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A CORPOREIDADE E EDUCAÇÃO

Por:   •  24/6/2019  •  Trabalho acadêmico  •  2.515 Palavras (11 Páginas)  •  168 Visualizações

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A escolarização do corpo infantil: a parti do século XVIII

Lázaro Mourão de Sousa

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RESUMO: Este trabalho de pesquisa trata-se em analisar a escolarização do corpo infantil, pois entender nesse contexto histórico, vista que procura investigar o processo de ensino e aprendizagem da criança e integrar a criança enquanto um ser em desenvolvimento, tanto cultural, social, e de buscar autonomia, e entender o corpo como diferentes tipos de linguagem. No segundo momento buscar entender como ocorre a escolarização do corpo infantil em que se basear-se nos autores, Rousseau, Pestolazzi,Jean Lucke,Pinto(1997),Dozelot (1980),Abbagnano(1982), Incontri(1997), Schmidt(1997), Kramer(1987). Tendo assim que ao priorizar a educação do corpo na escolarização da infância, entenda-se que todo esse processo em que integra o movimento, o corpo, os gestos, as emoções, ou seja, os significados do corpo infantil faz parte da formação dos educadores.  

Palavras-chave: Contexto histórico, escolarização, corpo, criança.  

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho apresenta a escolarização do corpo infantil; uma compreensão do discurso pedagógico a parti do século XVIII.  Objetivo é pesquisar alguns dados históricos sobre as concepções de infância, e como se deu os processos de escolarização dessas crianças.

O trabalho e de pesquisa bibliográficas, baseando-se em artigos em outras fontes de pesquisas, em que fundamentou analisar esse processo de “escolarização do corpo infantil”, em que esse artigo pretende  discutir o momento em que o corpo passa a ser percebido como aspectos científico – biológico, e psicológico. ABBAGNANO (1982, p. 1971)

[...] crê-se que o comumente que a separação instituída por Descartes entre a alma e corpo, como entre duas substancias diferentes, tenha tido como consequência o estabelecer a independência da alma em relação ao corpo. Na verdade, a sua primeira consequência foi a de estabelecer a independência do corpo em relação à alma e conclui: “ Desse novo ponto de vista,o corpo aparece como, uma maquina, uma maquina que caminha por si”. ( ABBAGNANO, 1982, p. 197).

Rousseau destaca que na educação da infância, o exercício do corpo, dos órgãos e dos sentidos, se transformará em instrumentos para construir o seu conhecimento. Cabe salientar, que a criança em seu total contentamento em estar, dentro da sala de aula, com seus amigos, não se deixará ficar sentado a tarde inteira na carteira, sabe-se que em tese que toda a criança são imperativas, gosta de se movimentar não ficará restrito numa sala.  Rousseau descreve: “se quiser cultivar a inteligência de seu aluno, cultive as forças que ele deve governar. Faça-o exercer continuamente seu corpo; torne-o robusto e sadio para torna-lo sábio e sensato: que ele trabalhe, aja, corra, grite, esteja sempre e movimento; que seja homem pelo vigor, e logo será pela razão” (ROUSSEAU, apud CERIZARA, 1990, p.134)

2  Momento histórico

Para entendermos o universo da criança em que passa nesse momento histórico, e entender as suas peculiaridades.

“[...] infância tem um significado genérico e, como qualquer outra fase da vida, esse significado é em função das transformações sociais [...]”.

Inicia-se uma afirmação diante do corpo, em seus aspectos científicos biológicos e psicológicos, dentro os aspectos educacionais, aos cuidados do corpo em forma de exercícios físicos e informações sobre a saúde e de cuidados com as crianças, em que prevalece a sua conservação diante da criança.  

Segundo DONZELOT, afirma sobre os aspectos da conservação das crianças:

“A partir do século XVIII, começa a florescer uma abundante literatura sobre o tema, produzida inicialmente por médicos e seguida por administração, militares e filósofos preocupados tanto com o empobrecimento da nação, com o enfraquecimento da elite” DONZELOT (1980, p. 15)

A educação da criança no século XVIII passou a ser vista como ou a existir como objeto de afeto e de conhecimento para a sociedade.  Em que a criança passou a ser educável. Elias afirma

“[...] a criança passou a ser encarada como um ser educável para o projeto civilizado burguês, a qual entendia que ‘a vida instintiva das crianças tem que ser rapidamente submetida ao controle rigoroso e modelagem especifica que dão a nossa sociedade seu caráter”. (1993, apud Schmidt 1997, p. 27- 28).

A criança na Idade Média (século, XIV, XV), era vista como criança um adulto em miniatura, Frabboni (1998) determinou este período de “a ‘Criança – Adulta’’ ou ‘Infância Negada’, época em que a criança era ignorada e vivia as margens da sociedade, em que a criança não tinha um lugar e nem vez e muitas foram atrocidades cometidas contra a infância neste período”. Seu lugar na sociedade era restrito em que não tinha o direito de ser criança, e que muitas vezes era utilizada como forma de diversão.

Segundo Ariés (1981), no decorrer da historia, as crianças era educadas na convivência direta com os adultos e familiares. Após passar esse período, em que ao aflorar-se um sentimento de infância da elite da Europa Ocidental, evidencia um maior rigor dos educadores no sentido de “separar as crianças do mundo adulto é, principalmente reserva sua inocência e resistir a tentações” (ARIÉS, 1981, p.159). Nesse período em que começaram a surgir instituições publicas de educação, voltadas ás crianças, em que apenas grupos seletivados poderiam participar.

No período da Revolução Industrial, século XVI e XXII, ocorre que ouve uma mudança na postura das famílias, em que a criança passou a ser o foco do interesse do adulto. Surgiu nesse cenário à chamada família moderna em que passar ter um maior cuidado a educação da criança. E que essa mudança resaltou o sentimentos afetivos e mais cuidados, reconhecendo que a criança faz parta da continuidade familiar. Nesse aspecto Kramer (1987, p 18), afirma que “[...] não é a família que é nova, mas, sim, o sentimento da família que surge nos séculos XVI e XVII, inseparável do sentimento de infância”.

Esse contexto em que nasce a necessidade de preparar os filhos para a vida. A escola como um lugar, de funcionalidade para o encadeamento na preparação da criança não sendo mais os pais  os responsáveis para esse papel, a escola passa a ser vista como o meio de educação.  Conforme Andrade (2010) no surgimento das instituições infantis.

“[...] relaciona- se com o surgimento da escola e do pensamento moderno [...].” Responde, também, às novas exigências educativas resultantes das relações produtivas advindas da sociedade industrial. O contexto histórico do surgimento dessas instituições é ainda marcado por mudanças no interior da organização familiar, que assume o modelo nuclear, e ao desenvolvimento de teorias voltadas para compreensão da natureza da criança marcada pela inocência e pela inclinação ás más condutas (ANDRADE, 2010, p. 128).

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