FICHAMENTO DA OBRA ‘FRANKENSTEIN’ DE MARY SHELLEY
Por: Fran.30.Oliveir • 14/10/2018 • Resenha • 1.284 Palavras (6 Páginas) • 314 Visualizações
FICHAMENTO DA OBRA ‘FRANKENSTEIN’ DE MARY SHELLEY
Francieli Oliver
Através da leitura da obra de Mary Shelley – Frankenstein- pode-se realizar reflexões filosóficas sobre a ciência e seus avanços contidos no livro. A obra escrita no ano de 1818 propõe uma ponderação sobre os avanços tecnológicos da ciência e da ação humana possuindo o domínio da técnica cientifica. Faz-se então uma reflexão sob o prisma da ética da responsabilidade humana – do ser humano, o homem- com o uso desenfreado da tecnologia, por meio da interpretação da obra.
O texto primeiro narra a obsessão pelo conhecimento do doutor Victor Frankenstein e seu desejo de conceber um feito para a ciência. A obra Frankenstein mostra um cientista que deseja criar vida, ou seja, adquirir um poder semelhante ao poder de Deus. A obra apresenta o despertar do cientista que passa a entender o seu feito e suas consequências, o que desperta no jovem cientista a consciência para as consequências maléficas do poder tecnológico e de suas faces uma boa e outra nem tanto.
Mary Shelley envia para a sociedade do século XXI uma lição sobre a nossa responsabilidade diante do avanço da tecnociência. O livro Frankenstein apresenta um rapaz inteligente que recebeu desde criança uma educação muito esmerada. Victor Frankenstein tinha grande paixão pelas ciências naturais e procura pesquisar tudo sobre o tema. Já adulto, ele decidiu criar algo que fosse memorável para a humanidade, realizar um feito para a ciência, ‘criar vida’, construir um ser humano.
A comunidade cientifica da época considerava isso impossível, mas Victor Frankenstein não, pois ele tinha uma enorme ânsia de conhecimento e muita vontade de realizar um feito científico. O cientista passou a realizar experimentos em cemitérios e a recolher órgãos para concretizar sua façanha. Determinado a realizar seu projeto, Victor afastou-se completamente de sua vida social, da família e amigos, e procurou refúgio em uma propriedade familiar afastada da cidade, próxima a um pequeno vilarejo.
Depois de cerca de dois anos de um trabalho árduo, Victor Frankenstein finalmente conclui sua criatura e, logo após ela acordar, ele se assusta com o que criou. O ser por ele criado era tão horrível que o único impulso do criador foi fugir de sua criatura o mais rápido possível. A criatura era um monstro fisicamente, mas um ser dócil e gentil.
Após sofrer diversas divergências em sua jornada de forma isolada, muitas dessas divergências causadas pela sua aparência física, a criatura de Victor Frankenstein decide se vingar do seu criador, matando seus familiares queridos. A criatura desejava que seu criador sentisse a mesma dor que ele sente por não ter uma família.
A história de Victor Frankenstein foi relata pelo comandante do navio, Robert Walton que escreveu para sua irmã Margaret, diversas cartas detalhando suas viagens e explorações ao Polo Norte. O capitão encontra Victor Frankenstein nessa região onde o mesmo esperava pela criatura para realizar um acerto de contas.
Robert Walton relata que ele e seus comandados antes de encontrarem Victor, estavam presos no seu navio que havia ficado cercado de gelo, impossibilitando a continuação da viagem. Depois de deixar o corpo de seu criador na cabine à criatura foi vista pelos marinheiros, em um trenó, rumando para o norte. Entender a obra de Mary Shelley é fundamental para compreendermos a questão ética que esse livro nos proporciona sobre a técnica desenvolvida pelo homem.
A obra é um romance que trata de questões científicas e, no período em que foi escrito (1818), os escritores em geral, e especialmente os autores de obras de ficção, procuravam utilizar-se dos avanços da Medicina para aguçar ainda mais a imaginação dos leitores. As novas técnicas dos cirurgiões representavam o ápice dos avanços científicos no presente e no futuro da Medicina.
Frankenstein continua sendo atual. Então fica o questionamento: por quê? O fio condutor do livro é a criação ‘de uma nova vida’, uma vez que Victor Frankenstein procura criar vida a partir do caos, utilizando partes distintas de pessoas diferentes. A ideia do doutor Frankenstein de criar a vida, se assim o conseguisse, se assimilaria a Deus.
O livro procura valorizar é a busca contínua e incessante do doutor Victor Frankenstein pelo conhecimento. Com a conclusão e o êxito de suas intenções, a criação da vida, a criatura passa a ser a ‘figura central’ da obra. O homem enxerga o horror de sua criação e reconhece sua condição humana.
A obsessão de Victor Frankenstein pelo conhecimento o transformou em uma pessoa antissocial. A fixação era tanta por conhecer sempre mais, que tudo era justificável pelo conhecimento: roubar cadáveres e partes desmembradas: não respeitar a religião alheia com tais profanações de túmulos: quando estudante, ignorar as regras da universidade, utilizar técnicas para criar a criatura que violavam muitas regras da Medicina e da Ética.
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