de (re)produzir de maneira concreta, isto é, de escrever a respeito daquilo que compreende, questionar, defender ou descrever com competência.

Um dos

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