Resenha SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico-crítica
Por: Morena Tropicana • 13/2/2017 • Resenha • 908 Palavras (4 Páginas) • 5.460 Visualizações
Resenha – Pedagogia Histórico-Crítica
SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico-crítica. In: Capítulo III “A Pedagogia Histórico-Crítica no Quadro das Tendências Críticas da Educação Brasileira” (p. 57-74). E Capítulo IV “Pedagogia Histórico-Crítica e a Educação Escolar”. Editora Autores e Associados. 11ª Edição (Coleção Educação Contemporânea). Campinas, 2013
A obra “Pedagogia Histórico-Crítica” de Demerval Saviani, pretende investigar a forma como o autor explora a ação das teorias pedagógicas, retratando um dos seus propósitos fundamentais, que é o de “agitar” a política-educacional, a fim de equilibrar e compreender a Pedagogia Histórico-Crítica proposta. Dessa forma, essa pedagogia é favorável pois possui conteúdo relativamente objetivo, mas também, ao mesmo tempo a possibilidade de uma reavaliação crítica.
Em Maio de 1968, houve um movimento cultural na França e em diversos países, visando fazer a revolução social pela revolução cultural (educacional), esse movimento fracassou, e a partir disso, alguns anos depois, surgiu a percepção crítico-reprodutivista.
A percepção crítico-reprodutivista é apta a fazer a crítica do existente mas não tem uma proposta de interferência prática, ou seja, é assim e não pode ser de outra maneira. Essa percepção foi importante no Brasil, porque estimulou a crítica ao regime autoritário e a pedagogia tecnicista. A questão fundamental era como agir de modo crítico no âmbito pedagógico sendo um professor de índole crítica. Assim, infortunamente, a teoria crítico-reprodutivista não pode resolver essas questões, pois não é possível realizar o caráter crítico nos professores, as forças materiais não permitem que isso se realize.
O autor experimentou trabalhar com dois textos, um de Baudelot e Establet, A escola Capitalista na França, e outro de Paulo Freire, Ação Cultural para a liberdade, para falar sobre o caráter dialético na questão educacional em uma universidade, logo após discutir o problema das metas da educação brasileira e as formas de atingi-las em seu texto de 1969, chamado de Esboço de formulação de uma ideologia educacional para o Brasil.
Em 1979, a dificuldade de abordar dialeticamente a educação deixou de ser individual e passou a ser discutida de forma vasta e coletiva: DEMERVAL SAVIANI (2013, P. 61) “Os esforços deixaram de ser individuais, isolados, para assumirem expressão coletiva.”, visando superar a crítica-reprodutivista. Em 1983, o autor elabora o texto “Onze teses sobre Educação e Política”, que procura descrever as relações entre política e educação para que sejam vencidos o pedagogismo político e o politicismo pedagógico, sendo o primeiro o que desfaz a política na educação e o segundo o que desfaz a educação na política. Desenvolveu- se uma concepção pedagógica com o intuito de influenciar diretamente a prática dos professores na sala de aula, nesse campo é considerável o trabalho de José Carlos Libâneo, que se dedica a analisar a prática dos professores e redefinir a didática da concepção por ele denominada “pedagogia crítico social dos conteúdos” (Libâneo, 1987).
Surgiu então a crítica da crítica, ou seja, a crítica contra essa ação, unindo os conservadores de direita e esquerda, que consideram que ser crítico é ser inflexível, é negar totalmente a produção da burguesia.
Saviani (2013) utiliza a metáfora da Curvatura da vara -para endireitar uma vara torta é necessário curvá-la para o lado oposto- para justificar uma tentativa de ajuste na educação, e a vara indo para o centro é a valorização dos conteúdos remetendo a uma pedagogia revolucionária, não sendo a Escola Nova e nem a Escola Tradicional.
As adversidades abordadas contra a pedagogia histórico-crítica costumam apropriar-se
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