Parâmetros Curriculares Nacionais
Por: Manoela Pinto • 15/1/2019 • Resenha • 902 Palavras (4 Páginas) • 219 Visualizações
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Língua Estrangeira. Ensino Fundamental. Terceiro e quarto ciclos. Brasília: MEC/SEF, 1998.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais, com ênfase no terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental, publicado em 1998 pela coordenação geral do Ministério da Educação, sob supervisão de Célia Maria Carolino e Maria Tereza Perez Soares, é um texto cuja finalidade é aperfeiçoar e instituir normas e diretrizes para o ensino da Língua Estrangeira em escolas privadas e públicas.
Em relação ao tópico de produções orais e escritas, levando-se em conta que ambos são decorrentes de uma interação social e necessitam de conhecimento de mundo, de tipos textuais e dos elementos sistêmicos para sua utilização, e cuja diferença encontra-se na presença ou não do interlocutor, o documento ressalta que, para haver qualquer tipo de produção é necessário que o aluno esteja ciente de determinados fatores, como com quem ele está interagindo, por que, onde e quando, pois estas considerações irão refletir nas produções e nas expectativas que o escritor ou falante tem do seu público.
As dificuldades derivadas desses tipos de produção ocorrem em virtude das diferenças entre a língua estrangeira e a língua materna, principalmente entre os sistemas fonológicos e sintáticos, além da forma com as línguas organizam as informações no texto. Devido ao contexto social brasileiro, no qual o acesso às produções, principalmente escritas, é desigual, os alunos acabam por não ter noção do papel social dessas manifestações, o que faz com que eles muitas vezes desconheçam os espaços sociais que requerem o uso dessas modalidades.
Entre as possíveis soluções citadas no texto, destaca-se a necessidade do aluno saber que aquela produção, escrita ou falada, gerará uma resposta, ou seja, resultará em uma situação de comunicação. Além disso, é importante que o discente utilize a língua estrangeira dentro de um contexto sociocultural familiar a ele, no qual o aprendiz será apresentado às regras interacionais da cultura na qual se enquadra determinado idioma, sendo assim capaz de perceber que esses tipos de contato, principalmente face a face, nem sempre são contínuos, homogêneos e lineares, estabelecendo dessa forma uma relação entre o conhecimento de mundo e as diferentes formas de organização textuais. No entanto, é importante destacar que, embora o contexto externo à sala de ofereça estímulos, estabeleça influência, desperte motivações, ele não deve ser algo imposto ao aluno e tem que estar de acordo com a proposta do professor.
Quanto aos materiais utilizados durante as aulas, recomenda-se a utilização de atividades encontradas no próprio livro didático ou elaboradas pelos alunos e professor, sendo que estas devem tem ligação direta com os assuntos abordados pelo professor em sala de aula. Em relação aos materiais de apoio, como dicionários, glossários e guias, eles podem ser utilizados de acordo com os desejos e necessidades do docente.
Outro fator importante nas produções orais e escritas é referente ao conhecimento do docente, pois é necessário que ele conheça alguns elementos de fonética e fonologia que podem surgir ao longo do processo de aprendizagem, tais como: as diferenças entre os sistemas fonético e fonológica da língua materna e da língua estrangeira, além da relação entre ortografia e pronúncia, já que as palavras nem sempre são faladas da mesma forma que são escritas.
Por fim, destaca-se novamente a importância dos três tipos de conhecimentos – de mundo, textual e sistêmico – para a construção de significado nas produções orais e escritas, assim como a necessidade do aluno estar ciente do fator interacionista envolvido na escrita e na fala, sendo que, quem usa a linguagem, a usa com a intenção de se comunicar com outras pessoas.
Tido isto, recomenda-se esse documento, em especial este tópico, para aquele que estão necessitando de um guia para aulas voltadas para as modalidades de writing e speaking, onde o Input adquirido ao logo das outras aulas é posto em prática. No entanto, o texto falha em indicar estratégias de ensino, como a utilização de músicas, por exemplo, já que segundo Lake (2002), elas podem ajudar com questões de pronúncia, aquisição de vocabulário e aprendizado gramatical, além de apresentar variações linguísticas que tornam o estudo da língua estrangeira mais interessante, ou então o uso de práticas mais tradicionais e comuns nas salas de aulas, como traduções, que de acordo com Branco (2009), podem agir de forma positiva no aprendizado de língua estrangeira ao serem utilizadas para demonstrar aspectos singulares da língua materna e da língua a ser estudada, para que assim o aluno entenda que não há como ocorrer a simetria total entre elas.
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