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A CONTRIBUIÇÃO DO JOGO DE AMARELINHA PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA NO PRIMEIRO CICLO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Por:   •  22/3/2016  •  Artigo  •  2.979 Palavras (12 Páginas)  •  3.745 Visualizações

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A CONTRIBUIÇÃO DO JOGO DE AMARELINHA PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA NO PRIMEIRO CICLO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Gilmara Fernandes da Silva¹

Valéria Fátima Martins²

RESUMO

São inúmeras as estratégias que podem ser utilizadas para a contribuição do ensino-aprendizagem da matemática para os alunos que ingressam no ensino fundamental. Este artigo abordará a relevância do uso do jogo de amarelinha para o ensino da matemática.  A amarelinha é uma brincadeira que desenvolve noções espaciais, auxilia diretamente na organização do esquema corporal das crianças, assim como, no desenvolvimento das noções básicas da matemática.
 A amarelinha propicia o desenvolvimento das crianças de várias maneiras, pois é um jogo que colabora para o desenvolvimento da memorização da sequência numérica, ou seja, podemos dizer que a amarelinha auxilia no desenvolvimento, medidas e geometria. Mais especificamente na contagem, sequência numérica, reconhecimento de algarismos, comparação de quantidades, avaliação de distância, avaliação de força, localização espacial e discriminação visual são alguns conceitos e habilidades do pensamento matemático envolvidos nesse jogo.

 Palavras-chave: Ensino. Matemática. Jogo de amarelinha. Primeiro ciclo do Ensino Fundamental.

INTRODUÇÃO

Desenvolver mecanismos para atrair na criança o interesse pela matemática sem recursos didáticos é um grande desafio, já que atualmente as crianças são muito influenciadas pelas novas tecnologias.

Segundo Fayol (2011), cerca de 20% das crianças e adolescentes desenvolvem pela matemática sentimentos negativos, que vão desde a ansiedade à fobia, sem que se compreenda muito bem porquê. A escola, tradicionalmente, aborda a matemática através de modelos, como algo já pronto, construído e acabado.

Para que essa aprendizagem não seja traumática o educador tem que possibilitar que a criança seja o protagonista desse processo um ser ativo, que questiona, levando a buscar as respostas para tais questionamentos.

A construção do conceito numérico é uma estrutura mental, pois somente a criança é capaz de realizar, enquanto a quantificação de objetos é passível de observação (desenvolver um pouco mais sobre isso)

 A origem do Jogo de Amarelinha requer uma investigação das raízes folclóricas da História do Brasil, porque durante a colonização muitos costumes foram trazidos de Portugal, inclusive brincadeiras.

Sendo assim, o objetivo deste artigo é investigar a contribuição pedagógica deste jogo tradicional, que foi passando de geração em geração e perdura até os dias atuais contribuindo para a interação, brincadeira, conhecimento dos saberes populares, e neste caso, possibilitando uma aprendizagem mais prazerosa da matemática.

        

  1. AS CONTRIBUIÇÕES DO JOGO DA AMARELINHA PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA
  1. Na aprendizagem da contagem

Ao abordar o estudo do processo de aprendizagem da prática de contagem da criança em seu período de alfabetização, temos que partir do princípio, que o processo não é linear, ou seja, que trabalha-se primeiro o conceito no concreto para depois trabalhá-lo no abstrato, pois, não se dissocia a ação física da ação intelectual. . As ações representam momentos importantes da aprendizagem quando realizadas com uma intenção, pois aprender é construir significados e atribuir sentidos.

Segundo Kamii (1991), estudiosa da teoria da epistemologia genética de Piaget (1896/1980), o conceito de número não é transmitido, ele é construído e para isso a criança deve colocar todos os tipos de conteúdos (objetos, eventos e ações), dentro de todos os tipos de relações lógico-matemáticas. Estas relações não lhe são ensinadas por outrem, mas criadas pelas crianças interiormente, desde que haja um ambiente desafiador que favoreça a interações entre sujeito e objeto.

Ao brincar de amarelinha, a criança tem a oportunidade “contabilizar” sua pontuação e das demais crianças que participam da brincadeira. Obviamente, a contabilização dos pontos de cada criança é realizada através da contagem. Neste momento, cabe ao educador (a), levar o educando a reconhecer a presença dos números na brincadeira, assim como, à sistematização e ordem como são dispostos.

1.2- Na sequência numérica

É comum percebermos em nosso dia a dia conjunto cujos elementos estão dispostos em certa ordem, obedecendo a uma sequência. O estudo de sequência dentro da matemática é o conjunto de números reais dispostos em certa ordem. Assim chamado de sequência numérica.

A partir de seus estudos sobre as teorias de Piaget, Kamii (1990), entende a construção do número como uma abstração reflexiva e, para tanto, o aluno constrói o conceito numérico a partir das relações de ordem e de inclusão hierárquica, pois foi necessário manter uma ordem para realizar a contagem. Portanto, para que essa regularidade seja percebida, é importante que a criança seja exposta à situação de seguência de números. O trabalho com a sequência numérica é muito importante, pois se a criança não souber a ordem dos números não terá como controlar e coordenar os movimentos gestuais, visuais e vocais.

A única maneira de termos certeza de que não deixamos de contar nenhum objeto, nem contamos o mesmo duas vezes, é colocando-os numa relação de ordem. Contudo, não precisamos mudá-los de lugar nem colocá-los alinhados para ordená-los. O fundamental é que os coloque-mos em ordem mentalmente. (KAMII, 2004, P. 24).    

A contagem é progressivamente construída na medida em que as crianças vão compreendendo as regularidades do sistema e organizando os princípios essenciais que as regem.

A amarelinha é uma forma divertida de trabalhar a sequência numérica. É uma brincadeira que estimula a criança a conhecer os números, trabalhando a ordem das casas numéricas, pois mostra para a criança a necessidade lógica de colocar os números numa determinada ordem para assegurar de que não pulam nenhuma casa e nem pulam a mesma casa duas vezes.

  1. No reconhecimento de algarismos

O conhecimento social é uma criação humana, portanto, arbitrário, já o conceito de número não é uma construção arbitrária é uma construção reflexiva. Um conhecimento social é transmitido à criança, no entanto é necessário, na aquisição desse conhecimento que a criança possua a estrutura lógico-matemática para que essa informação seja organizada. “A estrutura lógico-matemática é usada pela criança para construir tanto o conhecimento físico quanto o social”. (KAMII, 2004).

Nosso sistema de numeração possui regularidades que são próprias do sistema de numeração decimal – a posicionalidade do algarismo explicita o seu valor; quanto mais algarismos possuir, maior será o número. A posicionalidade do número é responsável pela validade do “primeiro é quem manda” e por trás dessa posicionalidade está à ação de agrupar, reagrupar, contar, relacionar.

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