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A Educação de uma criança com o Transtorno do Espectro Autista

Por:   •  10/11/2017  •  Monografia  •  10.823 Palavras (44 Páginas)  •  513 Visualizações

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1-INTRODUÇÃO

A educação de uma criança com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), sem dúvida, representa um grande desafio aos educadores. Grande parte dos educadores não sabem ou possuem pouco conhecimento em relação ao Transtorno do Espectro Autista, com isso sentem-se inseguros no ato de educar essa criança e quais intervenções e estratégias pedagógicas que poderão ser utilizadas de forma que contribua com o seu desenvolvimento e promova sua aprendizagem.

Muitas vezes o pouco que sabem contribui para rotulá-los e estigmatizá-los como incapazes, isso porque carregamos concepções enraizadas em nossa sociedade em relação as pessoas que são diferentes ou vistas como “especiais”.

Ao longo da história as pessoas com alguma deficiência foram segregadas do contexto social e escolar. Até hoje existem paradigmas na educação que projetam e idealizam protótipos de alunos estruturando o ensino de forma uniforme, não considerando as diferenças e diversidades existentes no contexto escolar. O que leva-se a inferir que a escola atual não é feita para todos, pois seleciona e exclui aqueles que não correspondem ao protótipo de aluno desejado e criado pela escola.

Um outro ponto a ressaltar é a ideia errônea que o indivíduo com TEA é incapaz de sorrir, de mostrar afeto e carinho pelos outros, de conviver com outras pessoas, de não querer interagir e preferir ficar sozinho, que não é capaz de aprender. É necessário que o docente desconstrua a imagem e a forma de conceber a criança no espectro autista, pois são pessoas iguais a todo mundo, e ao mesmo tempo, tão peculiares em sua forma de ser e aprender.

É preciso, sobretudo, pensar que todos têm capacidade de aprender, pois a aprendizagem é condição inerente ao ser humano. Assim, à medida que reconhecemos a diversidade e aceitamos as diferenças, respeitando as capacidades de cada um, poderemos ter realmente uma educação inclusiva que aconteça de verdade, sem rótulos, sem práticas excludentes, sem preconceito.

Diante da chegada desse aluno na escola emergem dúvidas e perguntas: O que é o Transtorno do Espectro Autista? Como manifesta e quais as características do TEA? Como lidar com a criança com o TEA?

        De acordo com mais recente Manual de Saúde Mental – DSM-5 que é um guia de classificação diagnóstica o autismo é um distúrbio do desenvolvimento recebendo o nome de Transtornos do Espectro Autista. Assim, o indivíduo com TEA  apresenta dificuldades nas dimensões sociocomunicativa e comportamental. Embora, todas as pessoas com Transtorno do Espectro Autista, possuem dificuldades nessas duas áreas do desenvolvimento: comunicação social e comportamentos repetitivos e interesses restritos, os sintomas podem variar de intensidade.

        Muitas são as dúvidas, tendo consciência das amplitudes dessas interrogações e indagações dos docentes, acredita que essa pesquisa possa auxiliar e contribuir nessa busca de respostas, pois é necessário que conheçamos mais e melhor cada um de nossos alunos. O professor que adquire uma bagagem de conhecimento permite-se construir novos saberes, novas formas de pensar, novos paradigmas, novas possibilidades na vida desses educandos.

Portanto a pesquisa tem o objetivo de debruçar sobre a questão do Transtorno do Espectro Autista, e para que se possa melhor compreensão, será feita uma revisão bibliográfica, através de busca em sites, leitura de artigos, livros, que permitirá conhecer e identificar as características do transtorno e o papel do professor no processo de ensino aprendizagem da criança com necessidades educacionais especiais.

Assim, no primeiro capítulo será abordado um breve histórico sobre o autismo, as primeiras descrições feitas nos anos 40, pelo psiquiatra austríaco Leo Kanner, quando estudou um grupo de crianças onde observou atitudes indiferentes em situações de interação social, comportamentos estranhos caracterizados por estereotipias. Kanner descrevia que essas crianças isolavam-se, sendo incapazes de estabelecer relações normais com as pessoas desde o princípio de suas vidas, como se estivesse alheios a tudo em sua volta.

No decorrer das conceitualizações do autismo buscar-se-á identificar as terminologias empregadas para descrever a mesma condição e que tanta confusão causa no cotidiano dos educadores. Ex. Transtorno Invasivo do Desenvolvimento (TID), Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD), e Transtorno do Espectro Autista, esse último utilizado desde 2013, pelo Manual de Saúde Mental – DSM 5. Os sintomas do transtorno podem variar em diferentes graus de comprometimento, foi a partir daí que o autismo passou a ser visto como um espectro. Neste mesmo capítulo será descrito fundações de apoio e amparo ao indivíduo com o Transtorno do Espectro Autista e sua família.

No segundo capítulo serão descritas as manifestações, características comuns, etiologias, diagnósticos e tratamento. Mesmo após vários anos de pesquisas e estudos não se sabe as causas do autismo, o diagnóstico é clínico e se baseia na observação do comportamento. Buscar-se-á trazer conhecimentos aos docentes quanto á síndrome para que estes busquem conhecer as singularidades do transtorno.

No terceiro capítulo será abordado o Transtorno do Espectro Autista e a Inclusão Escolar. Muito se fala em educação inclusiva, ou seja, inserir crianças que apresentem algum tipo de deficiência no ensino regular, e para isso é necessário instrumentalizar o professor, para que tenha conhecimentos e saiba lidar com esses alunos.

Serão descritas a legislação vigente, pois o ingresso de uma criança autista em escola regular é um direito garantido por lei. Houve muitas mudanças nas políticas inclusivas que reconhecem a educação como direito de todo ser humano, diante disso é necessário a preparação dos espaços e dos profissionais para um ensino que contemple as diferenças existentes no espaço escolar.

Serão explicitados aos leitores no terceiro capítulo os métodos que ajudarão o autista a desenvolver as áreas afetadas pela síndrome como: A Análise Aplicada do Comportamento (ABA), O TEACCH (Tratamento e Educação de crianças Autistas e com desvantagens na comunicação) e PECS (Sistema de Comunicação por Figuras), são métodos muito utilizados atualmente.

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