A DISCIPLINA DE BASES SOCIOLÓGICAS DA EDUCAÇÃO
Por: Prof. Roberto Sena • 5/7/2021 • Trabalho acadêmico • 727 Palavras (3 Páginas) • 154 Visualizações
INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CURSO DE COMPLEMENTAÇÃO PEDAGÓGICA
DISCIPLINA DE BASES SOCIOLÓGICAS DA EDUCAÇÃO
1º PERÍODO
QUESTÕES CENTRAIS NA CONSTRUÇÃO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS:
RELAÇÃO SUJEITO E OBJETO, RELAÇÃO DE EXTERIORIDADE,
RELAÇÃO DE CUMPLICIDADE, RELAÇÃO DE RECIPROCIDADE.
Porto Alegre – RS
2018
RELAÇÃO SUJEITO E OBJETO
A relação sujeito-objeto implica uma discussão epistemológica, na qual se prioriza ora o sujeito do conhecimento, ora o objeto da investigação, ou, a relação dialética entre ambos. Deste modo, o argumento aqui presente é de que existiria uma relação dialética entre o sujeito e o objeto do conhecimento, e não uma separação total, como preconizado pela perspectiva positivista. Ou seja, existe uma realidade histórica social objetiva produzida por um sujeito que é o mesmo sujeito que trata de conhecê-la; existe uma realidade e a tarefa das ciências é aproximar-se o mais possível do conhecimento dessa realidade. As Ciências Sociais possuem instrumentos e teorias capazes de fazer uma aproximação da suntuosidade que é a vida dos seres humanos em sociedades, ainda que de forma incompleta, imperfeita e insatisfatória. Para isso, ela aborda o conjunto de expressões humanas constantes nas estruturas, nos processos, nos sujeitos, nos significados e nas representações.
Certas teorias possuem cunho histórico, ao passo que outras focalizam a realidade em termos supra-históricos. E há as que se mostram simplesmente a-históricas. Também a relação sujeito-objeto é diferenciada, polarizando-se em três modalidades principais: exterioridade, cumplicidade e reciprocidade.
RELAÇÃO DE EXTERIORIDADE
A Sociologia “tem um objeto claramente definido e um método para estudá-lo. O objeto são os fatos sociais; o método é a observação e a experimentação indireta, em outros termos, o método comparativo”. Os fatos sociais acontecem independente da existência dos indivíduos, por isso é externo a eles. Eles existem antes do nosso nascimento, por exemplo. Os princípios da religião que seguimos, as obrigações sociais, familiares, escolares ou políticas, o modelo de trocas econômicas, por exemplo, existem independente da nossa existência. Comte e Marx consideram a especificidade do objeto das ciências sociais, mas adotam a crença partilhada então pelas ciências naturais na possibilidade de apreender e explicar racionalmente o real em sua plena objetividade (exterioridade em relação ao sujeito). Já para Max Weber não é possível captar a realidade social em sua suposta exterioridade objetiva. Para refletir: Se nem a exterioridade do objeto garante a objetividade do conhecimento, como resolver essa questão quando faz parte do objeto o próprio sujeito, suas ações, a relação entre os sujeitos, a relação entre os sujeitos e as instituições sociais?
RELAÇÃO DE CUMPLICIDADE
As diversas perspectivas teóricas mostram que a relação sujeito-objeto nem sempre se resolve numa tranquila relação de exterioridade, como se o real e o pensado se mantivessem incólumes. Essa é uma hipótese do positivismo e está presente no funcionalismo, estruturalismo, estrutural-funcionalismo e outras teorias. Mas a sociologia inspirada na fenomenologia sempre carrega a hipótese da cumplicidade. A redução fenomenológica e a hermenêutica tendem a tornar ambos cúmplices do conhecido, objeto e sujeito. Ao passo que a Sociologia de inspiração dialética, se pensamos em Marx, Lukács, Gramsci e alguns outros, leva à hipótese da dependência mútua, da reciprocidade. O sujeito e o objeto constituem-se simultânea, reciprocamente. A reflexão científica pode corresponder a um momento fundamental da constituição do real. Enquanto não se constitui como categoria, concreto pensado, pleno de determinações, o real está no limbo.
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