REFLEXO DA ABOLIÇÃO NO CONTO A ESCRAVA
Por: Léia Bernal Do Diego Foscaches • 19/6/2018 • Artigo • 3.567 Palavras (15 Páginas) • 309 Visualizações
REFLEXO DA ABOLIÇÃO NO CONTO A ESCRAVA
REFLEJO DE LA ABOLICIÓN EN EL CUENTO LA ESCLAVA
Léia Bernal Sanches CORREIA
Resumo: Este artigo tem como objeto de estudo o conto A escrava de Maria Firmina dos Reis, com intuito de identificar o foco narrativo, bem como relacionar a vida da autora com o enredo apresentado. Para isso foi necesário uma pesquisa bibliográfica sobre o assunto em destaque que é o sofrimento da vida nas senzalas e sobre a vida da autora, sendo uma pesquisa de cunho qualitativo foi feito um paralelo entre o período histórico e o que foi narrado. A autora apresenta o conto de maneira verossímel, pois podemos encontrar marcas de pertencimento nos relatos apresentados, por ser mulata e viver no período da abolição, acredita-se que o conto é uma mistura da literatura com a realidade, sendo que a mesma presenciava muitos relatos e fatos reais sobre o que acontecia com os escravos dessa época, na qual estava inserida. O nome do conto tem relação com a personagem principal e a maneira como conta o fato ocorrido, assim ela apresenta uma ruptura literária do preconceito racial, apresentando um negro e uma negra com muitas qualidades, que por sua vez enfrentava longas jornadas de trabalho e castigos físicos no seu quotidiano sujeitadas a escravidão imposta pelos brancos. Deixa claro ao leitor sua indignação com os escravocratas daquele período, onde a conquista da liberdade acontecia de forma lenta e árdua. O texto nos passa a ideia de quão difícil foi para os negros e ainda mais para as mães que eram escravizadas, pois não tinham direito nem sequer sobre seus próprios filhos.
Palavras-chave: abolição – escrava - mãe – direitos – escravocrata.
Resumem: Este artículo tiene como objeto de estudio el cuento La esclava de María Firmina de los Reyes, con el propósito de identificar el foco narrativo, así como relacionar la vida de la autora con la trama presentada. Para eso fué necesário una investigación bibliográfica sobre el tema en destaque que es el sufrimiento de la vida en las senzalas y sobre la vida de la autora, siendo una investigación de cuño cualitativo se hizo un paralelo entre el período histórico y el que fué narrado. La autora presenta el cuento de manera verosímel, pues podemos encontrar marcas de pertenencia en los relatos presentados, por ser mulata y vivir en el período de la abolición, se cree que el cuento es una mezcla de la literatura con la realidad, siendo que la misma presencia muchos relatos y hechos reales sobre lo que sucedía con los esclavos de esa época, en la que estaba inserta. El nombre del cuento tiene relación con el personaje principal y la manera como cuenta el hecho ocurrido, así que presenta una ruptura literaria del prejuicio racial, presentando un negro y una negra con muchas cualidades, que a su vez enfrentaba largas jornadas de trabajo y castigos En su cotidianidad sujeta a la esclavitud impuesta por los blancos. Deja claro al lector su indignación con los esclavistas de aquel período, donde la conquista de la libertad ocurría de forma lenta y ardua. El texto nos pasa la idea de cuán difícil fue para los negros y aún más para las madres que eran esclavizadas, pues no tenían derecho ni siquiera sobre sus propios hijos.
Palabras clave: abolición – esclava - madre - derecho - esclavista.
Introdução
Este trabalho busca analisar o conto A Escrava, de Maria Firmina dos Reis na coletanea Mar sem fim, publicada no ano de 1887, considerado muito importante no contexto histórico na qual foi escrito. A vida da autora é relevante na obra, pois a mesma passou por experiências próximas a do enredo apresentado no conto.
Maria Firmina dos Reis nasceu em São Luís, no Maranhão, no dia 11 de outubro de 1825. Filha bastarda de João Pedro Esteves e Leonor Felipe dos Reis. Foi uma escritora brasileira, considerada a primeira romancista brasileira, primeira escritora que publicou uma obra abolicionista no Brasil Úrsula em meados do século XIX, onde a escravidão estava ainda a todo vapor. Autora abolicionista que publicou obras abordando a questão da escravidão, assim como no conto A escrava, onde há presença clara de pertencimento devido a fortes preconceitos raciais que viveu. (FENSKE, 2015).
Contexto histórico
O período de vida da autora é marcado por grandes lutas contra o fim da escravidão, de acordo com NABUCO (2000), em meados do século XIX, o Brasil girava em torno do tráfico de africanos, essa prática foi sendo anulada lentamente, e enquanto não chegava a liberdade, muitos escravos chegavam a morte devido sua condição de vida. Os escravos não tinham direito a nada, tudo lhe era tirado, era visto como um ser sem direitos de vida e de posses.
Muitas crianças morriam logo após seu nascimento, pois a mulher mesmo grávida não recebia nenhum cuidado, nem preferências, sobretudo trabalhava e era castigada se a encontrasse parada.
Em 1850, queria-se suprimir a escravidão, acabando com o tráfico; em 1871, libertando-se desde o berço, mas de fato depois dos vinte e um anos, os filhos dos escravos ainda por nascer. Hoje quer-se suprimi-la, emancipando os escravos em massa e resgatando os ingênuos da servidão da lei de 28 de setembro. É este último movimento que se chama abolicionismo, e só este resolve o verdadeiro problema dos escravos, que é a sua própria liberdade. A opinião, em 1845, julgava legítima e honesta a compra de africanos, transportados traiçoeiramente da África e introduzidos por contrabando no Brasil. A opinião, em 1875, condenava as transações dos traficantes, mas julgava legítimas e honestas a matrícula depois de 30 anos de cativeiro ilegal das vítimas do tráfico. O abolicionismo é a opinião que deve substituir, por sua vez, esta última, e para a qual todas as transações de domínio sobre entes humanos são crimes que só diferem no grau de crueldade. (NABUCO (2000, p. 4).
Nesse trecho acima, fica claro a intensidade do comércio de escravos e a luta dos abolicionistas para garantir a mudança de atitudes dos senhores de engenho, valorizando seus semelhantes. Porém a luta não foi fácil, foi necessário muita persistencia e dedicação para finalmente dar a conquista da liberdade aos escravos, sendo que deveria ser natural a todos os seres humanos.
De acordo com MENEZES, 2009, o processo da conquista da liberdade dos negros também teve início devido a reação que eles tinham, a personagem fujona do conto em questão é também uma representação do que era comum entre os escravos, aqueles que não eram capturados iam formando uma nova tribo a qual se deu o nome de quilombos.
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