O Herói de Mil Faces
Por: NathTaylor • 10/1/2017 • Resenha • 1.411 Palavras (6 Páginas) • 1.360 Visualizações
O Herói de Mil Faces¹
Dandara de Freitas Rodrigues
Na obra O Herói de Mil Faces Joseph Campbell salienta que o mito configura em todos os produtos humanos, tanto nas performances do corpo como da mente, poderia afirmar a importância do mito nas demonstrações culturais humanas presente na arte, filosofia, religião, interações sociais e até mesmo nos sonhos. Os símbolos da mitologia são produções naturais da psique humana, na qual cada um traz consigo intacto na sua mente.
Campbell em suas numerosas pesquisas encontra a figura do mito ao redor do mundo buscando não as diferenças entre elas, mas observando as semelhanças entre costumes e crenças espalhadas por aí a fora, em que vários povos e civilizações carregam durante anos. Uma das obras em que o autor aborda esta concepção é em seu livro O Herói de Mil Faces, em que traz como reflexão o quanto símbolos, costumes e crenças religiosas são tão parecidas ou até mesmo iguais com apenas algumas particularidades, tais histórias são constantemente presentes nas crenças vividas e repetidas por diversas vezes, mas que no final acabam tendo um mesmo enredo.
Ao longo de sua obra Campbell dialoga com Freud e Jung sobre o papel do sonho e do mito em sua forma mais elementar. Na falta de uma mitologia universal, cada pessoa tem seu próprio “templo” do sonho: elementar, individual, não legitimado e secreto. O mesmo faz uma analogia do sonho com o mito, para simbolizar da maneira mais generalizada a dinâmica da psique. Todavia, os sonhos são imagens distorcidas da realidade causada pelos problemas particulares do sonhador, em quanto que os mitos os problemas e respostas expostas são validas diretamente para o coletivo.
O paradigma da trajetória da aventura mitológica do herói é um preceito representado nos rituais de passagem - separação-iniciação-retorno, na qual podem ser analisados como base central do monomito. O herói do monomito é um personagem que possui dons extraordinários. De modo frequente, o mesmo honrado pela sociedade no que integra, também pode não obter reconhecimento ou ser desprezado. O sujeito ou o mundo em que pertencem sofre de uma falta simbólica. Caracteristicamente, o herói do conto de fadas conquista uma vitória no sentido microcósmico, doméstico, em quanto que o herói do mito no sentindo macrocósmico, coletivo.
Para uma cultura ainda fomentada pela mitologia, a paisagem, da mesma forma cada fase da vida humana adquirem vida através da proposta simbólica. O Centro do mundo como onipresente, e sendo ele a origem de toda a existência e nele é germinado a plenitude do bem e do mal, o feio e o belo, o pecado e a virtude, uma divisão dicotômica do mundo. De forma geral os mitos e contos estão submetidos a danos e mudanças. As formas mais rudimentares são eliminadas ou contidas. Os fundamentos básicos são emendados para se adequarem ao território, costumes e as crenças, e dessa maneira vão sempre perdendo algo ao longo da história, mas nunca sua essência.
O intelectual moderno não ver dificuldade em aceitar que símbolos da mitologia se conceda de um significado psicológico. Depois de inúmeros trabalhos dos psicanalistas, podemos ressaltar que tanto os mitos associam da natureza dos sonhos, quanto os sonhos são sintomas do comportamento da psique. Encontram-se nos trabalhos de Sigmund Freud, Carl G. Jung, Wilhelm Stekel, Otto Rank, Karl Abraham, Géza Róheim e muitos outros progressos nas últimas décadas, um molde de corpo, amplamente documentado de interpretações dos sonhos e mitos mesmo que os trabalhos possuíssem divergências entre si.
Ao longo da narrativa observar-se histórias de mitos de vários lugares do planeta: como Teseu derrotou Minotauro, de como Siddhartha Gautama se transformou no buda, do herói esquimó que escapou da barriga de uma baleia e também de como Jesus Cristo ressuscitou dos mortos e se transformou no salvador da humanidade. O Herói de Mil Faces analisa e compara essas mitologias de vários lugares do mundo, de várias épocas, de vários continentes, e faz a pergunta, o que essas mitologias tem em comum? Aliás, será que é possível que exista alguma coisa em comum entre as histórias contadas pelos índios, pelos gregos, pelos japoneses, pelos romanos, pelos esquimós. Sim existe, e foi justamente por ter conseguido provar isso que a obra O Herói de Mil Faces um livro clássico, no qual Campbell virou uma espécie de “herói” estudado e admirado no mundo inteiro tornou-se uma grande referência de pesquisa, além disso o mesmo discorre que todas as histórias contadas mesmo em épocas diferentes, os heróis e as heroínas que protagonizam os mitos são variantes de uma única história, de um único herói.
É um conceito revolucionário chamado monomito a ideia de que por trás de todas as mitologias, existe uma sequência de etapas que acontece e que são realizadas por todos os heróis, e é isso que ele no Herói de Mil Faces descreve passo a passo quais são todas essas etapas vividas por todos esses heróis e mitologias do mundo inteiro. O propósito de Campbell era estudar o mito e compreender mais sobre a natureza humana e a partir disso entendeu o que estas histórias revelavam sobre cada cultura, cada povo e sobre o que é ser um ser humano, todavia na prática o sua obra tornou-se uma espécie de guia prático de trabalho para as pessoas que querem ser escritores, quanto na literatura, no cinema e na televisão.
...