Resenha Crítica - A Arte de Ler

         

RESENHA CRÍTICA

“A ARTE DE LER”- MORTIMER ADLER

Mortimer J. Adler (1902-2001) Filósofo, professor e teórico da educação norte-americano, nasceu em Nova York, em uma família judia. Abandonou a escola aos quatorze anos e foi trabalhar como contínuo no New York Sun. Alguns anos depois, pretendendo tornar-se um jornalista, decidiu frequentar aulas na Columbia University para melhorar a escrita. Em Columbia, teve contato com as obras de Aristóteles, Santo Tomás de Aquino, John Locke, John Stuart Mill e outros. Dedicou-se tanto aos estudos que não conseguiu cumprir os requisitos mínimos para completar sua graduação. No entanto, logo a universidade o recompensou com um doutorado honorário pela qualidade de sua escrita.

Assim, em 1920, tornou-se professor de psicologia, escreveu vários livros sobre a filosofia e a religião ocidentais, além de suas próprias obras filosóficas. Usava uma linguagem menos rebuscada afim de atender todo tipo de leitor, não somente especialista e acadêmicos. Escreveu mais de 50 livros, na década de 1930, tornou-se professor da Universidade de Chicago, ajudando a fundar o Institute for Philosophical Research da Universidade da Carolina do Norte, o Aspen Institute e o Center for the Study of the Great Ideas.

A primeira publicação do livro foi em 1940 nos Estados Unidos, onde foi considerado já um grande sucesso, também apresentava aulas sobre a leitura de livros clássicos criou instituto para a análise desses livros e decidiu criar uma antologia de vários livros: “Os grandes livros da civilização ocidental”. Cerca de 32 anos depois da primeira publicação relançou o livro agora com a colaboração de Charles Van Doren. Na primeira edição contém elementos muito pessoais, como ele descobriu as técnicas de leitura e desenvolvimento de tudo o que ele aprendeu durante os seminários e aulas enquanto nas próximas edições contando com a participação de Charles Van Doren, é mais objetiva, técnica e menos pessoais em relação a primeira edição.

Na introdução destina a leitura aos leitores médios, aquele entre o analfabeto e o bom leitor, isso se dá ao fato do leitor médio achar que a leitura não exige uma regra a seguir, como por exemplo um esporte que é necessário saber as regras para assim aprimorar e alcançar o resultado, ganhar o jogo. Essas regras que vai diferir as pessoas que apenas leram o livro, daquelas que realmente compreendeu o sentido da própria leitura, de uma forma mais proveitosa com pratica e investigação do ato de ler. No primeiro capítulo aborda a experiência pessoal de como começou a escrita do livro.

Leitura é o processo de interpretar ou compreender o que representa para os sentidos nas formas de palavras ou outras marcas sensíveis, tentar entender aquilo que foi realmente está escrito, existem assim a leitura para divertimento e a leitura para conhecimento sendo essa última para aprender: voltada a conhecimento de fatos e para compreender leitura que vai fazer você compreender esses fatos. O autor destaca que ler bem é ler o que é difícil (mais pesados, densos e complexos), ler ativamente, e aprender tudo o que o escritor quis transmitir. Para ele “É o processo pelo qual uma inteligência que se esforça por entender os símbolos da matéria legível, sem auxílio exterior- aperfeiçoa, mediante o poder da sua própria aplicação. A inteligência que compreendia menos passa a compreender mais.”

Para dominar a arte de ler é necessário ter agudeza de observação, memória pronta, fertilidade de imaginação, inteligência habituada a análise e reflexão. Importante falar sobre a importância do sistema educacional na função de apresentar aos estudantes a habilidade de ler e ensina-los a ler, desmistificando a ideia de que ler é apenas decorar as informações. Uns dos motivos citados seria o esquecimento das artes liberais (gramática, lógica e retórica).

Além de tipos de leitura fala também sobre os tipos de aprendizado para descoberta, feito sem professores e aprendizado pelo ensino, feito com professores (vivos, através de aulas e mortos, através de livros) tipos de livros que são Resumos (repetição de outro livro) e Comunicações originais (livros clássicos) e tipos de leitura, regras e habilidades que autor destaca e divide a versão atual em quatro fases da leitura que são acumulativas: A Elementar, aquela leitura básica que a maioria dos leitores estão onde caem facilmente pelo verbalismo, ou seja, aprender palavras apenas, e não conhecimento. A Inspecional é a leitura de investigação para saber qual é o tipo do livro, fazer uma análise desde do título, sumário ao índice remissivo, lendo as principais ideias, tópicos do livro. A Analítica é a parte que você vai trabalhar suas habilidades avançadas da leitura, avaliando palavras chaves, termos, proporções, argumentos e relacionando essas ideias e estruturas do livro como cômodos de uma casa que formam o todo, a casa em si e A Sintópica é o nível mais avançado e leva tempo, é você ler com base nas ideias de vários autores, de diversos livros, relacionando seus argumentos e tirando suas próprias conclusões baseada nas regras analíticas.