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RESENHA CRÍTICA SOBRE “PEDAGOGIA DA AUTONOMIA”

Por:   •  23/5/2018  •  Resenha  •  1.781 Palavras (8 Páginas)  •  650 Visualizações

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE EDUCAÇÃO

CURSO DE PEDAGOGIA – DIURNO

DISCIPLINA DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO I: METODOLOGIA CIENTÍFICA

Profª Mes.: ODETE MAGALHÃES DE CAMARGO

RESENHA CRÍTICA SOBRE “PEDAGOGIA DA AUTONOMIA”

ANDERSON SOUZA PRESTES, LUANA DA SILVA E LUÍZE BISCUBY MACHADO

Santa Maria/RS

2018

PEDAGOGIA DA AUTONOMIA

1. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

        FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura).

2. APRESENTAÇÃO DO AUTOR DA OBRA:

        Paulo Freire nasceu no Recife (1921), foi educador, criou o método de alfabetização tanto para crianças quanto para adultos levando em consideração suas realidades. Tomou inciativa nessa alfabetização, pois, tinha grande preocupação com os agricultores que eram analfabetos e depois disso foi só evoluindo suas teorias. Morreu em 1997.

3. SÍNTESE DA OBRA:

        O autor inicia a obra criticando as formas de ensino tradicionais. A reflexão crítica da prática é uma exigência da relação teoria/ prática, sem a qual a teoria irá virando apenas palavras, e a prática, ativismo. Há um processo a ser considerado na experiência permanente do educador. No dia-a-dia ele recebe os conhecimentos – conteúdos acumulados pelo sujeito, o aluno, que sabe e lhe transmite. Neste sentido, ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos, nem formar é ação pela qual um sujeito criador dá forma, alma a um corpo indeciso e acomodado.

        O autor questiona a função de educador autoritário e conservador, que não permite a participação dos educandos, suas curiosidades, insubmissões, e as suas vivências adquiridas no decorrer da vida e do seu meio social. Coloca vários argumentos em prol de um ensino mais democrático entre educadores e educandos, tendo em vista que somos seres inacabados, em constante aprendizado. Todo indivíduo seja educadores ou educandos devem estar abertos a curiosidade, ao aprendizado durante seu percurso de vida. Nesse sentido destaca a importância dos educadores e suas práticas na vida dos alunos. Atitudes, palavras, simples fatos advindos do professor poderão ficar marcados pelo resto da vida de uma pessoa contribuindo positivamente ou não para o seu desenvolvimento.

        Só existe ensino quando este resulta num aprendizado em que o aprendiz se tornou capaz de recriar ou refazer o ensinado, ou seja, em que o que foi ensinado foi realmente aprendido pelo aprendiz. Esta é a vivência autêntica exigida pela prática de ensinar-aprender. É uma experiência total, diretiva, política, ideológica, gnosiológica, pedagógica, estética e ética. Enfatiza a cautela quando o assunto é educar, pois educar é formar.

        Destaca a importância do educador e sua metodologia. Ressalta que o educador deve estar aberto também a aprender e trocar experiências com os educandos, pois a vivência dos educandos merece respeito. Em seus métodos atuais enfatiza que a curiosidade dos educandos é um aspecto positivo para o aprendizado, pois é um fator importante para o desenvolvimento da criticidade. Nós somos “seres programados, mas, para aprender” (François Jacob). O ensino dinâmico desenvolve a curiosidade sobre o fazer e o pensar sobre o fazer. Paulo Freire destaca a necessidade do respeito, compreensão, humildade e o equilíbrio das emoções entre educadores e educandos em seus métodos de ensino.

        Paulo Freire aborda no capítulo 2, que o educando deve ter sua autonomia, o professor não pode transferir conhecimento, ou seja, condicioná-los, porque isso "castra" a liberdade dele, por isso o educador deve estimular a curiosidade do aluno que sabe que sua essência é sempre buscar por mais conhecimento. Além disso deve levar em consideração todas as vivências (suas raízes)  tenho humildade e tolerância, pois, o mesmo não chega na escola sem saber nada. Através da curiosidade o educando pode refletir, questionar, formando seu senso crítico e por sua vez " aprendendo" a ética para tomar escolha se vai segui-la, quebrá-la ou mudá-la.

        Deve-se ressaltar que os docentes têm como função trazer o lúdico em atividades/ exercícios/ métodos diferentes para que os dois (educador e educando) almejem “alegria” em sempre buscar por mais conhecimento ouvindo um ao outro, respeitando a privacidade dos que estão ao redor. Assim sendo, o educador não pode inibir seu conhecimento ao aluno e sim sempre ter um conhecimento geral de várias realidades para um maior desempenho e o educando ser curioso para que de um pequeno “tópico” se transforme um grande “texto”.

        No capítulo 3, o autor Paulo Freire elenca fatores que contribuem para reforçar a tese de que ensinar se trata de uma especificidade humana, visto que exige segurança, competência profissional, generosidade e comprometimento. Tais características são, sobretudo, próprias da humanidade intrínseca do ser. Essencialmente, há a exigência da coexistência entre liberdade e autoridade, tomada consciente de decisões, escuta, disponibilidade para o diálogo e política da boa convivência para a promoção de uma educação democrática.

        Ressalta-se que a competência científica não é sinônimo de competência profissional, sendo necessária a didática para a realização do ofício. Dessa forma, a segurança presente no docente implica na segunda, que não é consequência natural, mas resultado do empenho em reconhecer a própria ignorância e buscar pelo conhecimento e aprimoramento pessoal.

        Ademais, que não existe disciplina na falta de participação, mas na dúvida que instiga – pois a educação é feita por e para pessoas dotadas de racionalidade. Há a necessidade de coerência no desempenho da atividade docente – a presença do professor é uma presença política e não é possível ser neutro frente a discrepância da condição humana dos que submetem e dos que são submetidos. Sendo assim, a educação se mostra como elemento ideológico e valioso instrumento de intervenção no mundo, ao possibilitar a propagação de concepções, sejam elas a favor da estabilidade do status quo ou de sua mudança.

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