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O DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLOGIAS

Por:   •  25/10/2022  •  Resenha  •  768 Palavras (4 Páginas)  •  96 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLOGIAS

Campus XXII – Euclides da Cunha

Letras / português

DISCIPLINA: Literatura Baiana

DOCENTE: Marielson Silva

Ercilia Nascimento Fontes¹

DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL. Direção de Glauber Rocha. Rio de Janeiro: Copacabana Filmes, 1964.

Glauber Pedro de Andrade Rocha nasceu em Vitória da Conquista e faleceu no Rio de Janeiro, foi um dos responsáveis do movimento Cinema Novo, por meio de seus filmes visava em apresentar à realidade socioeconômica. Deus e o Diabo na Terra do Sol é um filme do gênero drama lançado antes do Golpe Militar, mas mesmo assim sofrera censura por abordar críticas ao governo, dirigido pelo destemido Glauber Rocha no interior da Bahia, em Monte Santo, traz como tema central a exploração do trabalho e o fervor religioso, expondo também o coronelismo que era predominante naquela época. A representação nas filmagens é bastante realista transmitindo a tristeza, o cansaço, a força e resistência pela encenação dos atores em uma época distante de equipamentos, retratando a vida do sertanejo de forma espontânea e a trilha sonora composta por músicas cordelistas, popular no sertão, apresentando a cultura do Nordeste.

O personagem principal Manoel, um sertanejo que trabalhava para o coronel Moraes, morava com sua mãe e esposa Rosa que viviam na seca do Sertão. Os coronéis manipulavam o sertanejo a trabalharem como um condenado sobre a hierarquia de se ter mais do que eles, existindo apenas suas palavras como lei. Acabavam se tornando um proletariado que não tinham a quem recorrer, e caso não concordassem sofriam nas mãos dos Coronéis, apanhavam por seus “chefes” ou jagunços vingavam as manifestações contrárias do coronelismo. Manoel planejava comprar um pedaço de terra com o lucro da divisa dos gados com coronel Moraes, mas alguns animais morrem durante sua ida a fazenda, com isso o coronel regra em dar como prejuízo ao Manoel e não a si, acaba não o pagando. Com isso, o sertanejo se enfurece e discorda da tamanha injustiça, por discordarem acabam entrando em uma briga e matando o coronel, foge para sua casa, e é perseguido pelos jagunços que acabam matando sua mãe. Manoel e Rosa resolvem fugir e viver uma vida no lugar que acreditavam ser o paraíso e a salvação.

Manoel e Rosa resolvem ir para Monte Santo juntando-se a um grupo religioso liderado por Sebastião que lutava contra os latifundiários e acreditava chegar na Terra Prometida, o mar. O personagem Sebastião representa a crítica ao fervor religioso, o qual utilizava da fé das pessoas através de suas palavras enganosas para implementar ódio e instigar as pessoas a lutarem contra os latifundiários provocando mortes. O povo sofrido se prende as essas palavras vazias, vivendo na esperança de um dia os pobres ficarem ricos e os ricos ficarem pobres, e acreditando que o horizonte visto era o Mar que estava próximo, chegando a virar a Terra Prometida. Ao participar da morte de um inocente, um bebê, Manoel cai em si e profere que “não posso vingar a morte de Jesus Cristo com o sangue dos inocentes”, despertando-se do seu fervor religioso, o qual deixará cego e alucinado, Rosa põe o fim matando Sebastião. Além dos assassinatos carregados nesse grupo religioso, temos também a intolerância religiosa do catolicismo por se verem encurralados por esse grupo que não seguiam os mandatos religiosos católicos torna-se uma religião também assassina, chegando ao ponto de encomendarem a morte do líder, fugindo das leis religiosas.

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