A DANÇA NO AMBIENTE ESCOLAR
Por: razith • 13/2/2018 • Monografia • 4.869 Palavras (20 Páginas) • 325 Visualizações
A DANÇA NO AMBIENTE ESCOLAR
SILVA, Cleonice da Cruz Jardim
RU:944056
RESUMO
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1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho parte de considerações sobre a dança enquanto um processo educacional, como componente lúdico capaz de proporcionar aos alunos um importante instrumento pedagógico para o desenvolvimento corporal, além de contribuir para o desenvolvimento da aprendizagem através de estímulos de criatividade cruciais para inserção desses como protagonistas.
A dança enquanto um processo educacional, não se resume simplesmente em aquisição de habilidades, mas sim, contribui de forma significativa para o aprimoramento das habilidades básicas, dos padrões fundamentais do movimento, no desenvolvimento das potencialidades humanas e sua relação com o mundo. Além de favorecer no processo de construção de conhecimento.
Essa monografia justifica-se pela necessidade de conscientizar que a dança como componente curricular não pretende retirar o foco de disciplinas existentes e sim oferecer ao aluno uma relação mais efetiva e intimista com a possibilidade de aprender e expressar-se criativamente através do movimento, contribuindo no processo de ensino-aprendizagem de outras disciplinas.
Além do mais, a Dança na escola não é a arte do espetáculo, é educação através da arte. A dança tem grande importância para alcançar os objetivos da Educação, como o desenvolvimento da expressão afetiva e social, dessa forma [pic 1]2 DESENVOLVIMENTO
2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A dança assume papel fundamental nos dias atuais, enquanto forma de expressão torna-se praticamente indispensável para vivermos presentes, críticos e participantes em sociedade. A escola contribui significamente para a construção de cidadãos, nas observações ao longo desse trabalho notaremos o quão a dança é crucial para a formação de alunos protagonistas, ativos em seu meio.
De acordo com VERDERI ( 2009): “O homem primitivo dançava por inúmeros significados: caça, colheita, alegria, tristeza,... O homem dançava para tudo que tinha significado, sempre em forma de ritual.” Observa-se nesse trecho que a humanidade desde a antiguidade, desenvolviam expressões corporais como as danças, os jogos e as lutas.
Ao longo dos anos a dança evoluiu tanto em fatores culturais quanto sociais. Revelando durante esse tempo a relação do homem com o mundo e seus diferentes meios de vida, através da expressão dos sentimentos, posteriormente dos espetáculos e celebrações e por fim do divertimento associado à aprendizagem.
Ao longo da história a dança foi associada também ao universo pedagógico, pois além de uma forma de diversão e espetáculo é educação. Na educação, ela está voltada para o desenvolvimento global da criança e do adolescente, no pensamento crítico, favorecendo assim todas as formas de aprendizado que eles necessitam.
Diante disso, podemos notar que a dança tem grande atribuição pedagógica, uma vez que no universo de ensino-aprendizagem auxilia o desenvolvimento do aluno, facilitando sua aprendizagem e conseqüente construção do conhecimento.
Nesta perspectiva, PEREIRA (2001) coloca que:
(...)“a dança é um conteúdo fundamental a ser trabalhado na escola: com ela,pode-se levar os alunos a conhecerem a si próprios e/com os outros; a explorarem o mundo da emoção e da imaginação; a criarem; a explorarem novos sentidos, movimentos livres (...). Verifica-se assim, as infinitas possibilidades de trabalho do/ para o aluno com sua corporeidade por meio dessa atividade”.
Tal afirmativa nos faz compreender que trabalhar com a dança dentro de uma visão pedagógica vai muito além do que ensinar gestos e técnicas aos alunos pois a dança também é um meio de educação. Trabalhar com a dança permite ensinar, da maneira mais divertida, todo o potencial de expressão do corpo humano essencial para uma melhor expressão e protagonismo em atividades.
A dança desde a pré-história é uma forma de manifestação, uma “expressão corporal”, que com o passar do tempo, sofreu diversa influências e foi ganhando espaço na educação. Ou seja, foi necessário percorrer um longo caminho até obter o espaço atual de prática pedagógica. Sofreu durante esse tempo significativa influência pelas novas condições sociais que contribuíram para o surgimento de novas propostas de arte enquanto forma de educação.
As influências foram positivas também pelo fato da sociedade, hoje, ter mais acesso a cultura, o que antigamente era restrito as classes sócias altas que não possibilitava formas de aprendizagem ou de recreação.
Apesar do desenvolvimento muitas pessoas ainda vêem a dança somente como uma forma de diversão com isso esquece o seu papel pedagógico, suas diversas contribuições enquanto educação e estímulos referentes ao olhar crítico.
Atualmente, encontramos em muitas escolas a dança relacionada com a Educação Física, muitas instituições ainda restringem o uso dessa arte como um recurso pedagógico a ser utilizado em sala de aula, e a oferecem em sua grande maioria como uma atividade extracurricular da escola.
Em 1997, foram publicados os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) que incluem, pela primeira vez na história do país, a dança em seu rol de disciplinas. Ainda de acordo com PCNs, os principais objetivos da dança seriam “valorizar diversas escolhas de interpretação e criação, em sala de aula e na sociedade, situar e compreender as relações entre corpo, dança e sociedade e buscar informações sobre dança em livros e revistas e ou em conversas com profissionais” (BRASIL, 1997).
A inclusão da dança nos PCNs visava encarar o ensino da dança como uma atividade educativa, recreativa e criativa, e também propiciar situações para a construção do conhecimento, independente de se estar brincando, pulando ou dançando. Teoricamente a proposta é bastante significante para a nossa atual visão de educação, porém é preciso ser reavaliada a prática dessa proposta, pois o que temos não é um recurso para o aprendizado, mas uma forma de descanso, de diversão e, até mesmo um recurso na falta de conteúdo programático, com isso nossos alunos continuam com uma visão cultural muito restrita.
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