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A Alfabetização e Letramento

Por:   •  25/4/2019  •  Artigo  •  957 Palavras (4 Páginas)  •  256 Visualizações

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1 Introdução

Este artigo pretende discutir os caminhos e descaminhos nos processos de aprendizagem: um primeiro que busca esclarecer e relacionar os conceitos de alfabetização e letramento e um segundo que pretende encontrar, nas relações entre esses dois processos, explicações para os caminhos e descaminhos que vimos percorrendo, nas últimas décadas, na área da alfabetização.

Sabemos que as ideias sobre as questões relacionadas a aprendizagem da escrita eram correntes há mais de vinte anos. Essas ideias tendem a desaparecer do discurso pedagógico, mas não desaparecem, na verdade, da sala de aula. Uma dessas ideias é que a criança não sabe nada sobre a escrita antes de ser formalmente ensinada. Outra ideia é que a criança ou aprende o que o professor ensina, ou não aprende nada; que a alfabetização é uma aprendizagem de natureza perceptual e motora; que o papel de cada letra na escrita é facilmente demonstrável, daí que a parte difícil da alfabetização seria, portanto, a memorização da correspondência entre as letras e as emissões sonoras.

Soares (2000) esclarece que alfabetizar letrando significa orientar a criança para aprender a ler e a escrever, levando-a a conviver com práticas reais de leitura e escrita. Esta compreensão inicia-se muito antes da criança chegar à escola, na sua convivência diária e nas relações sociais. No contexto escolar ela tem a oportunidade de sistematizar o conhecimento enriquecendo-o dando-lhe sentido, com a mediação do professor.

2 Conceitos de Alfabetização e Letramento

Alfabetização é um processo em construção, porque antes de entrar para a escola, a criança já está em contato com um importante meio alfabetizador: o ambiente que a cerca, com mil formas, cores e imagens. A alfabetização e o letramento são vistos como dois processos distintos, porém indissociáveis entre si. Não se deve acontecer alfabetização sem letramento e muito menos letramento sem alfabetização.

Partindo do pressuposto de que somos seres potencialmente produtores e co- autores da nossa história, a alfabetização é direito e condição para cada sujeito resgatar a sua historicidade e construir a sua autonomia, isto é, a capacidade de argumentar em favor dos valores e objetivos que, no seu entender, devem orientar a vida da pessoa.

Com base nesse pressuposto, o que sabemos hoje sobre o processo através do qual se chega a poder ler e escrever de forma convencional, e que esta é um objeto sócio cultural de conhecimento. Isto é, a escrita está presente e é usada pelas pessoas do mundo onde o sujeito vive. O que faz com que ele pense sobre esse objeto, tenha ideias sobre a escrita antes de esta lhe ser formalmente ensinada.

Soares em seu artigo “As muitas facetas da alfabetização” discorre sobre a natureza e a complexidade do processo de alfabetização e afirma que a “alfabetização (...) é um conjunto de habilidades, o que a caracteriza como um fenômeno de natureza complexa, multifacetado. (...) essas facetas referem-se, fundamentalmente, às perspectivas psicológica, psicolinguística, sociolinguística e propriamente linguística do processo. ” Soares, (1985:21).

O aprendizado da escrita e da leitura tem que orientar –se sempre para o que seja ler e escrever e nenhum processo ou método de alfabetização será eficaz se retirar de perspectiva o valor da escrita e da leitura na prática social. Todos sabem que escrever e ler não consiste meramente em estabelecer uma correspondência entre cadeias de sinais gráficos e cadeias de fala; mas a alfabetização passa necessariamente pela correspondência entre sons e grafias.

Alfabetização e letramento tratam-se de processos distintos, embora possam

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