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RESENHA CRITICA CONSIDERAÇÕES SOBRE A PEDAGOGIA DE KANT: UMA EDUCAÇÃO PARA A AUTONOMIA

Por:   •  18/6/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.177 Palavras (9 Páginas)  •  565 Visualizações

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FECRA - FACULDADE DE EDUCAÇÃO DE COSTA RICA[pic 1][pic 2]

RESENHA CRITICA

CONSIDERAÇÕES SOBRE A PEDAGOGIA DE KANT: UMA EDUCAÇÃO PARA A AUTONOMIA

COSTA RICA/MS

2018

RESENHA CRITICA

CONSIDERAÇÕES SOBRE A PEDAGOGIA DE KANT: UMA EDUCAÇÃO PARA A AUTONOMIA

Trabalho de Graduação apresentado à Faculdade Fecra – Faculdade de Educação de Costa Rica, como parte dos requisitos para obtenção de nota na disciplina de Filosofia da Educação.

COSTA RICA/MS

2018

RESENHA CRITICA

MUITO ALÉM DA GRAMÁTICA – POR UM ENSINO DE LÍNGUAS SEM PEDRAS NO CAMINHO

A dificuldade da produção de conhecimentos científicos, está em que ele ocorre diariamente em circuito fechado, deste modo, ele fica circunscrito ao universo acadêmico. Esse universo pouco chega até o público em geral; quando chega, sua linguagem é muito especializada exigindo do leitor que tenha algumas noções básicas da questão tratada. Nas questões linguísticas relacionadas ao ensino de línguas não é diferente, esse conhecimento chega ao público, através de professores no ambiente escolar. Tal contexto aqui apresentado, Antunes (2007), em discussão relacionada a gramática e ensino de línguas na escola, apresenta uma abertura do circuito ao trazer para o ambiente social conhecimentos científicos linguísticos numa linguagem arejada mente acessível ao público geral.

A autora apresenta uma leitura clara de que língua é mais que gramática, que gramática é apenas um componentes, componente este “que inclui regras para a construção de palavras e sentenças da língua” (ANTUNES, 2007, p. 40); outro componente da língua é o léxico, “que inclui o conjunto de palavras, ou termos mais coerentes, ao vocabulário da língua” (p.40). Tais componentes se implicam (inter-relacionam) em processos de uso da língua em variadas situações socialmente necessárias que completam as regras da textualização e normas sociais de atuação. Isso implica para o ensino de línguas, segundo a autora, três questões abordadas da seguinte maneira: “1º) questões relativas a seu léxico; 2º) questões relativas à realização de textos; 3º) questões relativas às condições sociais da produção e da circulação desses textos” (p. 44).  Desta maneira, o ensino de línguas não se limitaria apenas a ensinar gramática como se isso fosse capaz de dar conta da total complexidade de que é uma língua.

A obra se estruturada em quatorze capítulos. Sendo que no primeiro, apresenta a gramática como uma área onde relata os conflitos da materialidade histórica. Ou seja, conflitos de natureza política, social, econômica e histórica, que envolvem questões de natureza linguística. A elaboração de uma gramática não escapa questões que visualize a língua como componente das preocupações nacionais relativas a fronteiras geográficas e a centralização de poder.

O segundo capítulo apresentada cinco concepções de gramática: 1ª) Gramática enquanto ao um conjunto de regras que define o funcionamento de uma língua. 2ª) Gramática enquanto conjunto de normas que normalizam o uso da norma culta. 3ª) Gramática enquanto perspectiva de fatos linguísticos. 4ª) Gramática enquanto disciplina. 5ª) Gramática enquanto compêndio descritivo-normativo referente a língua.

No terceiro capítulo a autora apresenta restritamente “os equívocos em torno das questões gramaticais no ensino” (p. 36). De acordo com a autora esses equívocos, historicamente herdados, se configuram a considerações onde a “língua e gramática são a mesma coisa; basta saber gramática para falar, ler e escrever com sucesso; descobrir nomenclaturas e classificações de estudo gramatical; a conduta prestigiada é a única linguisticamente válida; onde toda atuação verbal tem que se pautar pela norma aplicada; o apoio para a aceitação de um novo padrão gramatical está prioritariamente nos manuais da gramática” (p. 37-38). Do quarto ao nono capítulos a autora vem desfazendo cada um desses equívocos apontados neste parágrafo.

O quarto capítulo, é relatado a distinção entre língua e gramática desfazendo o equívoco. Conforme a autora,

[...] a língua, por ser atividade interativa, direcionada a uma comunicação social, pressupõe outros componentes além da gramática, todos, relevantes, para uma constitutiva à sua maneira em interação com os outros. Onde a língua é uma entidade complexa, de um conjunto de subsistemas que integram e se interdependem irremediavelmente. (ANTUNES, 2007, p. 40).

A gramática é apenas um dos componentes da língua cuja função condiz a formação de palavras e frases. O outro componente da língua é o léxico enquanto “conjunto relativamente extenso de palavras, à disposição dos falantes, onde constituem as unidades de base que construímos o sentido de nossos enunciados” (p. 42). Por tal razão “língua e a gramática não se equivalem, por isso, o ensino de línguas não se constitui apenas de lições gramaticais” (p.44).

O quinto capítulo dedica-se à de facção do equívoco de que: “basta saber gramática para falar, ler e escrever com sucesso” (p. 38). Pois para se produzir um gênero textual qualquer, exigem-se conhecimentos além do gramatical, conhecimentos de regras de textualização, de interação segundo o contexto envolvente no ato da produção. A interação verbal, segundo a autora, requer três tipos de conhecimento: “do real ou do mundo; das normas de textualização; das normas sociais de uso da língua. Real do mundo” (p.55).

O sexto capítulo é dedicado a desfazer equívoco de que “explorar nomenclaturas e classificações é estudar gramática” (p.38). Segundo a autora, nomenclaturas e classificações “são apenas elementos da terminologia gramatical, isto é, rótulos, nomes das unidades da gramática” (p. 70). O estudo da terminologia gramatical não é o estudo das regras de funcionamento gramática da língua. É necessário ter clareza de que regras gramaticais “são as normas que especificam os usos da língua, que ditam como devem ser a constituição de suas várias unidades, em seus diferentes estratos (o fonológico, o morfossintático, o semântico, o pragmático)” (p.71). As nomenclaturas têm função metalinguística no sentido de possibilitar a comunicação na área de estudos da linguagem e não a função de desenvolver no falante a competência comunicativa oral e escrita.

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