Literatura Comparada Tânia Carvalhal Resenha

(DES) ASSOCIAÇÃO E LITERATURA COMPARADA

Ingreth Tuany

CARVALHAL, Tania Franco. Literatura comparada e dependência cultural. In: _____. Literatura comparada. 4. ed. São Paulo: Ática, 2006, p. 75-86.

Tânia Franco Carvalhal além de graduada possui mestrado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1975), doutorado em Letras (Teoria Literária e Literatura Comparada) pela Universidade de São Paulo (1981) e pós-doutorado pela Université Paris-Sorbonne(1993). Atualmente é professor titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Comparada. Atuando principalmente nos seguintes temas: Crítica Literária, Literatura Comparada, Poética.

O contexto histórico do século XIX na Europa, berço da Literatura Comparada que nesse período buscava sua fundamentação enquanto ciência, é um período marcado pelo pensamento cosmopolita, ou seja, há em todas as esferas científicas certo “espírito nacionalista” que buscava analisar as influências exercidas em outras nacionalidades numa relação    influenciador – influenciado, assim os estudos literários comparados surgem com o mesmo propósito.

 O livro Literatura comparada de autoria da Tania Carvalhal (2006), faz um percurso histórico mostrando as principais escolas de literatura comparada e suas características, os estudiosos que tiveram os pensamentos mais influentes e suas conjecturas.

Em se tratando do capítulo intitulado “Literatura comparada e dependência cultural”, constata-se a reflexão a respeito de todo o caminho percorrido na história da Literatura Comparada enquanto ciência e que mesmo se mostrando fechado metodologicamente ao mesmo tempo amplia seu significado pelo próprio estudo comparativo.

Num cenário cientificista e positivista a escola de literatura compara francesa encontra dificuldade de definir-se e definir seu campo de estudo. Na tentativa surge a chamada literatura nacional e literatura geral, que tinham como objetivos analisar as fontes e influências exercidas, no entanto, em vez de abertura e aceitação a maior preocupação era determinar qual a cultura dominante, numa relação de analogia e dependência.

Nesse mesmo capitulo Calvalhal (2006) trata do projeto radical que é o Movimento antropofágico, que surge na contramão do percurso histórico literário buscando romper com as relações históricas de dependência, procurando fazer o caminho inverso, em vez de uma análise de fonte e influências, palavras com atribuições epistemológicas, se tem no lugar o início do processo inverso.

Tem-se então uma a partir desse momento uma visão de que os estudos literários comparados não são mais o confronto entre obras e/ou autores, eles possuem visão mais abrangente o que favorece uma visão mais crítica das literaturas nacionais.

        Este livro é destinado a estudantes de teoria da literatura comparada visto que traz o percurso histórico, principais pressupostos teóricos, e reflexões a respeito do estudo literário comparado. É de fácil entendimento para estudantes do curso de Letras.

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