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Resenha 'Variação linguística e ensino de gramática'

Por:   •  24/11/2015  •  Resenha  •  1.606 Palavras (7 Páginas)  •  760 Visualizações

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GÖRSKI, Edair M.; COELHO, Izete L. Variação linguística e ensino de gramática.

Working papers em Linguística, 10 (1): 73-91, Florianópolis, 2009.

A variedade da língua é de grande importância, não devendo ser rebaixada diante

da norma culta, essa concepção deve ser trabalhada desde o início da formação dos

indivíduos nas escolas para a formação de pessoas críticas e com competência

comunicativa evitando dogmas e preconceitos.

O artigo científico em questão foi composto de seis seções; a primeira se tratou da

introdução, a segunda, da língua como atividade social: um fenômeno heterogêneo,

sendo que essa foi subdividida em variação geográfica, variação social e variação

estilística. A terceira seção abordou a questão da norma, a quarta, o valor social das

normas variantes, a quinta, o ensino de gramática nas escolas e por fim a sexta seção

foi a respeito das considerações finais do artigo.

Na primeira seção do artigo, as autoras introduzem o leitor às variedades

linguísticas presentes no país, o Brasil não é um país monolíngue, embora a língua

oficial seja o português e o plurilinguismo não é notado apenas no âmbito de

diferentes línguas, mas também dentro de uma só língua. 

As gramáticas normativas que existem atualmente são herança da tradição clássica

greco-romana. As regras gramaticais são rígidas e fixadas a partir de textos literários

clássicos, o que incorre no "erro clássico".

Em termos de ensino, a língua é encarada homogeneamente, exatamente como as

gramáticas sugerem e tentam impor. 

Dentre vários, o principal efeito que a concepção de língua e de gramática provoca

é a reprodução do modelo sociocultural dominante, o que reforça as desigualdades

sociais. 

A segunda seção do artigo aborda a evolução histórica da língua que é situada e

heterogênea, ela também é constituída de variações linguísticas: geográfica, social e

estilística.

A variação geográfica é constituída das diferenças observadas entre os falantes de

uma mesma língua, mas de regiões diferentes. As diferenças são nos mais diversos

campos: morfológico, sintático, lexical, etc.  

A variação social é relacionada aos fatores socioeconômicos e culturais de

comunidade. Classe social, idade, nível de escolarização e profissão são alguns dos

fatores determinantes para a ocorrência da variação social.

A variação estilística ocorre nas mais diferentes situações comunicativas do dia-a-

dia. É regulada pelos contextos e relações em que se dão as práticas textuais,

exigindo certos aspectos na fala, como polidez, formalidade ou informalidade. 

A terceira seção do artigo explana a noção de norma, que na maioria dos casos

corresponde à regra. No caso da gramática normativa, trata-se de regras a serem

seguidas, penalizadas quando ocorrer erro. Já a norma linguística trata de regras

descritivas formuladas a partir do uso linguístico. Nesse viés é considerável

diferenciar norma culta de norma padrão, sendo que a primeira trata-se de

regularidades concretamente observáveis no comportamento linguístico do grupo

social de indivíduos chamados “cultos”, e a segunda da homogeneidade linguística

através da imposição das regras presentes nas gramáticas normativas. Essas regras

acentuam o conceito do que é falar errado, pois devido à questão de ser uma regra

escrita acabam levando essas mesmas regras para a linguagem.

A quarta seção mostra que todas as línguas são adequadas às necessidades e

características da cultura a que servem e igualmente válidas como instrumentos de

comunicação social, porém a linguagem e escrita de certas pessoas são bem mais

apreciadas e tidas como legítimas do que de outras, essas diferenças estão

relacionadas ao valor social da variedade usada. Para explicar essas diferenças o

autor se baseia nas noções labovianas de estereótipos, marcadores e indicadores

sociais para melhor definir esses valores sociais. Algumas variáveis se revelam na

sociedade como estereótipos, isto é, como alvos de comentários sociais

estigmatizados. Outras variáveis se revelarão como marcadores, por receberem uma

consistente valoração social e estilística, como marca de prestígio. E outras

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