Sociolinguística e o Livro Didático
Por: Antony Galvão • 4/6/2016 • Trabalho acadêmico • 2.313 Palavras (10 Páginas) • 351 Visualizações
Análise de material didático através da perspectiva da Sociolinguística
Antony Eduardo Galvão[1]
Kassia Nicolly M. Lima[2]
Paola C. Ditzel Clarindo[3]
Introdução
A escola tem uma importante função na vida do cidadão, realizando práticas significativas fazendo com que esse indivíduo reflita e, a partir disso, construa o seu conhecimento. Essa reflexão acontece principalmente nas aulas de Língua Portuguesa, onde os alunos desenvolvem suas competências e habilidades que estão relacionadas à reflexão e ao uso crítico da linguagem.
Relacionando escola e universidade, o objetivo deste trabalho é observar o processo de transposição didática da teoria sociolinguística presente no livro didático. Foi analisado um livro didático com base nos preceitos norteados pelos documentos oficiais que regem a educação, as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná- Língua Portuguesa (DCE’s) e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s), tendo como referência os três pilares para as práticas discursivas do ensino e aprendizagem de Língua Portuguesa, são eles: leitura, escrita e oralidade associados com a análise linguística.
A Língua Portuguesa varia de acordo com diversos fatores, como, por exemplo, sexo, status social, profissão, estilo pessoal, grau de instrução, contexto (formal e informal), entre outros.
Por o Brasil ter em média 180 milhões de habitantes e cerca de 200 idiomas, de fato, pode-se considerar uma nação diversificada socialmente e culturalmente.
A ideologia de monolinguismo no Brasil precisa ser alterada, essa ideologia persiste em uniformizar a língua falada pela população. A modificação dessa ideologia pode iniciar com a educação e conscientização da população brasileira.
Quando falamos em mudança, significa que a escola não deve estar voltada só para a sociedade de elite como também voltada para a classe popular, dessa maneira, fazendo uma mesclagem de traços linguísticos característicos da sua realidade e sua cultura aos traços linguísticos da sociedade de elite.
Sendo assim, a escola pode exercer uma atitude real na presença dessa diversidade e observar um ensino um tanto preconceituoso da Língua Portuguesa. Durante um tempo, aqui no Brasil, a variação linguística era vista como um objeto de ensino para grande parte dos educadores de Língua Portuguesa e então a função da escola era encaixar os educandos na norma-padrão, sendo considerada a “língua certa”.
Nas aulas, até hoje, os professores ficam limitados ao ensinamento da gramática normativa, além de ficarem corrigindo o “português errado” e explicando a nomenclatura gramatical juntamente com a análise gramatical de forma totalmente descontextualizada.
O papel da escola é ajudar o educando a ter um melhor entendimento do real, levando em consideração suas variedades e contradições. A escola deve proporcionar uma melhor compreensão sobre o funcionamento, as estruturas e as funções da língua – sendo ela um instrumento de comunicação e poder, sem esquecer da criação da identificação individual e coletiva.
Levando em conta que a escola desempenha uma função importante de dar apoio para que o aluno compreenda a realidade linguística com as contradições, variações, funcionamento e estrutura de suas variantes regionais, sociais e situacionais e que o livro didático sendo ele um suporte de ensino-aprendizagem influencia diretamente na promoção de inserção na vida do educando na cultura letrada. Dessa forma, é necessário ver qual o tratamento está sendo dado à variação linguística neste suporte de ensino.
História do desenvolvimento da escrita
Mil anos a.C houve uma revolução, a criação do alfabeto fonético, ou seja, o conjunto de signos utilizados para representar os sons da fala.
Na origem desse alfabeto estão presentes os fenícios. Esses povos criaram sinais de originaram algumas letras do seu alfabeto devido ao fato de que esses dois povos tinham contato por causa de suas relações comerciais.
As implicações sociais no uso da linguagem / da linguagem
A questão social da língua é bastante discutida através de estudos linguísticos, com o intuito de propor um entendimento do indivíduo com a sua realidade e saber compreender melhor o outro através do uso que ele faz da língua. De acordo com Ferdinand de Saussure (2006, p.17) a língua é “um produto social da (...) linguagem e um conjunto de convenções necessárias, adotadas pelo corpo social para permitir o exercício dessa faculdade nos indivíduos”,
Sociolinguística e seu objeto de estudo
O estruturalismo de Ferdinand de Saussure e o gerativismo de Noam Chomsky consideram a língua como uma realidade abstrata, que independe dos fatores extralinguísticos dos falantes em diferentes contextos sociais e situacionais.
Sendo assim, o objetivo principal da Sociolinguística seria relacionar a heterogeneidade linguística com a heterogeneidade social, pois língua e sociedade são inseparáveis.
A sociolinguística estuda as variações que ocorrem na língua falada, distintamente da ótica estruturalista e gerativista, que é tomada como heterogênea e concreta em relação aos seus usuários dentro de um contexto geográfico, interacional e social.
Variação linguística
Desde a concepção de língua(gem) o esforço se volta para a apresentação de língua como produto social, como uma construção e também um processo. Dessa forma, o esforço acaba por ter a necessidade de colocar a língua à exposição como um fenômeno variável.
Um dos aspectos da língua é a multiformidade, a qual é determinada por fatores de ordem social e estrutural. As escolhas que o falante são de acordo com a sua precisão, sem causar deterioração, ao contrario do que muitos indivíduos pensam.
A negação que existe em se usar a língua de modos distintos não passa de um mero preconceito e isso ocorre apenas porque historicamente foi “construído” a norma-padrão, baseada nas gramáticas normativas e sendo socialmente privilegiada, mesmo tendo ciência de que todas as variantes tem prestígio em suas circunstâncias.
Norma- padrão e variedades de prestígio
No livro didático Português Linguagens (2012) em que foi realizada a análise, apresenta que língua está sempre em andamento. Palavras novas surgem e outras são desvalorizadas ao decorrer do tempo. Com a internet é muito utilizado os famosos “internetês” que modificam as palavras.
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